Derramem lágrimas meus olhos, noite e dia, sem parar, porque um grande desastre feriu a cidade, a jovem filha de meu povo, um golpe terrível e violento. 18Se eu sair ao campo, vejo cadáveres abatidos à espada; se entrar na cidade, deparo com gente consumida de fome; até os profetas e sacerdotes andam à toa pelo país”. 19Acaso terás rejeitado Judá inteiramente, ou te desgostaste deveras de Sião? Por que, então, nos feriste tanto, que não há meio para nos curarmos? Esperávamos a paz, e não veio a felicidade; contávamos com o tempo de cura, e não nos restou senão consternação. 20Reconhecemos, Senhor, a nossa impiedade, os pecados de nossos pais, porque todos pecamos contra ti. 21Mas, por teu nome, não nos faças sofrer a vergonha suprema de levarmos a desonra ao trono de tua glória; lembra-te, não quebres a tua aliança conosco. 22Acaso existem entre os ídolos dos povos os que podem fazer chover? Acaso podem os céus mandar-nos as águas? Não és tu o Senhor, nosso Deus, que estamos esperando? Tu realizas todas essas coisas”.
Não lembreis as nossas culpas do passado, † mas venha logo sobre nós vossa bondade, * pois estamos humilhados em extremo. 9Ajudai-nos, nosso Deus e Salvador! † Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! * Por vosso nome, perdoai nossos pecados! 11Até vós chegue o gemido dos cativos: † libertai com vosso braço poderoso * os que foram condenados a morrer! 13Quanto a nós, vosso rebanho e vosso povo, † celebraremos vosso nome para sempre, * de geração em geração vos louvaremos.
Naquele tempo, 36Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio!” 37Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. 39O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos. 40Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: 41o Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; 42e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. 43Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje nos assegura que, enquanto estivermos vivendo aqui neste mundo, tanto os bons quanto os maus hão de compartilhar a mesma sorte de vida, quer seja no bem-estar de uma vida feliz e agradável, quer seja numa vida de sofrimentos, repleta de todo tipo de misérias e desgraças. Mas depois da morte ambos serão separados, recebendo destinos diversos; no qual os bons terão uma vida bem-aventurada no Reino dos Céus, e o maus serão atormentados nos infernos.
As duas leituras que acabamos de ouvir, que foram tiradas do Antigo Testamento, tanto a leitura do Livro de Jeremias, quanto o Salmo 78, nos falam sobre os sofrimentos e angústias que o povo de Judá estava passando logo após ter sido derrotado na guerra. Jeremias apresentou-nos aquela situação deprimente com imagens bem tocantes, dizendo: “Derramem lágrimas meus olhos, noite e dia, sem parar, porque um grande desastre feriu a cidade, a jovem filha de meu povo, um golpe terrível e violento. Se eu sair ao campo, vejo cadáveres abatidos à espada; se entrar na cidade, deparo com gente consumida de fome; até os profetas e sacerdotes andam à toa pelo país”. (Jr 14, 17-18). Mesmo reconhecendo que o castigo tenha sido justo, por causa de seus pecados, o profeta percebia que tanto os inocentes e o justos estavam sendo penalizados da mesma forma que os iníquos e perversos. Por isso ele clama a Deus por clemência, para que este castigo não perdure para sempre, dando-lhes a graça do alívio nos sofrimentos e a salvação eterna, dizendo: “Mas, por teu nome, não nos faças sofrer a vergonha suprema de levarmos a desonra ao trono de tua glória; lembra-te, não quebres a tua aliança conosco. Não és tu o Senhor, nosso Deus, que estamos esperando” (Jr 14, 17-18)?
O Salmista nos apresentou uma situação semelhante àquela relatada por Jeremias, na qual o profeta clamava ao Senhor e Salvador, em nome do Povo, implorando-o para que lhes fosse concedida a libertação daquela vida de sofrimento e opressão, dando-lhes a salvação, dizendo: “Ajudai-nos, nosso Deus e Salvador! Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! Por vosso nome, perdoai nossos pecados! Até vós chegue o gemido dos cativos: libertai com vosso braço poderoso os que foram condenados a morrer! Quanto a nós, vosso rebanho e vosso povo, celebraremos vosso nome para sempre, de geração em geração vos louvaremos” (Sl. 78, 9; 11; 13).
Jesus Cristo, no Evangelho que acabamos de ouvir, nos deu uma bela explicação sobre este drama da vida humana neste mundo, que se conclui na vida eterna, após a morte. Com uma impressionante parábola criada por ele, Jesus conseguiu resumir em poucas palavras, a vida do homem neste mundo que está a caminho da vida eterna. Conforme a “parábola do Joio e do trigo”, todos nós que vivemos neste mundo, quer sejamos bons, ou quer sejamos maus, todos nós compartilhamos um mesmo mundo, com suas alegrias e tristezas. Como disse Jesus: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. O inimigo que semeou o joio é o diabo” (Mt 13, 37-39).
Porém, com a morte seremos todos transportados para uma outra vida, que será estável e eterna, na qual serão definitivamente separados os bons dos maus, recebendo destinos diversos, como disse Jesus: “A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos. Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: o Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça” Mt 13, 39-43).
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