Irmãos, 1como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus, 2pois ele diz: “No momento favorável, eu te ouvi e, no dia da salvação, eu te socorri”. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação. 3Não damos a ninguém nenhum motivo de escândalo, para que o nosso ministério não seja desacreditado. 4Mas em tudo nos recomendamos como ministros de Deus, com muita paciência, em tribulações, em necessidades, em angústias, 5em açoites, em prisões, em tumultos, em fadigas, em insônias, em jejuns, 6em castidade, em compreensão, em longanimidade, em bondade, no Espírito Santo, em amor sincero, 7em palavras verdadeiras, no poder de Deus, em armas de justiça, ofensivas e defensivas, 8em honra e desonra, em má ou boa fama; considerados sedutores, sendo, porém, verazes; 9como desconhecidos, sendo, porém, bem conhecidos; como moribundos, embora vivamos; como castigados, mas não mortos; 10como aflitos, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo muitos; como quem nada possui, mas tendo tudo.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,* porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo* alcançaram-lhe a vitória. 2O Senhor fez conhecer a salvação,* e às nações, sua justiça; 3recordou o seu amor sempre fiel * pela casa de Israel Os confins do universo contemplaram* a salvação do nosso Deus. 4Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!
Vossa palavra é uma luz para os meus passos, e uma lâmpada luzente em meu caminho.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 38“Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ 39Eu, porém, vos digo: não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! 40Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! 41Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! 42Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado”.
Caríssimos irmãos, a graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo! A Liturgia da Palavra nos coloca diante de um dos aspectos originais e peculiares do Evangelho de Cristo, que defendia a mansidão e a “não-violência” diante de pessoas agressivas e violentas. Quando se viam agredidos ou vilipendiados em seus direitos e na sua dignidade, os discípulos eram exortados por Cristo a não serem vingativos, nem fazerem a justiça com as próprias mãos e nem revidarem o mal com o mal. Pois, o Evangelho de Cristo propunha a paciência e a mansidão diante de todas as adversidades e tribulações, para que Deus, quem tudo vê, fizesse justiça aos seus discípulos no tempo certo!
Ao falar sobre o quinto mandamento da Lei de Deus, apresentando-o em toda a sua amplitude, Jesus pretendia, com isso, reprimir todo tipo de violência e agressividade, inclusive as práticas agressivas daquela justa vingança de revidar com a mesma moeda. Além de reprimir qualquer atitude violenta e agressiva, Jesus quis, deste modo, promover as práticas pacíficas da cortesia e da urbanidade entre os seus discípulos, dizendo: “Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, vos digo: não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado” (Mt 5, 38-2).
Acreditamos que a prática destes conselhos, relacionado ao quinto mandamento da Lei de Deus, tem sido um dos mais desafiadores e difíceis a serem praticados por aqueles que seguem os preceitos de Cristo. Mesmo que esta proposta de conduta evangélica pudesse nos escandalizar e mexer com nosso brios, Jesus foi à nossa frente, dando-nos o seu exemplo, praticando rigorosamente o que ele ensinou e propôs aos seus discípulos. Por isso, esta máxima evangélica de não revidar o mal com o mal tornou-se uma das normas mais peculiares do Evangelho de Jesus Cristo, que os seus discípulos procuraram aplicar em suas vidas com o máximo rigor.
Os Apóstolos, por sua vez, deram um testemunho brilhante, quando foram confrontados e perseguidos pelos malvados. O apóstolo Paulo, embora falasse em nome próprio, deixou muito bem claro que os outros apóstolos passaram pelas mesmas tribulações e perseguições, mantendo uma conduta perfeitamente evangélica, dizendo: “Em tudo nos recomendamos como ministros de Deus, com muita paciência, em tribulações, em necessidades, em angústias, em açoites, em prisões, em tumultos, em fadigas, em insônias, em jejuns, em castidade, em compreensão, em longanimidade, em bondade, no Espírito Santo, em amor sincero, em palavras verdadeiras, no poder de Deus, em armas de justiça, ofensivas e defensivas, em honra e desonra, em má ou boa fama; considerados sedutores, sendo, porém, verazes” (2Cor 6, 4-8).
Diante desta vida atribulada, os Apóstolos aprenderam a relativizar os sofrimentos e não se deixar abater por tais coisas, mas, auxiliados pela graça divina, erguiam sua voz a Deus, depositando nele a sua causa, dizendo: “O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai ao Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai” (Sl 97, 2-4)! Deste modo, o Evangelho da mansidão e da paciência os levava, com maior impulso, a confiar em Deus, visto que, “a vossa palavra, Senhor, é uma luz para os meus passos, e uma lâmpada luzente em meu caminho” (Sl 118, 105).
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