Quando um tranquilo silêncio envolvia todas as coisas e a noite chegava ao meio de seu curso, 15a tua palavra onipotente, vinda do alto do céu, do seu trono real, precipitou-se, como guerreiro impiedoso, no meio de uma terra condenada ao extermínio; como espada afiada, levava teu decreto irrevogável; 16defendendo-se, encheu tudo de morte e, mesmo estando sobre a terra, ela atingia o céu. 19,6Então, a criação inteira, obediente às tuas ordens, foi de novo remodelada em cada espécie de seres, para que teus filhos fossem preservados de todo perigo. 7Apareceu a nuvem para dar sombra ao acampamento, e a terra enxuta surgiu onde antes era água: o mar Vermelho tornou-se caminho desimpedido, e as ondas violentas se transformaram em campo verdejante, 8por onde passaram, como um só povo, os que eram protegidos por tua mão, contemplando coisas assombrosas. 9 Como cavalos soltos na pastagem e como cordeiros, correndo aos saltos, glorificaram-te a ti, Senhor, seu libertador.
Cantai, entoai salmos para ele, * publicai todas as suas maravilhas! 3Gloriai-vos em seu nome que é santo, * exulte o coração que busca a Deus! 36Matou na própria terra os primogênitos, * a fina flor de sua força varonil. 37Fez sair com ouro e prata o povo eleito, * nenhum doente se encontrava em suas tribos. 42Ele lembrou-se de seu santo juramento, * que fizera a Abraão, seu servidor. 43Fez sair com grande júbilo o seu povo, * e seus eleitos, entre gritos de alegria.
Naquele tempo, 1Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir, dizendo: 2“Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum. 3Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário!’ 4Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: ‘Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum. 5Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me!'” 6E o Senhor acrescentou: “Escutai o que diz este juiz injusto. 7E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? 8Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra advertiu-nos dizendo o seguinte: Existe uma semelhança muito estreita estre os últimos dias, quando virá o Filho do Homem, e aquele tempo em que a Palavra de Deus fora, outrora, dirigida ao Povo de Deus, no Egito, para os libertar da escravidão, e levá-los à Terra Prometida. Ou seja, assim como houve uma transformação enorme no mundo, quando a Palavra de Deus foi dirigida a Moisés no Egito, também haverá uma revolução neste mundo, nunca vista antes, quando vier o Filho do Homem – em poder, glória e majestade – para realizar o Juízo Final, e instaurar o Reino dos Céus, junto com todos aqueles que serão salvos.
O livro da Sabedoria nos lembrou, numa linguagem poética, das coisas que aconteceram com o Povo de Israel, quando ainda estava no Egito, sob aquela dura opressão. Como as coisas demorassem muito, o Povo já estava ficando desanimado. Porém, quando menos esperavam, Deus ouviu os seus rogos e veio em socorro do seu Povo, realizando a obra da libertação. “Eis que, no meio de um tranquilo silêncio envolvia todas as coisas e a noite chegava ao meio de seu curso, a tua palavra onipotente, vinda do alto do céu, do seu trono real, precipitou-se, como guerreiro impiedoso, no meio de uma terra condenada ao extermínio. Então, a criação inteira, obediente às tuas ordens, foi de novo remodelada em cada espécie de seres, para que teus filhos fossem preservados de todo perigo. Apareceu a nuvem para dar sombra ao acampamento, e a terra enxuta surgiu onde antes era água: o mar Vermelho tornou-se caminho desimpedido, e as ondas violentas se transformaram em campo verdejante, por onde passaram, como um só povo, os que eram protegidos por tua mão, contemplando coisas assombrosas” (Sb 18, 14-15; 19, 6-8). Desta forma, “ele lembrou-se de seu santo juramento, que fizera a Abraão, seu servidor. Fez sair com grande júbilo o seu povo, e seus eleitos, entre gritos de alegria” (Sl 104, 42-43).
Por sua vez, caros irmãs, Jesus, no Evangelho, implorava aos seus fiéis discípulos a guardarem a fé que receberam, e permanecerem firmes na oração, “pois, segundo ele, é necessário rezar sempre, e nunca desistir” (Lc 18, 1). Depois de contar uma parábola sobre uma mulher, que fora atendida em seus rogos somente depois que insistiu incansavelmente nas suas preces. Jesus então concluiu, dizendo: “E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa” (Lc 18, 7-8). Deixando, por fim, uma enigmática e constrangedora pergunta, dizendo: “Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra” (Lc 18, 8)?
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