Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. 20Edificai-vos sobre o fundamento da vossa santíssima fé e rezai, no Santo Espírito, 21de modo que vos mantenhais no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna. 22E a uns, que estão com dúvidas, deveis tratar com piedade. 23A outros, deveis salvá-los arrancando-os do fogo. De outros ainda deveis ter piedade, mas com temor, aborrecendo a própria veste manchada pela carne… 24Àquele que é capaz de guardar-vos da queda e de apresentar-vos perante a sua glória irrepreensíveis e jubilosos, 25ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo, nosso Senhor: glória, majestade, poder e domínio, desde antes de todos os séculos, e agora, e por todos os séculos. Amém.
Sois vós, ó Senhor, o meu Deus!* Desde a aurora ansioso vos busco! A minh’alma tem sede de vós,† minha carne também vos deseja,* como terra sedenta e sem água! 3Venho, assim, contemplar-vos no templo,* para ver vossa glória e poder. 4Vosso amor vale mais do que a vida:* e por isso meus lábios vos louvam. 5Quero, pois vos louvar pela vida,* e elevar para vós minhas mãos! 6A minh’alma será saciada,* como em grande banquete de festa; cantará a alegria em meus lábios,* ao cantar para vós meu louvor!
Naquele tempo, 27Jesus e os discípulos foram de novo a Jerusalém. Enquanto Jesus estava andando no Templo, os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os anciãos aproximaram-se dele e perguntaram: 28“Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu autoridade para fazer isso?” 29Jesus respondeu: “Vou fazer-vos uma só pergunta. Se me responderdes, eu vos direi com que autoridade faço isso. 30O batismo de João vinha do céu ou dos homens? Respondei-me”. 31Eles discutiam entre si: “Se respondermos que vinha do céu, ele vai dizer: ‘Por que não acreditastes em João?’ 32Devemos então dizer que vinha dos homens?” Mas eles tinham medo da multidão, porque todos, de fato, tinham João na qualidade de profeta. 33Então eles responderam a Jesus: “Não sabemos”. E Jesus disse: “Pois eu também não vos digo com que autoridade faço essas coisas”.
Caríssimos irmãos e irmãos! A Liturgia da Palavra nos leva a refletir sobre o nosso relacionamento com o Templo, a casa de Deus e o lugar de oração. Esta edificação é uma construção humana que todos os que seguem aquela religião a reconhecem morada de Deus entre os homens. Os judeus do mundo inteiro peregrinavam a Jerusalém e se congregavam no Templo de Salomão, para ali se encontrarem com Deus, fazerem as suas orações e oferecerem a ele os seus sacrifícios e oblações.
Caríssimos, é maravilhosa a oração que o Salmista fez a Deus, numa destas suas visitas ao Templo de Jerusalém. Esta oração manifestava a alegria do fiel judeu por estar no Templo do Senhor, como se ele estivesse diante da face do Senhor. Assim, ele elevava a Deus toda a sua fé e a sua mística alegria de se sentir na presença de Deus, cantando e louvando o seguinte salmo: “Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco! A minh’alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água! Venho, assim, contemplar-vos no templo, para ver vossa glória e poder. Vosso amor vale mais do que a vida: e por isso meus lábios vos louvam. Quero, pois vos louvar pela vida, e elevar para vós minhas mãos” (Sl 62, 2-5)!
Jesus, como bom judeu, amava estar no Templo de Jerusalém. Toda vez que ia à Jerusalém, entrava no Templo e ali permanecia como em sua própria casa, pois ele mesmo a chamava de: “Minha casa será chamada casa de oração para todas as nações” (Mc 11, 17). Por isso, disse o evangelista Marcos: “Jesus e os discípulos foram de novo a Jerusalém. Enquanto Jesus estava andando no Templo, os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os anciãos aproximaram-se dele” (Mc 11, 27).
Porém, os sumos sacerdotes, os mestres da lei e os anciãos, que eram as pessoas autorizadas a administrar o Templo, para dirigir e oficiar as orações e sacrifícios, bem como pregar a Palavra de Deus ao povo, sentiram-se desrespeitados por Jesus que vinha tomando certas atitudes no Templo, sem a autorização deles. Por isso, cheios de cólera abordaram Jesus dentro do Templo perguntando-lhe: “Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu autoridade para fazer isso” (Mc 11, 8)?
Ao invés de responder aquilo que dissera no dia anterior, quando expulsara os vendilhões do Templo, ele apenas fez-lhes uma pergunta capciosa que eles não quiseram responder. Jesus mostrava, deste modo, a todas as autoridades do Templo que Deus estava os visitando e que ele decidira destruir este Templo de pedras, para erguer um novo Templo espiritual que se realizaria em sua própria pessoa e em seu Corpo. Por isso, nesta ocasião Jesus disse: “Destruí vós este Templo e eu o reerguerei em três dias” (Jo 2, 19). João, logo a seguir, deu a interpretação, dizendo: “Ele falava do Templo do seu Corpo” (Jo 2, 21).
O Apóstolo Judas, em sua carta, apresentou a doutrina sobre este novo Templo, o edifício espiritual construído por mão divina, que consiste no Corpo místico de Cristo, que é a sua Igreja. Tendo isto em mente, Judas declarou aos cristão, dizendo: “Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. Edificai-vos sobre o fundamento da vossa santíssima fé e rezai, no Santo Espírito, de modo que vos mantenhais no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna” (Jd 19-21).
WhatsApp us