O Senhor Deus chamou Adão, dizendo: “Onde estás?” 10E ele respondeu: “Ouvi tua voz no jardim, e fiquei com medo porque estava nu; e me escondi”. 11Disse-lhe o Senhor Deus: “E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer?” 12Adão disse: “A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me deu do fruto da árvore, e eu comi”. 13Disse o Senhor Deus à mulher: “Por que fizeste isso?” E a mulher respondeu: “A serpente enganou-me e eu comi”. 14Então o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o ventre e comerás pó todos os dias da tua vida! 15Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. 20E Adão chamou à sua mulher “Eva”, porque ela é a mãe de todos os viventes.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, * porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo * alcançaram-lhe a vitória. 2O Senhor fez conhecer a salvação, * e às nações, sua justiça; 3recordou o seu amor sempre fiel * pela casa de Israel. Os confins do universo contemplaram * a salvação do nosso Deus. 4Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, * alegrai-vos e exultai!
Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu. 4Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor. 5Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo, conforme a decisão da sua vontade, 6para o louvor da sua glória e da graça com que ele nos cumulou no seu Bem-amado. 11Nele também nós recebemos a nossa parte. Segundo o projeto daquele que conduz tudo conforme a decisão de sua vontade, nós fomos predestinados 12a sermos, para o louvor de sua glória, os que de antemão colocaram a sua esperança em Cristo.
Naquele tempo, 26no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe:
“Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”. 38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.
Caríssimos irmãos e irmãs! Celebramos hoje a solene festa litúrgica da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria.
Esta festa litúrgica é relativamente antiga na Igreja Católica, que remonta ao tempo dos primeiros séculos da Igreja, no tempo dos santos Padres da Igreja – Santo Irineu de Lyon e Santo Ambrósio – que desenvolveram a doutrina da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Mãe de Cristo. Já naqueles tempos remotos havia uma celebração litúrgica na qual se invocava a Virgem Mãe Imaculada, por ter sido miraculosamente preservada do pecado original. Porém, no século XV, em 1477, o Papa Sixto IV, instituiu a festa litúrgica da Imaculada Conceição a ser celebrada no dia 8 de dezembro.
A devoção à Imaculada Conceição da Virgem Maria encontrou um grande incremento durante o século XIX, quando o Papa Pio IX definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, com a bula “Ineffábilis Deus”, publicado no dia 08 de dezembro de 1854. A partir de então esta doutrina da Imaculada Conceição de Maria tornou-se doutrina oficial da Igreja, sendo celebrada de forma vibrante e solene na celebração litúrgica do dia 8 de dezembro, ou no domingo seguinte.
A Igreja desenvolveu esta doutrina e devoção à Imaculada Conceição de Maria acreditando que era necessário que Maria, a Mâe de Jesus, tivesse sido preservada do pecado originas – aquela mancha do pedado que todos nós herdamos do pecado de Adão e Eva – de uma forma única e sobrenatural, para que ela tivesse um corpo puríssimo ao gerar o nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, a Liturgia da Palavra desta festividade faz a memória do triste evento da queda de nossos pais, naquele pecado de desobediência a Deus, que, por disposição divina, acabou sendo transmitido à toda a humanidade, no assim chamado: “Pecado Original”.
Embora a Sagrada Escritura não faça nenhuma referência explícita sobre este evento da Imaculada Concepção de Maria, entretanto a Igreja, junto com os papas e os santos padres, entendeu que a Sagrada Escritura, de forma implícita, fazia referência a este dogma, quando o Anjo Gabriel, no momento da anunciação saudou Maria, dizendo: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo” (Lc 1, 28)!
No entanto, tudo aquilo que Paulo disse que aconteceria aos cristãos no momento do seu batismo, nós podemos dizer que Maria foi agraciada e abençoada com um batismo todo especial, realizado pelo Espírito Santo, no momento de sua concepção, tornando-a santíssima e puríssima em sua alma e em seu corpo. Conforme as palavras de Paulo: “Ele nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu. Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor. Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo, conforme a decisão da sua vontade, para o louvor da sua glória e da graça com que ele nos cumulou no seu Bem-amado” (Ef 1, 3-6).
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