Caríssimos irmãos, nosso Senhor Jesus Cristo que desde a eternidade é o Criador de todas as coisas, nascendo hoje de sua mãe, tornou-se nosso Salvador. Por sua vontade, nasceu hoje para nós no tempo, a fim de nos conduzir à eternidade do Pai. Deus se fez homem para que o homem se tornasse Deus. Para que o homem comesse o pão dos anjos, o Senhor dos anjos se fez homem.
Hoje se realizou a profecia que diz: “Céus, deixai cair o orvalho das alturas, e que as nuvens façam chover o justo; abra-se a terra e germine o Salvador” (Is 45, 8)! O Criador tornou-se criatura para encontrar o que estava perdido. Por isso, o homem confessa nos salmos: “Antes de ser humilhado, eu pequei (Sl 118, 67). O homem pecou e tornou-se culpado; Deus nasceu como homem para libertar o culpado. O homem caiu, mas Deus desceu. O homem caiu miseravelmente, Deus desceu misericordiosamente; o homem caiu por orgulho, Deus desceu humildemente com a sua graça.
Que maravilha! Que prodígios! Meus irmãos! As leis da natureza são alteradas no homem. Deus nasce, uma virgem concebe, e unicamente a palavra de Deus fecunda a que não se uniu a homem algum. É ao mesmo tempo mãe e virgem; mãe que conserva a integridade virginal, virgem que gera um filho; permanece intacta, porém não infecunda. Só nasceu sem pecado aquele que não foi gerado por homem nem pela concupiscência da carne, mas pela obediência do Espírito Santo.
Santo Agostinho, Bispo e Doutor, Sermão 13 do Tempo do Natal: Deus se fez homem para que o homem se tornasse Deus. PL 39, 1097-1098. In Liturgia das Horas, I, Advento e Natal, 486-487.
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