Assim fala a Sabedoria de Deus: 22“O Senhor me possuiu como primícia de seus caminhos, antes de suas obras mais antigas; 23desde a eternidade fui constituída, desde o princípio, antes das origens da terra. 24Fui gerada quando não existiam os abismos, quando não havia os mananciais das águas, 25antes que fossem estabelecidas as montanhas, antes das colinas fui gerada. 26Ele ainda não havia feito as terras e os campos, nem os primeiros vestígios de terra do mundo. 27Quando preparava os céus, ali estava eu, quando traçava a abóbada sobre o abismo, 28quando firmava as nuvens lá no alto e reprimia as fontes do abismo, 29quando fixava ao mar os seus limites – de modo que as águas não ultrapassassem suas bordas – e lançava os fundamentos da terra, 30eu estava ao seu lado como mestre-de-obras; eu era seu encanto, dia após dia, brincando, todo o tempo, em sua presença, 31brincando na superfície da terra, e alegrando-me em estar com os filhos dos homens”.
2Ó Senhor nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo! 4Contemplando estes céus que plasmastes * e formastes com dedos de artista; vendo a lua e estrelas brilhantes, * 5perguntamos: “Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes * e o tratardes com tanto carinho?” 6Pouco abaixo de Deus o fizestes, * coroando-o de glória e esplendor; 7vós lhe destes poder sobre tudo, * vossas obras aos pés lhe pusestes. 8as ovelhas, os bois, os rebanhos, * todo o gado e as feras da mata; 9passarinhos e peixes dos mares, * todo ser que se move nas águas.
Irmãos: 1Justificados pela fé, estamos em paz com Deus, pela mediação do Senhor nosso, Jesus Cristo. 2Por ele tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus. 3E não só isso, pois nos gloriamos também de nossas tribulações, sabendo que a tribulação gera a constância, 4a constância leva a uma virtude provada, a virtude provada desabrocha em esperança; 5e a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Divino, ao Deus que é, que era e que vem, pelos séculos. Amém.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 12“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. 13Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. 14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra deste Domingo, no qual celebramos a solene festa da Santíssima Trindade, nos revela um dos mistérios mais importantes da nossa religião cristã. Ela nos ensina que o Deus verdadeiro, o Senhor e Criador de todas as coisas, é um Deus único e ao mesmo tempo é formado pelas três pessoas divinas do Pai, do Filho e do Espírito Santo!
Esta doutrina sobre Deus nos foi revelada por Jesus Cristo e foi transmitida pelos Apóstolos. Ela se tornou, assim, um dos fundamentos de nossa fé católica. O dogma da Santíssima Trindade nos revela a verdade fundamental sobre Deus, no qual se crê que o Pai Eterno, o Todo-Poderoso e Criador do céu e da terra, é Deus; que Jesus Cristo, o Filho Unigénito, Salvador e Redentor, é Deus; e que o Espirito Santo, que procede do Pai e do Filho, é Deus! Portanto, conforme o Credo da Igreja Católica, nós cremos num só Deus em Três Pessoas, que é a Santíssima Trindade! Por isso, prestamos um culto de adoração e de louvor ao Deus Uno e Trino, dizendo: “Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Divino, ao Deus que é, que era e que vem, pelos séculos. Amém” (Ap 1, 8).
O termo “Santíssima Trindade”, para designar as Três Pessoas divinas do Pai, do Filho e do Espírito Santo, não foi formulado por Jesus Cristo e nem pelos apóstolos. Ele surgiu mais tarde, com as controvérsias cristológicas sobre a divindade de Cristo, como um termo que designasse essa Trindade de Pessoas num só Deus. Mas, Jesus Cristo tinha o seu modo bem peculiar de ensinar os mistérios divinos, sem utilizar termos técnicos da teologia para revelar a sua doutrina sobre Deus. Por isso, ele nos revelou a Santíssima Trindade, dizendo do seguinte modo: “Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu” (Jo 16, 13-15). Portanto, Jesus ao se referir sobre o Espírito Santo dizia que ele provinha tanto do Pai quanto do Filho. Assim, os três juntos eram um só Deus, formando a Santíssima Trindade!
São Paulo também revelou o mistério da Santíssima Trindade de um modo bem semelhante ao de Cristo, dizendo: “Irmãos: Justificados pela fé, estamos em paz com Deus, pela mediação do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus. E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 1-2; 5).
Em todo caso, caros irmãos, lá no Antigo Testamento o sábio profeta do Livro dos Provérbios, ao revelar a Sabedoria de Deus, ele a apresentou como uma expressão personificada do pensamento divino, como sendo um ser divino gerado por Deus. Por isso, ele disse: “Assim fala a Sabedoria de Deus: “O Senhor me possuiu como primícia de seus caminhos, antes de suas obras mais antigas; desde a eternidade fui constituída, desde o princípio, antes das origens da terra. Fui gerada quando não existiam os abismos. Quando preparava os céus, ali estava eu, quando traçava a abóbada sobre o abismo, eu estava ao seu lado como mestre-de-obras; eu era seu encanto, dia após dia, brincando, todo o tempo, em sua presença” (Pr 8, 22-24; 27; 30). Nestas palavras do profeta foi-nos revelado o Deus Pai Criador e o Filho, a Sabedoria por ele gerada.
Vendo as obras do Deus Criador, que é o Deus Uno e Trino, ficamos extasiados diante das maravilhas de sua criação. Por isso, o louvamos, dizendo: “Ó Senhor nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo! Contemplando estes céus que plasmastes e formastes com dedos de artista” (Sl 8, 2; 4)! E, deste modo, somos levados a glorificar e louvar ao Deus Uno e Trino, dizendo: “Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Divino, ao Deus que é, que era e que vem, pelos séculos. Amém” (Ap 1, 8).
WhatsApp us