O Espírito Santo deu-nos sinais muito claros sobre a divindade de Jesus, especialmente no dia de seu nascimento, ao ser encontrado na gruta de Belém, pelos Reis Magos. Deus mesmo nos revelou, por meio de sinais extraordinários, os mistérios divinos da encarnação de Jesus, que estavam encobertos sob a carne humana de Cristo. Estes sinais revelados pelo Espírito divino, os olhos humanos não conseguem enxergar; mas, os olhos do coração e da fé, iluminados pela graça, são capaz de enxergar.
Desta forma, a solenidade que hoje celebramos, manifesta e revela de muitas formas que Deus veio ao mundo num corpo humano, a fim de que os homens, mergulhados nas trevas deste mundo, não perdessem a esperança de alcançar este bem tão estimável de salvação, por causa de sua ignorância e de sua incredulidade. E assim, este Mistério da Encarnação, que só poderia ser alcançado pela luz da fé e pela graça divina, estivesse ao alcance de toda a humanidade.
Com efeito, aquele que quis nascer para nós, não quis ser ignorado por nós. Por isso, manifestou-se deste modo, para que o grande mistério de seu amor não desse ocasião a um grande erro e a uma desconcertante desilusão.
Hoje os Magos que o procuravam resplandecente nas estrelas, o encontram num berço. Hoje os Magos vêem claramente, envolvido em panos, aquele que há muito tempo procuravam de modo obscuro nos astros.
Hoje os Magos contemplam maravilhados, no presépio, o céu na terra, e a terra no céu; o homem em Deus, e Deus no homem, encerrado no corpo pequenino de uma criança; aquele que o universo não pode conter. Vendo-o, proclamam sua fé e não discutem, oferecendo-lhe místicos presentes; o incenso a Deus para adorá-lo em sua divindade; o ouro ao rei para venerá-lo em sua majestade; e a mirra para reverenciá-lo em sua morte, num digno sepultamento.
Hoje os Magos veneraram o autor da salvação! E o encontraram deitando na manjedoura e o adoraram, ofertando os seus tesouros e seus dons misteriosos.
Assim como os reis Magos, maravilhados com o que viam, também o profeta Isaías proclamava, dizendo: “hoje nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; ele traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: Conselheiro admirável, Deus forte; Pai dos tempos futuros e Príncipe da Paz” (Is 9, 5)!
Cf. São Pedro Crisólogo, Bispo e Doutor (Séc. V). Sermão 160: PL 52, 620-622: Aquele que quis nascer para nós não quis ser ignorado por nós. In Liturgia das Horas, I, Advento e Natal, 523-524.
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