Quando chegou a Plenitude dos Tempos, segundo os desígnios da Divina Providência, conforme o Pensamento e a Vontade do Pai, e de acordo com os planos divinos da criação e da salvação da humanidade, Deus Pai enviou seu Filho amado ao mundo, pelo poder do Espírito Santo! Este é, portanto, o Mistério Divino da Encarnação do Verbo de Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, que nos foi revelado por Deus, quando, na plenitude dos tempos, o Filho de Deus desceu até nós, e assumiu para si um corpo humano como o nosso, no seio da Virgem Maria. A partir deste instante, aquele obscuro e inacessível mistério, que estava até então escondido nos Mistérios Divinos, foi-nos desvendado e revelado pelo próprio Deus, quando a Luz Divina resplandeceu neste mundo, se fez carne, e habitou entre nós!
O Apóstolo Mateus, com palavras muito simples e acessíveis, nos revelou por primeiro este Mistério da Encarnação do Verbo Divino, nestes termos: Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão (Mt 1, 1). Eis que a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente. Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José, filho de Davi, não tenhas receio de receber maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo . Ela dará a luz um filho , e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta Isaías: “Eis que a Virgem ficará grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus-conosco” (Is 7,14;8, 8-10). Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, conforme dissera o profeta Miquéias: E tu Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um príncipe que será o pastor do meu povo, Israel” (Mq 5, 1-3) (Mt 1, 1; 18-23; 2, 6).
A seguir, o Evangelista Lucas descreveu, em poucas palavras, o anúncio profético do Arcanjo Gabriel, a respeito do nascimento de Jesus, dizendo à Virgem Maria: “Alegra-te, cheia de graça! O senhor está contigo”! Ela perturbou-se com estas palavras e começou a pensar qual serua o significado da saudação. O anjo, então disse: “Não tenhas medo Maria! Encontraste graça junto a Deus. Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande; será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. Ele reinará para sempre sobre a descendência de Jacó, e o seu reino não terá fim”. Maria, então, perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem?” O anjo respondeu: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus” (Lc 1, 28-32).
No mesmo Evangelho de Lucas, o sacerdote Zacarias, pai de João Batista, cheio do Espírito Santo, profetizou, dizendo: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque visitou e libertou o seu povo. Ele fez surgir para nós um poderoso salvador na casa de Davi, seu servo, assim como tinha prometido desde os tempos antigos, pela boca dos seus santos profetas: de salvar-nos dos nossos inimigos e da mão de quantos nos odeiam. Ele foi misericordioso com nossos pais: recordou-se de sua santa aliança, e do juramento que fez a nosso pai Abraão, de nos conceder que, sem medo e livres dos inimigos, nós o sirvamos, com santidade e justiça, em sua presença, todos os dias de nossa vida. E tu menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás à frete do Senhor, preparando os seus caminhos, dando a conhecer a seu povo a salvação, com o perdão dos pecados; graças ao coração misericordioso de nosso Deus, que envia o sol nascente do alto para nos visitar, para iluminar os que estão nas trevas, na sombra da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz” (Lc 1, 68-79).
E, por fim, João, o Discípulo Amado de Jesus, revelou, no prólogo do seu Evangelho, o Mistério da Encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo, em termos técnico e teológicos, dizendo: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo era Deus. Ele existia, no princípio, junto de Deus. Tudo foi feito por meio dele, e sem ele nada foi feito de tudo que existe. Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens. E a luz brilhava nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. Esta luz verdadeira veio ao mundo para iluminar a todos! O Verbo estava no mundo e o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o reconheceu. Ele veio para o que era seu, mas os seus não o acolheram. A quantos, porém, o acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus; são os que creem no seu nome. Estes foram gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós! Nós vimos a sua glória, glória que recebe do seu Pai como Filho único, cheio de graça e de verdade. De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. Pois a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer (Jo 1, 1-18). Amém!
“Jesus Cristo, o Verbo de Deus Encarnado, existindo em forma divina, não se apegou ao ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo e tornando-se semelhante ao ser humano. E encontrado em aspecto humano, humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte – e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que, no nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua confesse: Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fl 2, 6-11).
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