Paulo, cheio do Espírito Santo, profetizou dizendo: Ele, o Filho amado do Pai, é a Imagem visível do Deus invisível (Cl 1, 15)! Em Deus, o Filho que é a imagem do Pai, tornou-se o protótipo de todas as criaturas. Todas as obras criadas pela mão divina, teve no Filho o modelo, a imagem e a forma exemplar. Por isso, todas as criaturas, sobretudo os anjos e os homens, têm a Jesus Cristo, o Verbo Divino, como a imagem primordial, no qual tudo foi criado. Como dizia Santo Atanásio: A fim de evitar que o ser humano desconhecesse o seu Criador – embora fosse dotado de espírito racional, capaz de conhecer a Deus e suas criaturas -, Deus deu-lhe a capacidade de conhecê-lo ao fazê-lo partícipe de sua própria imagem, que é o nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, ele os criou à sua imagem e semelhança (Cf. Gn 1, 26-27). Desta forma, por meio de tal graça, conheceriam a imagem, isto é , o Verbo do Pai, e poderiam por ele conceber a ideia do Pai. Esse conhecimento de seu Criador faria com que vivessem verdadeiramente prósperos e felizes (Atanásio, III, 11,3)
Sendo assim, ele se tornou, por vontade de Deus Pai, o Primogênito de toda criatura, pois é nele que foram criadas todas as coisas, no céu e na terra, os seres visíveis e os invisíveis, tronos, dominações, principados, potestades; tudo foi criado por ele e para ele (Cl 1, 15-16)! Embora Jesus Cristo tenha se manifestado no mundo na “Plenitude dos tempos”, ele já existia, na condição de Verbo Divino e Filho de Deus, desde o “Princípio dos tempos”. Antes de Deus Pai criar o tempo e o mundo, Ele trazia, desde o princípio, na eternidade, o seu amado Filho como o protótipo, a imagem, o modelo e a forma exemplar de todas as criaturas, sobretudo ao criar os anjos e os homens. Aquele que apareceu na “Plenitude dos Tempos” – que nasceu em Belém da Judeia, no tempo do Rei Herodes, nascido no seio da família de José e Maria – é o mesmo que já existia no “Princípio dos tempos” na condição de Verbo Divino, Filho de Deus Pai, e Primogênito de toda a criação!
E, em outra passagem da Sagrada Escritura, Paulo, cheio do Espírito Santo, proclamou: Ele, o Nosso Senhor Jesus Cristo, existindo em forma divina não se apegou ao ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo, e tornando-se semelhante ao ser humano (Fl 26-7)!
Santo Atanásio, Padre e Doutor da Igreja, refletindo sobre o Mistério da Encarnação do Verbo Divino, iluminado por uma graça especial, dizia com toda convicção que: O Verbo de Deus incorpóreo, incorruptível, imaterial veio a nossa terra, embora dela não estivesse longe anteriormente (Cf. At 17, 27). De fato, ele não abandonou parte alguma da criação, mas tudo enche, permanecendo, contudo, unido ao Pai (Cf. Ef 4, 6-10). Mas, vem ao mundo e manifesta-se aos homens – tomando um corpo semelhante ao nosso -, movido por condescendência e por amor ao gênero humano (Cf. Atanásio, II, 8,1).
Santo Atanásio, Patriarca e Doutor da Igreja, A encarnação do Verbo, São Paulo, Paulus, 2002, p. 134; 139.
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