Naqueles dias, 9Ana levantou-se, depois de ter comido e bebido em Silo. Ora, o sacerdote Eli estava sentado em sua cadeira à porta do templo do Senhor. 10Ana, com o coração cheio de amargura, orou ao Senhor, derramando copiosas lágrimas. 11E fez a seguinte promessa, dizendo: “Senhor Todo-poderoso, se olhares para a aflição de tua serva e te lembrares de mim, se não te esqueceres da tua escrava e lhe deres um filho homem, eu o oferecerei a ti por todos os dias de sua vida, e não passará navalha sobre a sua cabeça”. 12Como ela se demorasse nas preces diante do Senhor, Eli observava o movimento de seus lábios. 13Ana, porém, apenas murmurava; os seus lábios se moviam, mas não se podia ouvir palavra alguma. Eli julgou que ela estivesse embriagada; 14por isso lhe disse: “Até quando estarás bêbada? Vai tirar essa bebedeira!” 15Ana, porém, respondeu: “Não é isso, meu senhor! Sou apenas uma mulher muito infeliz; não bebi vinho, nem outra coisa que possa embebedar, mas desafoguei a minha alma na presença do Senhor. 16Não julgues a tua serva como uma mulher perdida, pois foi pelo excesso da minha dor e da minha aflição que falei até agora”. 17Eli então lhe disse: “Vai em paz, e que o Deus de Israel te conceda o que lhe pediste”. 18Ela respondeu: “Que tua serva encontre graça diante dos teus olhos”. E a mulher foi embora, comeu e o seu semblante não era mais o mesmo. 19Na manhã seguinte, ela e seu marido levantaram-se muito cedo e, depois de terem adorado o Senhor, voltaram para sua casa em Ramá. Elcana uniu-se a Ana, sua mulher, e o Senhor lembrou-se dela. 20Ana concebeu e, no devido tempo, deu à luz um filho e chamou-o Samuel, porque — disse ela — “eu o pedi ao Senhor”.
Exulta no Senhor meu coração, * e se eleva a minha fronte no meu Deus; Minha boca desafia os meus rivais * porque me alegro com a vossa salvação. 4O arco dos fortes foi dobrado, foi quebrado, * mas os fracos se vestiram de vigor. 5Os saciados se empregaram por um pão, * mas os pobres e os famintos se fartaram. Muitas vezes deu à luz a que era estéril, * mas a mãe de muitos filhos definhou. 6É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, * faz descer à sepultura e faz voltar; 7é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico, * é o Senhor quem nos humilha e nos exalta. 8O Senhor ergue do pó o homem fraco, * e do lixo ele retira o indigente, para fazê-Io assentar-se com os nobres * num lugar de muita honra e distinção.
Estando com seus discípulos em Cafarnaum, Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei. 23Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 24“Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. 25Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!” 26Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. 27E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” 28E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavras de hoje nos mostra que Deus eleva os humildes, fortalece os fracos e concede a mais alta dignidade ao pobre e aos sofredores. Como disse o profeta Samuel: “É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, faz descer à sepultura e faz voltar; é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico, é o Senhor quem nos humilha e nos exalta. O Senhor ergue do pó o homem fraco, e do lixo ele retira o indigente, para fazê-Io assentar-se com os nobres num lugar de muita honra e distinção” (1Sm 2, 6-8).
O primeiro testemunho que nos foi dado nas leituras que ouvimos, foi o caso de Ana, a mãe do profeta Samuel. Ela sentia-se profundamente humilhada e infeliz, por ser estéril e não poder ter a alegria de gerar um filho. Deus ouvindo a sua oração lhe concedeu esta graça, dando-lhe um filho, que foi oferecido a Deus, para servi-lo no Templo.
Assim sendo, Ana, estando no Templo de Silo, orava a Deus pedindo a graça de ter um filho, pois ela era estéril. Por isso, “Ana, com o coração cheio de amargura, orou ao Senhor, derramando copiosas lágrimas. E fez a seguinte promessa, dizendo: “Senhor Todo-poderoso, se olhares para a aflição de tua serva e te lembrares de mim, se não te esqueceres da tua escrava e lhe deres um filho homem, eu o oferecerei a ti por todos os dias de sua vida, e não passará navalha sobre a sua cabeça” (1Sm 1, 10-11). Depois de ser mal compreendida pelo Sumo Sacerdote Eli, recebeu dele as seguintes palavras de conforto, que lhe disse: “Vai em paz, e que o Deus de Israel te conceda o que lhe pediste” (1Sm 1, 17). E, voltando para casa, Elcana uniu-se a Ana, sua mulher, e o Senhor lembrou-se dela. “Ana concebeu e, no devido tempo, deu à luz um filho e chamou-o Samuel, porque — disse ela — “eu o pedi ao Senhor” ((1Sm . 1, 20).
O outro testemunho encontramos no Evangelho de Marcos. Ali, Marcos nos apresentou Jesus, depois de realizar um giro missionário na Galileia, retornando a Cafarnaum, onde morava. Todos os moradores de Cafarnaum o conheciam como um homem qualquer, igual a todos os outros; e nunca haviam percebido nele nada de extraordinário ou sobrenatural. “Porém, estando com seus discípulos em Cafarnaum, Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei” (Mc 1, 21-22). E depois de manifestar os seus poderes extraordinários, ele deu os primeiros sinais da sua condição divina, realizando o milagre da expulsão de um demônio. Ao ouvirem o ensinamento de seu Evangelho e vendo os sinais de seus poderes sobrenaturais, “todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia” (Mc 1, 27-28).
Pois, o Senhor nosso Deus é um Deus que tem olhos para o pobre e para o humilde, fortalece o fraco e salva os que nele esperam, conforme as palavras do profeta Samuel que dizia: “Exulta no Senhor meu coração, e se eleva a minha fronte no meu Deus; porque me alegro com a vossa salvação. É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, faz descer à sepultura e faz voltar; é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico, é o Senhor quem nos humilha e nos exalta. O Senhor ergue do pó o homem fraco, e do lixo ele retira o indigente, para fazê-Io assentar-se com os nobres num lugar de muita honra e distinção” (1Sm 2, 1; 6-8).
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