Eu continuava olhando até que foram colocados uns tronos, e um Ancião de muitos dias aí tomou lugar. Sua veste era branca como neve e os cabelos da cabeça, como lã pura; seu trono eram chamas de fogo, e as rodas do trono, como fogo em brasa. 10Derramava-se aí um rio de fogo que nascia diante dele; serviam-no milhares de milhares, e milhões de milhões assistiam-no ao trono; foi instalado o tribunal e os livros foram abertos. 13Continuei insistindo na visão noturna, e eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho de homem, aproximando-se do Ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua presença. 14Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá.
Deus é Rei! Exulte a terra de alegria, * e as ilhas numerosas rejubilem! 2Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, * que se apoia na justiça e no direito. 5As montanhas se derretem como cera * ante a face do Senhor de toda a terra; 6e assim proclama o céu sua justiça, * todos os povos podem ver a sua glória. 9Porque vós sois o Altíssimo, Senhor, † muito acima do universo que criastes, * e de muito superais todos os deuses.
Caríssimos: 16Não foi seguindo fábulas habilmente inventadas que vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas sim, por termos sido testemunhas oculares da sua majestade. 17Efetivamente, ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando do seio da esplêndida glória se fez ouvir aquela voz que dizia: “Este é o meu Filho bem-amado, no qual ponho o meu bem-querer”. 18Esta voz, nós a ouvimos, vinda do céu, quando estávamos com ele no monte santo. 19E assim se nos tornou ainda mais firme a palavra da profecia, que fazeis bem em ter diante dos olhos, como lâmpada que brilha em lugar escuro, até clarear o dia e levantar-se a estrela da manhã em vossos corações.
Naquele tempo, 2Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. 3Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. 4Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus. 5Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. 6Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. 7Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” 8E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles. 9Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos. 10Eles observaram esta ordem, mas comentavam entre si, o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra celebra hoje a festa da Transfiguração do Senhor! Assim como foi fundamental para a mensagem evangélica de Jesus a sua paixão e sua morte na Cruz, também foi a sua Transfiguração e a sua Ressurreição. Pois, a Transfiguração do Senhor foi o maior testemunho que Jesus deu de sua divindade, demonstrando de forma antecipada a sua ressurreição e a sua glória celestial.
Os três evangelhos sinóticos descreveram este acontecimento supremo e sublime da vida pública de Jesus, antes dos eventos pascais, quando Jesus se transfigurou diante dos três apóstolos Pedro, Tiago e João. Desta forma Jesus revelou alguns traços de sua divindade em seu corpo iluminado por uma luz sobrenatural e divina. Entretanto, os três apóstolos só puderam comentar estes fatos com os outros discípulos, e proclamar ao mundo inteiro este encontro místico e sublime com o Senhor, somente depois de sua ressurreição.
Assim sendo, conforme o testemunho dos três apóstolos, “Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” (Mc 9, 2-3; 7)
Segundo o testemunho do Apóstolo Pedro, esta experiência de ter visto Jesus transfigurado em luz, foi profundamente marcante, deixando impressões muito fortes na sua mente e na sua fé. Pedro, mais tarde em sua carta, deu o seguinte testemunho daquela visão, dizendo: “Não foi seguindo fábulas habilmente inventadas que vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas sim, por termos sido testemunhas oculares da sua majestade. Efetivamente, ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando do seio da esplêndida glória se fez ouvir aquela voz que dizia: “Este é o meu Filho bem-amado, no qual ponho o meu bem-querer”. Esta voz, nós a ouvimos, vinda do céu, quando estávamos com ele no monte santo” (2Pd 1, 16-18).
A visão que os apóstolos tivera de Jesus Cristo no momento da transfiguração no Tabor, foi muito semelhante àquela visão que Daniel teve daquele Ancião de muitos dias, sentado num trono, nos céus (Cfr. Dn 7, 9). Ao descrever aquela visão, Daniel dizia o seguinte: “Eu continuava olhando até que foram colocados uns tronos, e um Ancião de muitos dias aí tomou lugar. Sua veste era branca como neve e os cabelos da cabeça, como lã pura; seu trono eram chamas de fogo, e as rodas do trono, como fogo em brasa. Derramava-se aí um rio de fogo que nascia diante dele; serviam-no milhares de milhares, e milhões de milhões assistiam-no ao trono; foi instalado o tribunal e os livros foram abertos” (Dn 7, 9-10). Por isso, o Cristo que se revelou transfigurado aos apóstolos era o mesmo Cristo Ressuscitado, que apareceu a Daniel na glória celeste.
Nestas visões, Jesus Cristo aparecia em toda a sua glória e majestade real, como o rei do universo, conforme as palavras do salmista, que louvava o Senhor, dizendo: “Deus é Rei! Exulte a terra de alegria, e as ilhas numerosas rejubilem! Porque vós sois o Altíssimo, Senhor, muito acima do universo que criastes, e de muito superais todos os deuses” (Sl 96, 1; 9).
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