Naqueles dias, 4os filhos de Israel partiram do monte Hor, pelo caminho que leva ao mar Vermelho, para contornarem o país de Edom. Durante a viagem o povo começou a impacientar-se, 5e se pôs a falar contra Deus e contra Moisés, dizendo: “Por que nos fizestes sair do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo desse alimento miserável”. 6Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas, que os mordiam; e morreu muita gente em Israel. 7O povo foi ter com Moisés e disse: “Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes”. Moisés intercedeu pelo povo, 8e o Senhor respondeu: “Faze uma serpente abrasadora e coloca-a como sinal sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá”. 9Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a como sinal sobre uma haste. Quando alguém era mordido por uma serpente, e olhava para a serpente de bronze, ficava curado.
Ouvi, Senhor, e escutai minha oração, * e chegue até vós o meu clamor! 3De mim não oculteis a vossa face * no dia em que estou angustiado! Inclinai o vosso ouvido para mim, * ao invocar-vos atendei-me sem demora! 16As nações respeitarão o vosso nome, * e os reis de toda a terra, a vossa glória; 17quando o Senhor reconstruir Jerusalém * e aparecer com gloriosa majestade, 18ele ouvirá a oração dos oprimidos * e não desprezará a sua prece. 19Para as futuras gerações se escreva isto, * e um povo novo a ser criado louve a Deus. 20Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, * e o Senhor olhou a terra do alto céu, 21para os gemidos dos cativos escutar * e da morte libertar os condenados.
Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: 21“Eu parto e vós me procurareis, mas morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir”. 22Os judeus comentavam: “Por acaso, vai-se matar? Pois ele diz: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir?’ ” 23Jesus continuou: “Vós sois daqui de baixo, eu sou do alto. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. 24Disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque, se não acreditais que eu sou, morrereis nos vossos pecados”. 25Perguntaram-lhe pois: “Quem és tu, então?” Jesus respondeu: “O que vos digo, desde o começo. 26Tenho muitas coisas a dizer a vosso respeito, e a julgar também. Mas aquele que me enviou é fidedigno, e o que ouvi da parte dele é o que falo para o mundo”. 27Eles não compreenderam que lhes estava falando do Pai. 28Por isso, Jesus continuou: “Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou. 29Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que é de seu agrado”. 30Enquanto Jesus assim falava, muitos acreditaram nele.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje nos exorta a voltarmos os nossos olhos para a Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo! Deus colocara, para nosso escândalo e confusão, a Cruz bem no centro de seu Plano Divino de Salvação. A Cruz! Sim, é verdade, a Cruz! Nua e crua! Deus adotou-a para si, como instrumento de redenção. Transformou, assim, este instrumento de tortura em instrumento de glória do Cordeiro imolado! Inacreditável! Jesus Cristo a abraçou, exatamente por ser um objeto pavoroso e repulsivo, que nos remete às sensações mais deprimentes: de dor, de sofrimento e de humilhação, para que ele pudesse oferecer ao Pai o mais sublime e supremo sacrifício de amor. Fez dela um instrumento para se obter vida e salvação!
Entretanto, desde sempre Deus já havia projetado realizar o sacrifício de Cristo – para obter a salvação da humanidade e a redenção dos pecadores – através da Cruz. Lá no Paraíso, Deus já havia prefigurado a Cruz na “Árvore da Vida”, conforme o Livro do Gênesis: “Quando o Senhor Deus expulsou Adão e Eva do Jardim do Éden, colocou querubins armados com uma espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da vida” (Gn 3, 24). No livro dos Números, Deus serviu-se da simbologia de uma haste em forma de cruz, pendurando sobre ela uma serpente, para que as pessoas fossem curadas do veneno das serpentes, que os haviam picado, por causa dos pecados cometidos. “O povo foi ter com Moisés e disse: “Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes”. Moisés intercedeu pelo povo, e o Senhor respondeu: ‘Faze uma serpente abrasadora e coloca-a como sinal sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá'” (Nm 21, 8-9).
Jesus Cristo profetizou sobre si mesmo, dizendo que os judeus só haveriam de acreditar nele, depois que o vissem estendido no alto da Cruz, segundo o testemunho de João: “Disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque, se não acreditais que eu sou, morrereis nos vossos pecados”. Por isso, Jesus continuou: ‘Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou”'(Jo 8, 29-30). Assim sendo, Jesus, que, por obediência ao Pai abraçou a Cruz, com amor e resignação, sabendo que esta era a vontade do Pai, e que este era o caminho traçado por Deus, para a salvação da humanidade e para a redenção dos pecadores.
Diante do Cristo crucificado toda a humanidade louva a Deus, por lhe ter aberto a porta da esperança de vida e salvação, dizendo: “Para as futuras gerações se escreva isto, e um povo novo a ser criado louve a Deus. Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, e o Senhor olhou a terra do alto céu, para os gemidos dos cativos escutar e da morte libertar os condenados” (Sl 101, 19-21).
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