Apascenta o teu povo com o cajado da autoridade, o rebanho de tua propriedade, os habitantes dispersos pela mata e pelos campos cultivados; que eles desfrutem a terra de Basã e Galaad, como nos velhos tempos. 15E, como foi nos dias em que nos fizeste sair do Egito, faze-nos ver novos prodígios. 18Qual Deus existe, como tu, que apagas a iniquidade e esqueces o pecado daqueles que são resto de tua propriedade? Ele não guarda rancor para sempre, o que ama é a misericórdia. 19Voltará a compadecer-se de nós, esquecerá nossas iniquidades e lançará ao fundo do mar todos os nossos pecados. 20Tu manterás fidelidade a Jacó e terás compaixão de Abraão, como juraste a nossos pais, desde tempos remotos.
Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, * libertastes os cativos de Jacó. 3Perdoastes o pecado ao vosso povo, * encobristes toda a falta cometida; 4retirastes a ameaça que fizestes, * acalmastes o furor de vossa ira. 5Renovai-nos, nosso Deus e Salvador, * esquecei a vossa mágoa contra nós! 6Ficareis eternamente irritado? * Guardareis a vossa ira pelos séculos? 7Não vireis restituir a nossa vida, * para que em vós se rejubile o vosso povo? 8Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, * concedei-nos também vossa salvação!
Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”. 48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje nos ensina que Jesus veio a este mundo para reconstruir a Casa de Israel e restabelecer a grande Família do Senhor a partir de seus discípulos.
Jesus Cristo, na sua pregação evangélica, sempre foi muito simples, claro e sem meias palavras. Aproveitava-se das coisas concretas da vida para dar a sua mensagem, bem como se servia de certas circunstâncias do momento para expressar certas verdades doutrinais. Embora, este modo de proceder tinham as sua vantagens, mas também poderia melindrar certas sensibilidades humanas. Porém, o modo delicado e respeitoso de Jesus falar, dificilmente provocava um mal-estar nas pessoas. Em todo caso, no Evangelho que acabamos de ouvir, Jesus se serviu da presença de sua mãe e de seus irmãos para ensinar às multidões uma doutrina muito interessante sobre a sua Igreja. Embora ele não rejeitasse a sua mãe e seus irmãos, ele quis deixar claro que ele veio para instaurar no mundo uma nova relação de fraternidade e uma nova comunidade familiar, que até então não existia. De um modo muito simples e espontâneo, Jesus “estendendo a mão para os discípulos, disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt 12, 49-50).
Este modo de falar de Jesus e o seu jeito de proceder com as pessoas faziam crer que ele era o Messias prometido por Deus e anunciado pelos antigos profetas. Pois, eles anunciavam que haveria de vir aquele Messias e Pastor para restaurar a Casa de Israel e restabelecer a família de Jacó. Era, portanto, sobre isto que o profeta Miquéias anunciava, dizendo: “Apascenta o teu povo com o cajado da autoridade, o rebanho de tua propriedade, os habitantes dispersos pela mata e pelos campos cultivados. Qual Deus existe, como tu, que apagas a iniquidade e esqueces o pecado daqueles que são resto de tua propriedade? Ele não guarda rancor para sempre, o que ama é a misericórdia. Voltará a compadecer-se de nós, esquecerá nossas iniquidades e lançará ao fundo do mar todos os nossos pecados. Tu manterás fidelidade a Jacó e terás compaixão de Abraão, como juraste a nossos pais, desde tempos remotos” (Mq 7, 14; 18-20).
Portanto, caros irmãos, Jesus Cristo dizendo que estava reunindo em torno de si uma nova família – formada por pessoas vindas da grande família de Abraão e de Jacó -, ele estava anunciando a criação de uma nova comunidade familiar, bem mais ampla, formada por discípulos obedientes a Deus Pai, que se tratariam mutuamente como irmãos, como disse Jesus: “Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt 12, 50). E estas palavras confirmavam a profecia de Miquéias, que dizia: “Tu manterás fidelidade a Jacó e terás compaixão de Abraão, como juraste a nossos pais, desde tempos remotos” (Mq 7, 20).
E, finalmente, o Espírito Santo confirmou tudo isto que foi dito, anunciando que a Família de Deus seria restaurada somente depois que os filhos de Jacó recebessem o perdão de seus pecados e acolhessem a salvação que vem de Deus, em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, dizendo: “Perdoastes o pecado ao vosso povo, encobristes toda a falta cometida; Renovai-nos, nosso Deus e Salvador, esquecei a vossa mágoa contra nós! Não vireis restituir a nossa vida, para que em vós se rejubile o vosso povo? Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, concedei-nos também vossa salvação” (Sl 84, 3; 5; 7-8)!
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