Filho, se decidires servir o Senhor, permanece na justiça e no temor e prepara a tua alma para a provação. 2Mantém o teu coração firme e sê constante, inclina teu ouvido e acolhe as palavras de inteligência, e não te assustes no momento da contrariedade. 3Suporta as demoras de Deus, agarra-te a ele e não o deixes, para que sejas sábio em teus caminhos. 4Tudo o que te acontecer, aceita-o, e sê constante na dor; e nas contrariedades de tua pobre condição, sê paciente. 5Pois é no fogo que o ouro e a prata são provados e, no cadinho da humilhação, os homens agradáveis a Deus. 6Crê em Deus, e ele cuidará de ti; endireita os teus caminhos e espera nele. Conserva o seu temor, e nele envelhecerás. 7Vós que temeis o Senhor, contai com a sua misericórdia e não vos desvieis, para não cair. 8Vós, que temeis o Senhor, confiai nele, e a recompensa não vos faltará. 9Vós, que temeis o Senhor, esperai coisas boas: alegria duradoura e misericórdia. 10Vós, que temeis o Senhor, amai-o, e vossos corações ficarão iluminados. 11Considerai, filhos, as gerações passadas e vede: Quem confiou no Senhor e ficou desiludido? 12Quem permaneceu nos seus mandamentos e foi abandonado? Quem o invocou e foi por ele desprezado? 13Pois o Senhor é compassivo e misericordioso, perdoa os pecados no tempo da tribulação, e protege a todos os que o procuram com sinceridade.
Confia no Senhor e faze o bem, * e sobre a terra habitarás em segurança. 4Coloca no Senhor tua alegria, * e ele dará o que pedir teu coração. 18O Senhor cuida da vida dos honestos, * e sua herança permanece eternamente. 19Não serão envergonhados nos maus dias, * mas nos tempos de penúria, saciados. 27Afasta-te do mal e faze o bem, * e terás tua morada para sempre. 28Porque o Senhor Deus ama a justiça, * e jamais ele abandona os seus amigos. Os malfeitores hão de ser exterminados, * e a descendência dos malvados destruída. 39A salvação dos piedosos vem de Deus; * ele os protege nos momentos de aflição. 40O Senhor lhes dá ajuda e os liberta, † defende-os e protege-os contra os ímpios, * e os guarda porque nele confiaram.
Naquele tempo, 30Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, 31pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará”. 32Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar. 33Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “O que discutíeis pelo caminho?” 34Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior. 35Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” 36Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a disse: 37“Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me envio”.
Caríssimos discípulos e discípulas de Cristo! Os Evangelistas foram unânimes em dar grande relevo aos fatos da paixão, morte e ressurreição de Cristo, cuja morte aconteceria de forma extremamente trágica, sofrida e cruel. A sua morte seria precedida pela tortura e deveria acontecer em meio aos tormentos da crucificação. Ele haveria de morrer pregado numa cruz! Mas, depois de tudo, ele haveria de ser libertado da morte pela ressurreição. Jesus Cristo, por diversas vezes tocou neste assunto – os próprios evangelistas registraram ao menos três momentos na pregação de Jesus, referindo-se à sua morte e ressurreição – no qual anunciava profeticamente os acontecimentos derradeiros de sua vida, cá entre nós.
No Evangelho de Marcos, na passagem que acabamos de ler, Jesus demonstrou que estes eventos da sua crucificação, morte e ressurreição fariam parte dos fundamentos da sua doutrina evangélica. E ele, ao tocar repetidas vezes este assunto, deixava entrever que ali estava sendo realizado o grande Mistério de Salvação da humanidade, no qual o Cordeiro Divino, o nosso Senhor Jesus Cristo, estava sendo sacrificado e oferecido em oblação a Deus Pai, em favor de todos os homens! Por isso ele tocava neste assunto com muito cuidado, em locais distantes das multidões, para que os seus discípulos entendessem que estes eventos eram, para Jesus, de máxima importância na nova religião que ele estava instaurando! Por isso, Jesus, enquanto caminhava com seus discípulos, atravessando a Galileia, ensinava os seus Apóstolos sobre os acontecimentos futuros de sua paixão, morte e ressurreição. “Ele não queria que ninguém soubesse disso, pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará” (Mc . 9, 30-32).
Os profetas e sábios antigos eram unânimes em dizer que a vida do homem sábio e justo deveria ser provado pelo sofrimento. Como dizia o Eclesiástico: “Filho, se decidires servir o Senhor, permanece na justiça e no temor e prepara a tua alma para a provação. Suporta as demoras de Deus, agarra-te a ele e não o deixes, para que sejas sábio em teus caminhos. Tudo o que te acontecer, aceita-o, e sê constante na dor; e nas contrariedades de tua pobre condição, sê paciente. Pois é no fogo que o ouro e a prata são provados e, no cadinho da humilhação, os homens agradáveis a Deus. Crê em Deus, e ele cuidará de ti” (Eclo 2, 1-6). E o profeta completou, dizendo: “Confia no Senhor e faze o bem, e sobre a terra habitarás em segurança. A salvação dos piedosos vem de Deus; ele os protege nos momentos de aflição” (Sl 36, 3; 39).
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