O Senhor viu que havia crescido a maldade do homem na terra, e como os projetos do seu coração tendiam sempre para o mal. 6Então o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem na terra e ficou com o coração muito magoado, 7e disse: “Vou exterminar da face da terra o homem que criei; e com ele, os animais, os répteis e até as aves do céu, pois estou arrependido de os ter feito!” 8Mas Noé encontrou graça aos olhos do Senhor. 7,1O Senhor disse a Noé: “Entra na arca com toda a tua família, pois tu és o único homem justo que vejo no meio desta geração. 2De todos os animais puros toma sete casais, machos e fêmeas, e dos animais impuros, um casal, macho e fêmea. 3Também das aves do céu tomarás sete casais, machos e fêmeas, para que suas espécies se conservem vivas sobre a face da terra. 4Pois, dentro de sete dias, farei chover sobre a terra, quarenta dias e quarenta noites, e exterminarei da superfície da terra
todos os seres vivos que fiz”. 5Noé fez tudo o que o Senhor lhe havia ordenado. 10E, passados os sete dias, caíram sobre a terra as águas do dilúvio.
Filhos de Deus, tributai ao Senhor,* tributai-lhe a glória e o poder! 2Dai-lhe a glória devida ao seu nome;* adorai-o com santo ornamento! 3Eis a voz do Senhor sobre as águas,* sua voz sobre as águas imensas! 4Eis a voz do Senhor com poder!* Eis a voz do Senhor majestosa. 3Sua voz no trovão reboando!* 9No seu templo os fiéis bradam: “Glória!” 10É o Senhor que domina os dilúvios,* o Senhor reinará para sempre! 11Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!
Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos.
Naquele tempo, 14os discípulos tinham se esquecido de levar pães. Tinham consigo na barca apenas um pão. 15Então Jesus os advertiu: “Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”. 16Os discípulos diziam entre si: “É porque não temos pão”. 17Mas Jesus percebeu e perguntou-lhes: “Por que discutis sobre a falta de pão? Ainda não entendeis e nem compreendeis? Vós tendes o coração endurecido? 18Tendo olhos, vós não vedes, e tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais 19de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas? Quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?” Eles responderam: “Doze”. 20Jesus perguntou: E quando reparti sete pães com quatro mil pessoas, quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços? Eles responderam: “Sete.” 21Jesus disse: “E vós ainda não compreendeis?”
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra nos coloca, outra vez, diante do mistério da iniquidade. As leituras que nós ouvimos, nos apresentam como o mal e o pecado foram, sorrateiramente, conquistando mais pessoas para o lado deles e foram se avolumando de uma forma assustadora. Diante disto, lá nos tempos antigos, Deus decidiu dar um fim a tudo isto com o dilúvio. Jesus Cristo, em todo caso, advertia os discípulos a não se misturarem com os iníquos e hipócritas, para não se corromperem com suas malvadezas.
No Evangelho que acabamos de ouvir, Jesus começou a falar com seus discípulos de um modo meio obscuro e misterioso, fazendo com que eles não conseguissem compreender as suas palavras. Na verdade Jesus não falava de coisas misteriosas e nem em parábolas. Ele estava os advertindo a terem um cuidado muito especial em relação aos fariseus e aos herodianos, por causa da sua hipocrisia e da sua soberba, dizendo-lhes: “Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes” (Mc 8, 15).
A advertência que Jesus fez aos seus discípulos era pertinente, mas não foi devidamente compreendida. A imagem do fermento era uma alegoria já bem conhecida pelos apóstolos. Jesus já o utilizara em outras circunstâncias. Embora, na fabricação do pão, o fermento fosse uma coisa boa, fazendo-o crescer e aumentar de volume, a partir de dentro. Por isso, assim como o fermento aumenta e incha o pão, a partir de dentro, ele se tornou, para Jesus Cristo, uma boa imagem para significar a soberba e a hipocrisia. A soberba é aquele mal que certas pessoas são acometidas, quando elas começam a tomarem-se a si mesmas com ares grandiosos. Assim, cheias de presunção, estufam o peito e ficam inchadas por dentro, desenvolvendo pensamento vãos de orgulho. E, sobretudo, o mal da soberba unido à hipocrisia tornam o homem obstinado e duro de coração. Por isso, elas tem o poder de perverter e corromper as melhores pessoas, transformando-as em pessoas iníquas e perversas. Por este motivo, Jesus advertia os seus apóstolos, sobre esta peste, dizendo: “Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes” (Mc 8, 15).
É justamente a soberba, a vanglória, a presunção, a prepotência, a hipocrisia e todas suas consequência, que transformam o justo numa pessoa iníqua, um homem bom num malfeitor, um santo num perverso! Foi exatamente isso que aconteceu com toda a humanidade, quando Deus se sentiu profundamente desapontado e magoado, ao perceber que o ser humano, sua mais amada criatura, preferiu abandoná-lo, ao deixar-se corromper pelo fermento da iniquidade, que havia pervertido e corrompido toda a humanidade. Assim sendo, “o Senhor viu que havia crescido a maldade do homem na terra, e como os projetos do seu coração tendiam sempre para o mal. Então o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem na terra e ficou com o coração muito magoado” (Gn 6, 6). Deus, então, decidiu exterminá-la, porque a humanidade se obstinara no mal, encontrando-se totalmente embriagada no vício e no fermento da soberba, e em toda sorte de iniquidades! Somente Noé foi salvo, por ter sido encontrado na justiça e no temor a Deus, isento do mal, e de não ter se deixado contaminar pelo veneno da soberba e da hipocrisia.
Um ótimo remédio contra a iniquidade da soberba e da hipocrisia é a sinceridade e a humildade. Sem deixar-se levar pela tentação da ambiguidade, da duplicidade de vida e pelo fingimento, apresentando-se diante de Deus da mesma forma como se apresenta diante dos homens. Aí, então, a sua adoração e o culto a Deus será agradável a ele, fazendo com que ele virá em seu favor, derramando as suas bênçãos, como disse o profeta: “Filhos de Deus, tributai ao Senhor, tributai-lhe a glória e o poder! Dai-lhe a glória devida ao seu nome; É o Senhor que domina os dilúvios, o Senhor reinará para sempre! Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo” (Sl 28, 1-2; 10-11)!
Pois, somente quem ama a Deus e guarda a sua palavra, consegue afastar-se de toda iniquidade, como disse Jesus: “Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos” (Jo 14 ,2).
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