Naqueles dias, 25Azarias, parou e, de pé, começou a rezar; abrindo a boca no meio do fogo, disse: 34“Oh! não nos desampares nunca, nós te pedimos, por teu nome, não desfaças tua aliança 35nem retires de nós tua benevolência, por Abraão, teu amigo, por Isaac, teu servo, e por Israel, teu Santo, 36aos quais prometeste multiplicar a descendência como estrelas do céu e como areia que está na beira do mar; 37Senhor, estamos hoje reduzidos ao menor de todos os povos, somos hoje o mais humilde em toda a terra, por causa de nossos pecados; 38neste tempo estamos sem chefes, sem profetas, sem guia, não há holocausto nem sacrifício, não há oblação nem incenso, não há um lugar para oferecermos em tua presença as primícias, e encontrarmos benevolência; 39mas, de alma contrita e em espírito de humildade, sejamos acolhidos, e como nos holocaustos de carneiros e touros 40e como nos sacrifícios de milhares de cordeiros gordos, assim se efetue hoje nosso sacrifício em tua presença, e tu faças que nós te sigamos até ao fim; não se sentirá frustrado quem põe em ti sua confiança. 41De agora em diante, queremos, de todo o coração, seguir-te, temer-te, buscar tua face; 42não nos deixes confundidos, mas trata-nos segundo a tua clemência e segundo a tua imensa misericórdia; 43liberta-nos com o poder de tuas maravilhas e torna teu nome glorificado, Senhor”.
Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos,* e fazei-me conhecer a vossa estrada! 5Vossa verdade me oriente e me conduza,* porque sois o Deus da minha salvação. 6Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura * e a vossa compaixão que são eternas! 7De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia* e sois bondade sem limites, ó Senhor! 8O Senhor é piedade e retidão,* e reconduz ao bom caminho os pecadores. 9Ele dirige os humildes na justiça,* e aos pobres ele ensina o seu caminho.
Naquele tempo, 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’ 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo’. 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo! e eu te pagarei’. 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.
Caríssimos irmãos! A Liturgia da Palavra nos coloca diante de duas questões distintas: Uma é aquela que se encontra no Livro de Daniel e do Salmo 24; a outra questão é aquela que Pedro colocou para Jesus, no Evangelho de Mateus.
Na primeira questão, o justo Azarias, em meio às chamas de uma enorme fogueira, na qual tinha sido lançado de forma injusta e cruel, elevou a sua voz a Deus, em nome de todo o povo, numa oração cheia de fé, de confiança e de humilde arrependimento, dizendo: “Oh! não nos desampares nunca, nós te pedimos, por teu nome, não desfaças tua aliança nem retires de nós tua benevolência. Somos hoje o povo mais humilde em toda a terra, por causa de nossos pecados. Mas, de alma contrita e em espírito de humildade, sejamos acolhidos. De agora em diante, queremos, de todo o coração, seguir-te, temer-te, buscar tua face; não nos deixes confundidos, mas trata-nos segundo a tua clemência e segundo a tua imensa misericórdia; liberta-nos com o poder de tuas maravilhas e torna teu nome glorificado, Senhor” (Dn 3, 25.34-43). E o Salmista, seguindo Azarias em sua oração, também proclamou a misericórdia de nosso Deus, dizendo: “O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho” (Sl 24, 8-9).
São Pedro, por sua vez, inverteu a questão, perguntando ao Mestre Divino: qual seria a orientação de Jesus aos seus discípulos, quando estes forem gravemente ofendido e maltratados. O que fazer? E qual atitude tomar, sobretudo quando o malfeitor for reincidente e começar a se prevalecer diante da vítima? Eis a questão: “Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: ‘Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’ Jesus respondeu: ‘Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”’. Jesus, portanto, respondeu dizendo que o perdão deve ser irrestrito, e jamais se deve praticar a vingança. Porém, em outros momentos da vida, Jesus Cristo deu vários exemplos de como se deve lidar com estas situações desagradáveis, sem faltar com o respeito e com a caridade!
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