Irmãos, 1não estou mentindo, mas, em Cristo, digo a verdade, apoiado no testemunho do Espírito Santo e da minha consciência. 2Tenho no coração uma grande tristeza e uma dor contínua, 3a ponto de desejar ser eu mesmo segregado por Cristo em favor de meus irmãos, os de minha raça. 4Eles são israelitas. A eles pertencem a filiação adotiva, a glória, as alianças, as leis, o culto, as promessas 5e também os patriarcas. Deles é que descende, quanto à sua humanidade, Cristo, o qual está acima de todos — Deus bendito para sempre! — Amém!
Glorifica o Senhor, Jerusalém! * Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! 13Pois reforçou com segurança as tuas portas, * e os teus filhos em teu seio abençoou; 14a paz em teus limites garantiu * e te dá como alimento a flor do trigo. 15Ele envia suas ordens para a terra, * e a palavra que ele diz corre veloz. 19Anuncia a Jacó sua palavra, * seus preceitos suas leis a Israel. 20Nenhum povo recebeu tanto carinho, * a nenhum outro revelou os seus preceitos.
Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 2Diante de Jesus, havia um hidrópico. 3Tomando a palavra, Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus: “A Lei permite curar em dia de sábado, ou não?” 4Mas eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o. 5Depois lhes disse: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?” 6E eles não foram capazes de responder a isso.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra nos coloca diante de um espantoso paradoxo que se verificou naquela geração de judeus, nos tempos de Jesus e dos apóstolos. Por um lado os judeus foram agraciados com os melhores dons divinos e foram privilegiados por uma herança fabulosa, própria de um filho primogênito. Como disse Paulo: “Eles são israelitas. A eles pertencem a filiação adotiva, a glória, as alianças, as leis, o culto, as promessas e também os patriarcas. Deles é que descende, quanto à sua humanidade, Cristo, o qual está acima de todos — Deus bendito para sempre” (Rm 9, 4-5)! O profeta Davi, maravilhado diante dos benefícios divinos conferidos aos judeus, elevou a Deus um canto de louvor, por ter tratado Israel com tanto carinho, muito acima de qualquer outro povo, dizendo: “Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou; a paz em teus limites garantiu e te dá como alimento a flor do trigo. Ele envia suas ordens para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz. Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos” (Sl 147, 12-15; 19-20). Porém, apesar de tudo isto, aquela geração de judeus demonstrara uma incredulidade espantosa, deixando o próprio Jesus Cristo e o apóstolo Paulo impressionados, com tamanha cegueira e obstinação. Pois, toda a elite judaica e os chefes do povo se tornara refratária, incrédula e inimiga de Jesus e dos apóstolos, deixando-se conduzir por um ódio mortal contra eles. Jesus fazia os milagres, não com o intuito de provocá-los, mas convertê-los. Através dos milagres ele queria demonstrar-lhes a sua condição divina. Revelando-lhes, assim, que ele era o mesmo Deus dos judeus, de Moisés e de Abraão. Foi ele quem lhes dera a Lei, que eles tanto defendiam. Um dos exemplos mais absurdos desta incredulidade foi quando, “num dia de sábado, Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus: “A Lei permite curar em dia de sábado, ou não?” Mas eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o. Depois lhes disse: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?” E eles não foram capazes de responder a isso” (Lc 14, 3-6). Entretanto, por incrível que pareça, a inveja e a hipocrisia os pervertera de tal modo, impedindo-lhes qualquer possibilidade de conversão e de salvação. São Paulo, indignado e confuso diante desta situação – ardendo de amor e de zelo pelo povo judeu -, disse que ele preferia perder a sua própria salvação, se isto revertesse em conversão e salvação de Israel, dizendo: “Irmãos, não estou mentindo, mas, em Cristo, digo a verdade, apoiado no testemunho do Espírito Santo e da minha consciência. Tenho no coração uma grande tristeza e uma dor contínua, a ponto de desejar ser eu mesmo segregado por Cristo em favor de meus irmãos, os de minha raça” (Rm 9, 1-3).
WhatsApp us