Irmãos, 18estou ciente que o bem não habita em mim, isto é, na minha carne. Pois eu tenho capacidade de querer o bem, mas não de realizá-lo. 19Com efeito, não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero. 20Ora, se faço aquilo que não quero, então já não sou eu que estou agindo, mas o pecado que habita em mim. 21Portanto, descubro em mim esta lei: Quando quero fazer o bem, é o mal que se me apresenta. 22Como homem interior ponho toda a minha satisfação na lei de Deus; 23mas sinto em meus membros outra lei, que luta contra a lei da minha razão e me aprisiona na lei do pecado, essa lei que está em meus membros. 24Infeliz que eu sou! Quem me libertará deste corpo de morte? 25aGraças sejam dadas a Deus, por Jesus Cristo, nosso Senhor.
Dai-me bom senso, retidão, sabedoria, * pois tenho fé nos vossos santos mandamentos! 68Porque sois bom e realizais somente o bem, * ensinai-me a fazer vossa vontade! 76Vosso amor seja um consolo para mim, * conforme a vosso servo prometestes. 77Venha a mim o vosso amor e viverei, * porque tenho em vossa lei o meu prazer! 93Eu jamais esquecerei vossos preceitos, * por meio deles conservais a minha vida. 94Vinde salvar-me, ó Senhor, eu vos pertenço! *
Porque sempre procurei vossa vontade.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois, revelaste os mistérios do teu Reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores!
Naquele tempo, 4Jesus dizia às multidões: “Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem chuva. E assim acontece. 55Quando sentis soprar o vento do sul, logo dizeis que vai fazer calor. E assim acontece. 56Hipócritas! Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente? 57Por que não julgais por vós mesmos o que é justo? 58Quando, pois, tu vais com o teu adversário apresentar-te diante do magistrado, procura resolver o caso com ele enquanto estais a caminho. Senão ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao guarda, e o guarda te jogará na cadeia. 59Eu te digo: daí tu não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.
Abramos nossos olhos para os mistérios do Reino de Deus e para os mistérios do pecado!
Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo! A Liturgia da Palavra quer abrir os nossos olhos para alguns mistérios da nossa vida aqui neste mundo, e que exigem de nós um esforço de inteligência para compreender tais coisas. Jesus Cristo quis nos revelar os mistérios do Reino de Deus; e São Paulo nos revelou o mistério da iniquidade que habita em nossos membros carnais.
Jesus, no Evangelho que acabamos de ouvir, exortava os seus discípulos a fazerem um esforço de inteligência muito grande, para decifrar e interpretar aquilo que ele chamava de “Sinais dos Tempos”; quando dizia: “Hipócritas! Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente? Por que não julgais por vós mesmos o que é justo” (Lc 12, 56-57)? Jesus reagiu com uma certa impaciência e indignação diante dos seus discípulos, por demonstrarem uma certa preguiça mental em não querer refletir bem, e não perceber os desígnios divinos nos sinais que Deus costuma dar aos seus amigos. Pois Deus dá, aos que estão abertos à graça divina e à luz de sua Sabedoria, a manifestação de sua vontade e dos seus desígnios!
Depois de chamar os seus discípulos a abrirem os olhos de suas mentes, para reconhecerem os mistérios divinos que estavam sendo revelados a eles, Jesus voltou os seus olhos para o alto e dirigiu a Deus Pai a seguinte oração: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois, revelaste os mistérios do teu Reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores” (Mt 11, 25)! Portanto, os “sinais do tempos” que os Senhor Jesus estava revelando, e que os discípulos deviam saber interpretar e perceber, eram, na verdade, os sinais deste Reino de Deus que Jesus estavam instaurando no mundo. Era necessário e justo que os apóstolos já estivessem em condições de perceber estes sinais espirituais deste Reino, que Jesus, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores estava implantando no meio dos homens.
Já São Paulo, na Carta aos Romanos, demonstrou uma certa confusão e um certo escândalo por se perceber tão frágil e impotente diante das forças do mal e do pecado. E ele percebeu, indignado, que dentro dele combatiam forças e inclinações contraditórias que se opunham entre si. Cujas forças e inclinações psicológicas, estreitamente vinculados com as concupiscências da carne, o induziam ao pecado. Então, levado por esta reflexão, São Paulo revelou-nos este mistério da iniquidade que morava dentro dele, dizendo: “Eu descubro em mim esta lei: Quando quero fazer o bem, é o mal que se me apresenta. Como homem interior ponho toda a minha satisfação na lei de Deus; mas sinto em meus membros outra lei, que luta contra a lei da minha razão e me aprisiona na lei do pecado, essa lei que está em meus membros” (Rm 7, 21-24).
Embora em seu espírito Paulo reconhecesse que estivesse plenamente justificado de seus pecados, e trazia dentro de si o Espírito Santo, também reconhecia que trazia em sua carne as inclinações perversas do pecado. Tomando ciência disto, ele exclamou, dizendo: “Infeliz que eu sou! Quem me libertará deste corpo de morte? Graças sejam dadas a Deus, por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 7, 25).
O Salmista nos exortou a buscarmos um estilo de vida pautado nos mandamentos divinos, para que, desta forma, consigamos levar uma vida na retidão, na sabedoria e na fidelidade a Deus, dizendo: “Dai-me bom senso, retidão, sabedoria, pois tenho fé nos vossos santos mandamentos! Porque sois bom e realizais somente o bem, ensinai-me a fazer vossa vontade! Eu jamais esquecerei vossos preceitos, por meio deles conservais a minha vida. Vinde salvar-me, ó Senhor, eu vos pertenço! Porque sempre procurei vossa vontade” (Sl 118, 67-68; 93-94).
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