Eu ouvi as injúrias de tantos homens e os vi espalhando o medo em redor: “Denunciai-o, denunciemo-lo”. Todos os amigos observavam minhas falhas: “Talvez ele cometa um engano e nós poderemos apanhá-lo e desforrar-nos dele”. 11Mas o Senhor está ao meu lado, como forte guerreiro; por isso, os que me perseguem cairão vencidos. Por não terem tido êxito, eles se cobrirão de vergonha. Eterna infâmia, que nunca se apaga! 12Ó Senhor dos exércitos, que provas o homem justo e vês os sentimentos do coração, rogo-te me faças ver tua vingança sobre eles; pois eu te declarei a minha causa. 13Cantai ao Senhor, louvai o Senhor, pois ele salvou a vida de um pobre homem das mãos dos maus.
Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, * 3minha rocha, meu refúgio e Salvador! Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga, † minha força e poderosa salvação, * sois meu escudo e proteção: em vós espero! 4Invocarei o meu Senhor: a ele a glória! * e dos meus perseguidores serei salvo! 5Ondas da morte me envolveram totalmente, * e as torrentes da maldade me aterraram; 6os laços do abismo me amarraram * e a própria morte me prendeu em suas redes. 7Ao Senhor eu invoquei na minha angústia * e elevei o meu clamor para o meu Deus; de seu Templo ele escutou a minha voz, * e chegou a seus ouvidos o meu grito.
Naquele tempo, 31os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. 32E ele lhes disse: “Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me quereis apedrejar?” 33Os judeus responderam: “Não queremos te apedrejar por causa das obras boas, mas por causa de blasfêmia, porque sendo apenas um homem, tu te fazes Deus!” 34Jesus disse: “Acaso não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’? 35Ora, ninguém pode anular a Escritura: se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, 36por que então me acusais de blasfêmia, quando eu digo que sou Filho de Deus, eu a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo? 37Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim. 38Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais acreditar em mim, acreditai nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai”. 39Outra vez procuravam prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles. 40Jesus passou para o outro lado do Jordão, e foi para o lugar onde, antes, João tinha batizado. E permaneceu ali. 41Muitos foram ter com ele, e diziam: “João não realizou nenhum sinal, mas tudo o que ele disse a respeito deste homem, é verdade”. 42E muitos, ali, acreditaram nele.
Caríssimos discípulos e discípulas do Cristo Crucificado! Hoje, a Liturgia da Palavra nos propõe um grande desafio, dizendo o seguinte: Todos aqueles que quiserem ser autênticos cristãos, discípulos de Cristo, serão frequentemente incompreendido, maltratado, rejeitado e até perseguido por muitas pessoas que convivem com ele. Ou seja, se alguém de nós quiser ter uma conduta de vida irrepreensível, conformando-a de acordo com a Palavra de Deus e de acordo com a sua vontade, este, seguramente terá grande dificuldade de viver este estilo de vida, ao lado de pessoas que não estão dispostas a viver da mesma forma.
As leituras que ouvimos, quer seja do livro do Profeta Jeremia, O Salmo 17, ou do Evangelho de São João, todos eles são unânimes em dizer que o justo haverá de ser perseguido e maltratado pelos ímpios. Embora possa parecer que, por algum momento, o Senhor tenha abandonado o justo na mão dos malfeitores – por se ver angustiado debaixo das mãos pesadas dos malvados -, é certo que ele não tardará em proteger e amparar o justo, defendendo-o da sanha dos perversos. O Salmista nos deu o seguinte testemunho: “Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e ele escutou a minha voz. Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, minha rocha, meu refúgio e Salvador! Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga, minha força e poderosa salvação, sois meu escudo e proteção: em vós espero! Invocarei o meu Senhor: a ele a glória! e dos meus perseguidores serei salvo” (Sl 17, 2-7)!
E, esta perseguição e estes maus-tratos se tornam ainda mais agudos, quando este justo também é profeta, anunciando a Palavra de Deus, e denunciando as perversidades dos ímpios. Quem nos deu um belo testemunho, desta escandalosa e angustiante situação, foi o profeta Jeremias, dizendo: “Eu ouvi as injúrias de tantos homens e os vi espalhando o medo em redor: “Denunciai-o, denunciemo-lo”. Todos os amigos observavam minhas falhas: “Talvez ele cometa um engano e nós poderemos apanhá-lo e desforrar-nos dele” (Jr 20, 10). O profeta, apavorado diante de seus perseguidores, elevou a Deus o seu clamor, colocando em sua mãos a sua causa. Ele estava certo de que seria protegido por Deus, e que o Senhor haveria de vingá-lo, castigando todos os seus perseguidores, dizendo: “Mas o Senhor está ao meu lado, como forte guerreiro; por isso, os que me perseguem cairão vencidos. Por não terem tido êxito, eles se cobrirão de vergonha. Eterna infâmia, que nunca se apaga! Ó Senhor dos exércitos, que provas o homem justo e vês os sentimentos do coração, rogo-te me faças ver tua vingança sobre eles; pois eu te declarei a minha causa” (Jr 20, 11-12).
Em todo caso, esta perseguição se torna mais infame e escandalosa, quando o perseguido, além de ser justo e profeta, ele é verdadeiramente o Filho de Deus, na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. Neste caso, a perseguição e os maus-tratos provém de pessoas que ele menos esperava – os seus irmãos no judaísmo, os sacerdotes, os mestres da lei e os fariseus -, instigados pelo Maligno. Estes ímpios, movidos pelas piores paixões humanas, cheios de inveja, ira, prepotência, covardia e hipocrisia; todos juntos agridem, insultam e ameaçam Jesus Cristo de morte. Vejamos o testemunho de São João, dizendo: “Naquele tempo, os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. E ele lhes disse: “Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me quereis apedrejar?” Os judeus responderam: “Não queremos te apedrejar por causa das obras boas, mas por causa de blasfêmia, porque sendo apenas um homem, tu te fazes Deus!” Jesus disse: “Acaso não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’? Ora, ninguém pode anular a Escritura: se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, por que então me acusais de blasfêmia, quando eu digo que sou Filho de Deus, eu a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo? Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim. Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais acreditar em mim, acreditai nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai”. Outra vez procuravam prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles. Jesus passou para o outro lado do Jordão, e foi para o lugar onde, antes, João tinha batizado. E permaneceu ali” (Jo 10, 31-41).
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