Irmãos, 1que vantagem diremos ter obtido Abraão, nosso pai segundo a carne? 2Pois se Abraão se tornou justo em virtude das obras, está aí seu motivo de glória… mas não perante Deus! 3Com efeito, o que diz a Escritura? “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça”. 4Ora, para quem faz um trabalho, o salário não é creditado como um presente gratuito, mas como uma dívida. 5Porém, para a pessoa que, em vez de fazer um trabalho, crê naquele que torna justo o ímpio, a sua fé lhe é creditada como atestado de justiça. 6É assim que Davi declara feliz o homem a quem Deus credita a justiça independentemente das obras: 7“Felizes aqueles cujas transgressões foram remidas e cujos pecados foram perdoados; 8feliz o homem do qual Deus não leva em conta o pecado”.
1Vós sois para mim proteção e refúgio, eu canto bem alto a vossa salvação. Feliz o homem que foi perdoado * e cuja falta já foi encoberta! 2Feliz o homem a quem o Senhor † não olha mais como sendo culpado,* e em cuja alma não há falsidade! 5Eu confessei, afinal, meu pecado, * e minha falta vos fiz conhecer. Disse: “Eu irei confessar meu pecado!” * E perdoastes, Senhor, minha falta. 11Regozijai-vos, ó justos, em Deus, † e no Senhor exultai de alegria! * Corações retos, cantai jubilosos!
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
Naquele tempo, 1milhares de pessoas se reuniram, a ponto de uns pisarem os outros. Jesus começou a falar, primeiro a seus discípulos: “Tomai cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2Não há nada de escondido, que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido. 3Portanto, tudo o que tiverdes dito na escuridão, será ouvido à luz do dia; e o que tiverdes pronunciado ao pé do ouvido, no quarto, será proclamado sobre os telhados. 4Pois bem, meus amigos, eu vos digo: não tenhais medo daqueles que matam o corpo, não podendo fazer mais do que isto. 5Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de tirar a vida, tem o poder de lançar-vos no inferno. Sim, eu vos digo, a este temei. 6Não se vendem cinco pardais por uma pequena quantia? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. 7Até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais”.
Felizes aqueles cujas transgressões foram redimidas e cujos pecados foram perdoados (Rm 4, 7)!
Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo nosso Redentor! A Liturgia da Palavra nos apresentou algumas orientações muito úteis para que sejamos justificados de nossos pecados, mediante a nossa fé em Jesus Cristo. E assim, realizando uma sincera conversão de vida, rompendo com todos os vícios e pecados, seremos salvos e poderemos ser acolhidos por Deus no caminho de salvação e da vida eterna.
Antes de tudo, caros irmãos, o apóstolo São Paulo, na Carta aos Romanos, nos exortou a termos fé em Jesus Cristo, para sermos devidamente justificados de nossos pecados. Pois, segundo Paulo, “o homem é justificado pela fé” (Rm 3, 28). Por isso, era necessário que o pecador tivesse fé em Jesus Cristo, para que a graça de Deus o justificasse de seus pecados. Para confirmar este argumento, Paulo utilizou os exemplos de Abraão e de Davi, dizendo: “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça. Ora, para quem faz um trabalho, o salário não é creditado como um presente gratuito, mas como uma dívida. Porém, para a pessoa que, em vez de fazer um trabalho, crê naquele que torna justo o ímpio, a sua fé lhe é creditada como atestado de justiça. É desta forma que Davi declarou feliz o homem a quem Deus credita a justiça independentemente das obras” (Rm 4, 3-6).
Por isso, para concluir este argumento da sua doutrina sobre a redenção dos pecadores, Paulo afirmou que toda verdadeira conversão – que provoca o perdão dos pecados e a justificação do pecador – somente acontece num coração sincero e verdadeiro, no qual a graça da fé no Redentor e no Salvador Jesus Cristo pode agir. Este, uma vez perdoado por Deus, poderá desfrutar daquela genuína e perfeita felicidade, como disse Paulo: “felizes aqueles cujas transgressões foram remidas e cujos pecados foram perdoados; e feliz o homem do qual Deus não leva em conta o pecado” (Rm 4, 7-8).
O profeta Davi deu-nos um belo testemunho de conversão e de arrependimento de seus pecados. Tendo se arrependido sinceramente de suas iniquidades ele os confessou a Deus, dizendo: “Eu confessei, afinal, meu pecado, e minha falta vos fiz conhecer. Disse então: ‘Eu irei confessar meu pecado!’ E perdoastes, Senhor, minha falta” (Sl 31, 5; 11)! E, depois de ser devidamente justificado e purificado de seus pecados, Davi elevou o seu coração a Deus, repleto de alegria e gratidão, dizendo-lhe: “Feliz o homem que foi perdoado e cuja falta já foi encoberta! Feliz o homem a quem o Senhor não olha mais como sendo culpado, e em cuja alma não há falsidade! Regozijai-vos, ó justos, em Deus, e no Senhor exultai de alegria” (Sl 31, 1-2; 11)!
Jesus Cristo, no Evangelho que acabamos de ouvir, advertia os seus discípulos a tomarem um cuidado todo especial com a hipocrisia. Por isso, Jesus dizia-lhes: “Tomai cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia” (Lc 12, 1). Pois, na verdade, Jesus sabia que as pessoas que costumavam tratar os seus próprios pecados com dissimulação e hipocrisia estavam sempre querendo justificar-se a si mesmas nas suas iniquidades, encobrindo-as com um véu de falsidades e de fingimentos. Estas pessoas, contudo, dificilmente se arrependiam e não buscavam o perdão divino; pois elas pensam que enganam a Deus da mesma forma que elas se enganam a si mesmas e aos outros.
Para acautelar os seu discípulos diante da hipocrisia, Jesus lhes disse: “Não há nada de escondido, que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido. Portanto, tudo o que tiverdes dito na escuridão, será ouvido à luz do dia; e o que tiverdes pronunciado ao pé do ouvido, no quarto, será proclamado sobre os telhados(Lc 12, 2-3).
E, finalmente, para estimular a coragem e a confiança em Deus dos seus discípulos, Jesus os exortou a manterem-se firmes na verdade da fé que professavam, mesmo que isto os levasse a sofrerem hostilidades e perseguições, ou até perderem a vida. Por isso Jesus lhes disse: “Pois bem, meus amigos, eu vos digo: não tenhais medo daqueles que matam o corpo, não podendo fazer mais do que isto. Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de tirar a vida, tem o poder de lançar-vos no inferno. Sim, eu vos digo, a este temei” (Lc 12, 4-5).
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