Naqueles dias, 4todos os anciãos de Israel se reuniram, foram procurar Samuel em Ramá, 5e disseram-lhe: “Olha, tu estás velho, e teus filhos não seguem os teus caminhos. Por isso, estabelece sobre nós um rei, para que exerça a justiça entre nós, como se faz em todos os povos”. 6Samuel não gostou, quando lhe disseram: “Dá-nos um rei, para que nos julgue”. E invocou o Senhor. 7O Senhor disse a Samuel: “Atende a tudo o que o povo te diz. Porque não é a ti que eles rejeitam, mas a mim, para que eu não reine mais sobre eles”. 10Samuel transmitiu todas as palavras do Senhor ao povo, que lhe pedira um rei, 11e disse: “Estes serão os direitos do rei que reinará sobre vós: Tomará vossos filhos e os encarregará dos seus carros de guerra e dos seus cavalos e os fará correr à frente do seu carro. 12Fará deles chefes de mil, e de cinquenta homens, e os empregará em suas lavouras e em suas colheitas, na fabricação de suas armas e de seus carros. 13Fará de vossas filhas suas perfumistas, cozinheiras e padeiras. 14Tirará os vossos melhores campos, vinhas e olivais e os dará aos seus funcionários. 15Das vossas colheitas e das vossas vinhas ele cobrará o dízimo, e o destinará aos seus eunucos e aos seus criados. 16Tomará também vossos servos e servas, vossos melhores bois e jumentos, e os fará trabalhar para ele. 17Exigirá o dízimo de vossos rebanhos, e vós sereis seus escravos. 18Naquele dia, clamareis ao Senhor por causa do rei que vós mesmos escolhestes, mas o Senhor não vos ouvirá”. 19Porém, o povo não quis dar ouvidos às razões de Samuel, e disse: “Não importa! Queremos um rei, 20pois queremos ser como todas as outras nações. O nosso rei administrará a justiça, marchará à nossa frente e combaterá por nós em todas as guerras”. 21Samuel ouviu todas as palavras do povo e repetiu-as aos ouvidos do Senhor. 22Mas o Senhor disse-lhe: “Faze-lhes a vontade, e dá-lhes um rei”.
2Ó Senhor eu cantarei eternamente o vosso amor. 16Quão feliz é aquele povo que conhece a alegria; * seguirá pelo caminho, sempre à luz de vossa face! 17Exultará de alegria em vosso nome dia a dia, * e com grande entusiasmo exaltará vossa justiça. 18Pois sois vós, ó Senhor Deus, a sua força e sua glória, * é por vossa proteção que exaltais nossa cabeça. 19Do Senhor é o nosso escudo, ele é nossa proteção, * ele reina sobre nós, é o Santo de Israel!
Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo, aleluia!
Alguns dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. 2E reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar, nem mesmo diante da porta. E Jesus anunciava-lhes a Palavra. 3Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. 4Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. 5Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os teus pecados estão perdoados”. 6Ora, alguns mestres da Lei, que estavam ali sentados, refletiam em seus corações: 7“Como este homem pode falar assim? Ele está blasfemando: ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus”. 8Jesus percebeu logo o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: “Por que pensais assim em vossos corações? 9O que é mais fácil: dizer ao paralítico: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te, pega a tua cama e anda’? 10Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados, — disse ele ao paralítico: — 11eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!” 12O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje nos revela que o Povo de Israel tinha a Deus como o seu rei, que governava através do Juízes. Porém, o povo se rebelou contra o reinado de Deus, e pediu a Samuel que lhe desse um rei igual aos reis de outros povos. Quando Jesus veio a este mundo, ele restabeleceu o reinado divino sobre Israel, e sobre toda a humanidade, instaurando o Reino de Deus.
O Povo de Israel foi governado nos tempos antigos, por longos anos, pelo próprio Deus como seu Rei. E quando ocorria alguma crise ou eram ameaçado por povos estrangeiros o Senhor suscitava Juízes, que governavam o povo e dirigiam os exércitos em seu lugar. Este modo de viver durou muitos anos e o Povo de Israel era feliz por se sentir governado e protegido por Deus, como seu rei e pastor. Assim sendo, para expressar a alegria do povo diante de seu divino Rei, o Salmista cantava e louvava a Deus, recitando o Salmo 88, reconhecendo as maravilhas realizadas pelo seu Rei e Senhor, em favor do Povo de Israel. Pois, todo o povo se sentia feliz e bem protegido sob o governo do Senhor, como um rei bondoso e amoroso, dizendo: “Ó Senhor eu cantarei eternamente o vosso amor. Quão feliz é aquele povo que conhece a alegria; seguirá pelo caminho, sempre à luz de vossa face! Pois sois vós, ó Senhor Deus, a sua força e sua glória, é por vossa proteção que exaltais nossa cabeça. Do Senhor é o nosso escudo, ele é nossa proteção, ele reina sobre nós, é o Santo de Israel” (Sl 88, 2; 16; 18-19)!
Porém, o Povo de Israel se rebelou contra o reinado de Deus e quis que Samuel – que era Juiz em Israel – lhe desse um rei semelhante aos reis dos povos estrangeiros, dizendo: “Olha, tu estás velho, e teus filhos não seguem os teus caminhos. Por isso, estabelece sobre nós um rei, para que exerça a justiça entre nós, como se faz em todos os povos Samuel não gostou, quando lhe disseram: “Dá-nos um rei, para que nos julgue”. E invocou o Senhor. O Senhor disse a Samuel: “Atende a tudo o que o povo te diz. Porque não é a ti que eles rejeitam, mas a mim, para que eu não reine mais sobre eles”. (1Sm 8, 5-7). Mesmo Samuel dizendo-lhe o quanto este rei iria prejudicá-lo, espoliando-o de seus bens e tiranizando-o com uma dura servis, nenhuma razão fez com que os chefes do povo mudassem de opinião. Por isso, eles disseram: “Não importa! Queremos um rei, pois queremos ser como todas as outras nações. O nosso rei administrará a justiça, marchará à nossa frente e combaterá por nós em todas as guerras”. Samuel ouviu todas as palavras do povo e repetiu-as aos ouvidos do Senhor. Mas o Senhor disse-lhe: “Faze-lhes a vontade, e dá-lhes um rei” (!Sm 8, 19-22).
Depois de muitos séculos, Deus enviou Jesus Cristo, o filho de Davi, para restaurar o reinado de Deus sobre o Povo de Israel, instaurando, assim, um reino universal e eterno, que se estenderia sobre toda a humanidade. Porém, este reino já não seria apenas restrito ao Reino de Israel, mas seria chamado Reino de Deus. Assim como este Reino de Deus seria de ordem espiritual e eterna, Jesus Cristo haveria de ser Rei e Messias que governaria um Novo Povo, formado de discípulos e de pessoas que se convertessem a ele e que acreditassem nele. Deste modo, Jesus Cristo se apresentava como o grande profeta e rei que fora prometido como o Messias. E muitos do povo vendo Jesus falar e realizar os prodígios, exclamavam com alegria, dizendo: “Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo” (Lc 7,16)!
Por isso, Jesus começou a governar o seu povo, arrebanhando multidões ao seu redor, pela pregação de sua palavra, pelo perdão dos pecados e pela realização de muitos sinais e milagres. Por isso, “Naqueles dias, Jesus entrou de novo em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. E reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar, nem mesmo diante da porta. E Jesus anunciava-lhes a Palavra. Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens. Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão, abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os teus pecados estão perdoados” (Mc 2, 1-5).
Por fim, para demonstrar a sua majestade divina, Jesus disse: “Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados, — disse ele ao paralítico: — eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!” O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim” (Mc 2, 10-12).
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