Naqueles dias, 5Ana estava sentada, observando atentamente o caminho por onde devia chegar seu filho. 6Percebeu que ele se aproximava e disse ao pai: “Teu filho está chegando, e com ele o homem que o acompanhou”. 7Antes que Tobias se aproximasse do pai, Rafael lhe disse: “Estou certo de que seus olhos se abrirão. 8Aplica-lhe nos olhos o fel do peixe. O remédio fará que as manchas brancas se contraiam e se desprendam de seus olhos. Teu pai vai recuperar a vista e enxergará a luz”. 9Ana correu, atirou-se ao pescoço do filho e disse: “Voltei a ver-te, meu filho, agora posso morrer!” E chorou. 10Tobit levantou-se e, tropeçando, atravessou a porta do pátio. 11Tobias foi ao seu encontro, tendo na mão o fel do peixe. Soprou-lhe nos olhos e, segurando-o, disse: “Confiança, pai!” Derramou o remédio e esfregou-o. 12Depois, com ambas as mãos, tirou-lhe as películas dos cantos dos olhos. 13Então, Tobit caiu-lhe ao pescoço, chorando e dizendo: “Eu te vejo, meu filho, luz de meus olhos!” 14E acrescentou: “Bendito seja Deus! Bendito seja o seu grande nome! Benditos sejam todos os seus santos anjos por todos os séculos! 15Porque, se ele me castigou, agora vejo o meu filho Tobias!” A seguir, Tobit entrou com Ana em sua casa, louvando e bendizendo a Deus em alta voz por tudo o que lhes tinha acontecido. E Tobias contou ao pai como tinha sido boa a viagem deles por obra do Senhor Deus, como haviam trazido o dinheiro e como se tinha casado com Sara, filha de Raguel. Aliás, ela já se aproximava das portas de Nínive. 16Tobit e Ana alegraram-se muito e saíram ao encontro da nora, às portas da cidade. Vendo-o andar a passos largos e com toda a firmeza, sem que ninguém o conduzisse pela mão, os ninivitas se admiraram. 17E diante deles Tobit louvava e bendizia a Deus, em alta voz, por ter sido misericordioso para com ele e por lhe ter aberto os olhos. E, aproximando-se de Sara, mulher de seu filho Tobias, abençoou-a e disse: “Bem-vinda sejas, minha filha! E bendito seja o teu Deus, filha, que te trouxe para junto de nós! Abençoado seja o teu pai, abençoado o meu filho Tobias e abençoada sejas tu, minha filha! Entra em tua casa com saúde, a ti bênção e alegria! Entra, minha filha!” E naquele dia foi grande o contentamento entre todos os judeus que se encontravam em Nínive.
1. Bendirei ao Senhor toda a vida, / cantarei ao meu Deus sem cessar!. 2O Senhor é fiel para sempre, / faz justiça aos que são oprimidos; 3O Senhor abre os olhos aos cegos, / o Senhor faz erguer-se o caído; / o Senhor ama aquele que é justo. 4Ele ampara a viúva e o órfão, / mas confunde os caminhos dos maus. / O Senhor reinará para sempre! † Ó Sião, o teu Deus reinará / para sempre e por todos os séculos!
Naquele tempo, 35Jesus ensinava no templo, dizendo: “Como é que os mestres da Lei dizem que o Messias é filho de Davi? 36O próprio Davi, movido pelo Espírito Santo, falou: ‘Disse o Senhor ao meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos debaixo dos teus pés’. 37Portanto, o próprio Davi chama o Messias de Senhor. Como é que ele pode então ser seu filho?” E uma grande multidão o escutava com prazer.
Caríssimos irmãos e irmãs, em Cristo, o Messias e Senhor! O Espírito Santo, tanto no livro de Tobias quanto no salmo 145, que acabamos de ouvir, demonstrou toda a sua sabedoria e e bondade em relação ao justo e àquele que o serve lealmente.
Ele não o desampara em meio às tribulações, e nem o entrega nas mãos dos maus. Por um momento ele permite que o justo sofra e seja provado; porém, assim que lhe aprouver, o justo terá a libertação dos males e, então, será aliviado de suas aflições, pela mão poderosa e misericordiosa de Deus. Depois de narrar as hostilidades que Tobit sofrera por causa de suas obras de misericórdia e ter passado pela terrível provação de sua cegueira, o Espírito Santo fez as seguintes ponderações: “Deus permitiu que lhe acontecesse essa prova, para que a sua paciência, como a do santo Jó, servisse de exemplo à posteridade. Como havia sempre temido a Deus, desde a sua infância e guardado os seus mandamentos, ele não se afligiu e nem murmurou contra Deus quando lhe atingiu a cegueira. Mas perseverou firme no temor de Deus e continuou dando graças a Deus, em todos os dias de sua vida. E ainda, quando era insultado pelos outros, ele dizia: ‘Nós somos filhos dos santos patriarcas e esperamos a vida que Deus há de dar aos que não perdem jamais a sua confiança nele'” (Tb 2, 12-14).
Sara também, esperava a recompensa de Deus, após passar por provações. Inspirada pelo Espírito Santo, Sara disse em sua oração: “Senhor, não está em nossas mãos penetrar os vossos desígnios. Mas todos aquele que vos honra tem a certeza de que sua vida, se for provada, será coroada; que depois da tribulação haverá a libertação e que se houver castigo, haverá também acesso à vossa misericórdia” (Tb20-22). Pois, “o Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos que são oprimidos. O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor faz erguer-se o caído; o Senhor ama aquele que é justo (Sl 145, 2-3).
Depois de passarem por todas as tribulações, Deus, em sua misericórdia, amparou o justo Tobit e sua serva Sara, devolvendo-lhes a alegria de viver. “E Tobit louvava e bendizia a Deus, em alta voz, por ter sido misericordioso para com ele e por lhe ter aberto os olhos. E, aproximando-se de Sara, mulher de seu filho Tobias, abençoou-a e disse: “Bem-vinda sejas, minha filha! E bendito seja o teu Deus, filha, que te trouxe para junto de nós! Abençoado seja o teu pai, abençoado o meu filho Tobias e abençoada sejas tu, minha filha! Entra em tua casa com saúde, a ti bênção e alegria! Entra, minha filha!” E naquele dia foi grande o contentamento entre todos os judeus que se encontravam em Nínive” (Tb. 11, 17).
Em relação ao Evangelho que acabamos de ouvir, vemos Jesus que se encontrava no Templo de Jerusalém, pregando à multidão que lá estava aglomerada no Templo, para as festas da Páscoa. Embora Jesus soubesse que os sumos sacerdotes, os chefes do povo, os escribas e fariseus o odiassem e tramavam a sua morte, mesmo sem a autorização deles, ele continuou a pregar no Templo, pois “a multidão o escutava com prazer” ((Mc 12, 37). Ele dizia com palavras muito simples, utilizando-se da Sagrada Escritura para provar que ele era o Messias e Senhor, dizendo: “Como é que os mestres da Lei dizem que o Messias é filho de Davi? O próprio Davi, movido pelo Espírito Santo, falou: ‘Disse o Senhor ao meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos debaixo dos teus pés’. Portanto, o próprio Davi chama o Messias de Senhor. Como é que ele pode então ser seu filho” (Mc 12, 35-37).
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