Caríssimos, 2graça e paz vos sejam concedidas abundantemente, porque conheceis Deus e Jesus, nosso Senhor. 3O seu divino poder nos deu tudo o que contribui para a vida e para a piedade, mediante o conhecimento daquele que, pela sua própria glória e virtude, nos chamou. 4Por meio de tudo isso nos foram dadas as preciosas promessas, as maiores que há, a fim de que vos tornásseis participantes da natureza divina, depois de libertos da corrupção, da concupiscência no mundo. 5Por isso mesmo, dedicai todo o esforço em juntar à vossa fé a virtude, à virtude o conhecimento, 6ao conhecimento o autodomínio, ao autodomínio a perseverança, à perseverança a piedade, 7à piedade o amor fraterno e ao amor fraterno, a caridade.
Quem habita ao abrigo do Altíssimo * e vive à sombra do Senhor onipotente, 2diz ao Senhor: “Sois meu refúgio e proteção, * sois o meu Deus, no qual confio inteiramente”. 14“Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo * e protegê-lo, pois meu nome ele conhece. 15Ao invocar-me hei de ouvi-lo e atendê-lo, * a seu lado eu estarei em suas dores. Hei de livrá-lo e de glória coroá-lo, † 16vou conceder-lhe vida longa e dias plenos, * e vou mostrar-lhe minha graça e salvação”.
Naquele tempo, 1Jesus começou a falar aos sumos sacerdotes, mestres da Lei e anciãos, usando parábolas: “Um homem plantou uma vinha, cercou-a, fez um lagar e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou a vinha a alguns agricultores, e viajou para longe. 2Na época da colheita, ele mandou um empregado aos agricultores para receber a sua parte dos frutos da vinha. 3Mas os agricultores pegaram no empregado, bateram nele, e o mandaram de volta sem nada. 4Então o dono da vinha mandou de novo mais um empregado. Os agricultores bateram na cabeça dele e o insultaram. 5Então o dono mandou ainda mais outro, e eles o mataram. Trataram da mesma maneira muitos outros, batendo em uns e matando outros. 6Restava-lhe ainda alguém: seu filho querido. Por último, ele mandou o filho até aos agricultores, pensando: ‘Eles respeitarão meu filho’. 7Mas aqueles agricultores disseram uns aos outros: ‘Esse é o herdeiro. Vamos matá-lo, e a herança será nossa’. 8Então agarraram o filho, o mataram, e o jogaram fora da vinha. 9Que fará o dono da vinha? Ele virá, destruirá os agricultores, e entregará a vinha a outros. 10Por acaso, não lestes na Escritura: ‘A pedra que os construtores deixaram de lado, tornou-se a pedra mais importante; 11isso foi feito pelo Senhor e é admirável aos nossos olhos’?” 12Então os chefes dos judeus procuraram prender Jesus, pois compreenderam que havia contado a parábola para eles. Porém, ficaram com medo da multidão e, por isso, deixaram Jesus e foram-se embora.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra nos revela o plano misterioso de Deus de abandonar as lideranças do do Povo de Israel para constituir um Novo Povo, administrado por novas lideranças estabelecidas pelo próprio Jesus Cristo. Este Novo Povo de Deus é a sua Igreja, que foi estabelecida com novas lideranças, formadas por Cristo e seus Apóstolos.
No Evangelho que ouvimos, nós vemos Jesus Cristo diante das principais autoridades do Povo Judeu. Ali, diante deles, “Jesus começou a falar aos sumos sacerdotes, mestres da Lei e anciãos, usando parábolas” (Mc 12, 1). E a parábola que Jesus lhes contou dizia respeito a eles mesmos e aos líderes do povo judeu desde a muitos séculos… Há muito tempo eles vinham provocando a paciência e a ira divina contra eles. A sua dureza de coração, a perversidade e a desobediência aos mandamentos divinos, a começar pelos chefes do povo clamavam sobre eles a Justiça e a punição divina. Pois, a indignação divina sobre eles chegou a tal ponto, por causa da incredulidade e dos maus tratos praticados contra os profetas, que levou Jesus a dizer-lhes: “Mas os agricultores pegaram no empregado, bateram nele, e o mandaram de volta sem nada. Então o dono da vinha mandou de novo mais um empregado. Os agricultores bateram na cabeça dele e o insultaram. Então o dono mandou ainda mais outro, e eles o mataram. Trataram da mesma maneira muitos outros, batendo em uns e matando outros” (Mc 12, 3-5).
Todos os líderes do Povo de Israel – os sumos sacerdotes, mestres da Lei e anciãos – chegaram ao cúmulo da incredulidade e da perversidade, com aquele modo brutal e desumano de tratar Jesus Cristo, que era o Filho de Deus. Por isso Jesus disse, conforme a parábola: “Por último, ele mandou o filho até aos agricultores, pensando: ‘Eles respeitarão meu filho’. Mas aqueles agricultores disseram uns aos outros: ‘Esse é o herdeiro. Vamos matá-lo, e a herança será nossa’. Então agarraram o filho, o mataram, e o jogaram fora da vinha. Que fará o dono da vinha? Ele virá, destruirá os agricultores, e entregará a vinha a outros” (Mc 12, 6-9).
Jesus Cristo, numa derradeira tentativa de os converter, os acusou e os denunciou em seus crimes que estavam cometendo contra a pessoa do Filho de Deus, com toda mansidão e firmeza. Porém, vendo-os endurecidos na incredulidade e na perversidade, Jesus lhes revelou, naquele momento, que Deus os abandonara em seus pecados, e decidira estabelecer um outro povo para si, com outras bases e outros fundamentos. Por isso, Jesus disse: “Que fará o dono da vinha? Ele virá, destruirá os agricultores, e entregará a vinha a outros. Por acaso, não lestes na Escritura: ‘A pedra que os construtores deixaram de lado, tornou-se a pedra mais importante; isso foi feito pelo Senhor e é admirável aos nossos olhos’? Então os chefes dos judeus procuraram prender Jesus, pois compreenderam que havia contado a parábola para eles. Porém, ficaram com medo da multidão e, por isso, deixaram Jesus e foram-se embora” (Mc 12, 9-12).
São Pedro, na sua segunda carta dirigida aos cristãos e aos líderes da Igreja, dizia o seguinte: “Caríssimos, graça e paz vos sejam concedidas abundantemente, porque conheceis Deus e Jesus, nosso Senhor. O seu divino poder nos deu tudo o que contribui para a vida e para a piedade, mediante o conhecimento daquele que, pela sua própria glória e virtude, nos chamou. Por meio de tudo isso nos foram dadas as preciosas promessas, as maiores que há, a fim de que vos tornásseis participantes da natureza divina, depois de libertos da corrupção, da concupiscência no mundo” (2Pd 1, 2-4). Por isso, este Novo Povo, instaurado por Cristo neste mundo, deveria estar inteiramente empenhado em manter uma conduta de vida de tal modo agradável a Deus, para que pudesse alcançar a salvação e, assim, partilhar da natureza divina, na vida eterna, no céu.
E este Novo Povo de Deus, conduzido por Cristo e pelos Apóstolos, cante ao Senhor, dizendo: “Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra do Senhor onipotente, diz ao Senhor: “Sois meu refúgio e proteção, sois o meu Deus, no qual confio inteiramente”. Ao invocar-me hei de ouvi-lo e atendê-lo, a seu lado eu estarei em suas dores. Hei de livrá-lo e de glória coroá-lo, vou conceder-lhe vida longa e dias plenos, e vou mostrar-lhe minha graça e salvação” (Sl 90, 1-2; 15-16).
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