“Eu te suplico, Senhor, Deus grande e terrível, que preservas a aliança e a benevolência aos que te amam e cumprem teus mandamentos; 5temos pecado, temos praticado a injustiça e a impiedade, temos sido rebeldes, afastando-nos de teus mandamentos e de tua lei; 6não temos prestado ouvidos a teus servos, os profetas, que, em teu nome, falaram a nossos reis e príncipes, a nossos antepassados e a todo o povo do país. 7A ti, Senhor, convém a justiça; e a nós, hoje, resta-nos ter vergonha no rosto: seja ao homem de Judá, aos habitantes de Jerusalém e a todo Israel, seja aos que moram perto e aos que moram longe, de todos os países, para onde os escorraçaste por causa das infidelidades cometidas contra ti. 8A nós, Senhor, resta-nos ter vergonha no rosto: a nossos reis e príncipes, e a nossos antepassados, pois que pecamos contra ti; 9mas a ti, Senhor, nosso Deus, cabe misericórdia e perdão, pois nos temos rebelado contra ti, 10e não ouvimos a voz do Senhor, nosso Deus, indicando-nos o caminho de sua lei, que nos propôs mediante seus servos, os profetas”.
Não lembreis as nossas culpas do passado, † mas venha logo sobre nós vossa bondade, * pois estamos humilhados em extremo. 9Ajudai-nos, nosso Deus e Salvador! † Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! * Por vosso nome, perdoai nossos pecados! 11Até vós chegue o gemido dos cativos: † libertai com vosso braço poderoso * os que foram condenados a morrer! 13Quanto a nós, vosso rebanho e vosso povo, † celebraremos vosso nome para sempre, * de geração em geração vos louvaremos.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 36“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. 37Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. 38Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.
Caríssimos irmãos em Cristo! A Liturgia da Palavra nos coloca diante do autêntico espírito da Quaresma, ou seja, ela desperta em nós as boas disposições para o arrependimento de nossos pecados, para a penitência e, assim, voltar a viver a vida cristã com ânimo e coragem, fortalecidos pela graça divina.
Nas palavras do profeta Daniel foi-nos apresentado um belo testemunho de alguém que, falando em nome do povo judeu, reconheceu que a situação de angústia, humilhação e sofrimento que eles estavam passando, eram por culpa de seus próprios pecados. O povo judeu estava, de fato, envergonhado e arrependido de seus crimes. O profeta Daniel, ao mesmo tempo em que falava diante de Deus, ele também se dirigia ao povo, fazendo-lhe um convite muito delicado para que todos os que, eventualmente, cometeram algum pecado grave, reconhecessem humildemente os seus atos, e se pusessem diante de Deus com um espírito contrito, demonstrando vergonha e arrependimento dos próprios pecados cometidos.
Por isso, Daniel, falando em nome do povo, clama a Deus, dizendo: “Eu te suplico, Senhor, Deus grande e terrível, que preservas a aliança e a benevolência aos que te amam e cumprem teus mandamentos; temos pecado, temos praticado a injustiça e a impiedade, temos sido rebeldes, afastando-nos de teus mandamentos e de tua lei; não temos prestado ouvidos a teus servos, os profetas, que, em teu nome, falaram a nossos reis e príncipes, a nossos antepassados e a todo o povo do país. A ti, Senhor, convém a justiça; e a nós, hoje, resta-nos ter vergonha no rosto: seja ao homem de Judá, aos habitantes de Jerusalém e a todo Israel, seja aos que moram perto e aos que moram longe, de todos os países, para onde os escorraçaste por causa das infidelidades cometidas contra ti” (Dn 9, 4-7).
Esta deve ser, na verdade, a atitude normal de todo fiel cristão que reconhece que pecou. Este é o espírito da Quaresma: despertar a compunção, o arrependimento, a vergonha e a humildade ao se confrontar consigo mesmo e reconhecer-se pecador! Pois, somente desta forma podemos nos colocar diante deste nosso Deus, cheios de confiança, porque ele é misericórdia e compaixão, sempre pronto a nos perdoar, desde que estejamos sinceramente e humildemente arrependidos de nossas faltas. Por isso, todos nós neste tempo da quaresma somos convidados a elevar a Deus a seguinte oração: “Não lembreis as nossas culpas do passado, mas venha logo sobre nós vossa bondade, pois estamos humilhados em extremo. Ajudai-nos, nosso Deus e Salvador” (Sl 78, 8-9)!
Jesus, no Evangelho, garantia que o Deus de misericórdia estaria sempre pronto a perdoar aos que, por sua vez, fossem misericordiosos com os seus semelhantes que o ofenderam! Ele nos advertia a imitá-lo nestas questões: antes de ter uma atitude rigorista de julgar e condenar o pecador que nos ofendeu, estejamos prontos a perdoar e a relevar as ofensas sofridas, dizendo: “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos” (Lc 6, 36-38).
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