Naqueles dias, 8surgiu um novo rei no Egito, que não tinha conhecido José, 9e disse ao seu povo: “Olhai como o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós. 10Vamos agir com prudência em relação a ele, para impedir que continue crescendo e, em caso de guerra, se una aos nossos inimigos, combata contra nós e acabe por sair do país”. 11Estabeleceram inspetores de obras, para que o oprimissem com trabalhos penosos; e foi assim que ele construiu para o Faraó as cidades-entrepostos Pitom e Ramsés. 12Mas, quanto mais o oprimiam, tanto mais se multiplicava e crescia. 13Obcecados pelo medo dos filhos de Israel, os egípcios impuseram-lhes uma dura escravidão. 14E tornaram-lhes a vida amarga pelo pesado trabalho da preparação do barro e dos tijolos, com toda a espécie de trabalhos dos campos e outros serviços que os levavam a fazer à força. 22O Faraó deu esta ordem a todo o seu povo:
“Lançai ao rio Nilo todos os meninos hebreus recém-nascidos, mas poupai a vida das meninas”.
Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, * que o diga Israel neste momento; 2se o Senhor não estivesse ao nosso lado, * quando os homens investiram contra nós, 3com certeza nos teriam devorado * no furor de sua ira contra nós. 4Então as águas nos teriam submergido, * a correnteza nos teria arrastado, 5e então, por sobre nós teriam passado * essas águas sempre mais impetuosas. 6Bendito seja o Senhor, que não deixou * cairmos como presa de seus dentes! 7Nossa alma como um pássaro escapou * do laço que lhe armara o caçador; o laço arrebentou-se de repente, * e assim nós conseguimos libertar-nos. 8O nosso auxílio está no nome do Senhor, * do Senhor que fez o céu e fez a terra!
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 34“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada. 35De fato, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. 36E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares. 37Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim. 38Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. 39Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. 40Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. 41Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta. E quem recebe um justo, por ser justo, receberá a recompensa de justo. 42Quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa”. 11,1Quando Jesus acabou de dar essas instruções
aos doze discípulos, partiu daí, a fim de ensinar e pregar nas cidades deles.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Sagrada Escritura, ao relatar a história do Povo Eleito, nos diz que os filhos de Israel permaneceram no Egito, desde o tempo em que a família de Jacó migrou ao Egito até à sua libertação, no tempo de Moisés; e que este tempo de opressão do Povo no Egito foi de quatrocentos ano. Por muitos anos eles foram abençoados, protegidos por Deus e se multiplicaram de forma extraordinária. Porém, depois de um longo período de prosperidade e de paz, Deus permitiu que este seu povo fosse duramente provado, sendo cruelmente oprimido e perseguido pelos egípcios. “Mas, quanto mais o oprimiam, tanto mais se multiplicava e crescia. Obcecados pelo medo dos filhos de Israel, os egípcios impuseram-lhes uma dura escravidão. E tornaram-lhes a vida amarga pelo pesado trabalho da preparação do barro e dos tijolos, com toda a espécie de trabalhos dos campos e outros serviços que os levavam a fazer à força (Ex 1, 12-14).
Esta dura provação, causada pela opressão da escravidão e dos trabalhos forçados, levaram os filhos de Israel a se unirem mais entre si, e a se refugiarem naquele Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, para encontrar nele refúgio e consolo. Israel, debaixo da opressão e da escravidão clamava a Deus dizendo: “Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, que o diga Israel neste momento; se o Senhor não estivesse ao nosso lado, quando os homens investiram contra nós, com certeza nos teriam devorado no furor de sua ira contra nós. Bendito seja o Senhor, que não deixou cairmos como presa de seus dentes! Nossa alma como um pássaro escapou do laço que lhe armara o caçador; o laço arrebentou-se de repente, e assim nós conseguimos libertar-nos. O nosso auxílio está no nome do Senhor, do Senhor que fez o céu e fez a terra” (Sl 123, 1-3; 6-8)!
De modo semelhante, caros irmãos, se deu com a Igreja, o novo Povo de Deus. Pois, desde o início, tanto a Jesus Cristo quanto aos Apóstolos, todos eles se viram rodeados de muitos concidadãos e irmãos no judaísmo que os maltratavam e perseguiam. Jesus inclusive foi perseguido, maltratado e morto na cruz, pelos próprios irmãos que faziam parte do Povo de Israel. A perseguição, os maus-tratos e o martírio tornou-se fato corriqueiro e constante na vida dos primeiros cristãos. Inclusive Tertuliano, por volta do ano 200, dizia “O sangue dos mártires é a semente dos cristãos” (Apologético, 50,13).
Pois, é exatamente no meio dos sofrimentos e das provações que os filhos de Deus são fortalecidos e comprovados na sua fé. Esta afirmação de Tertuliano sobre os cristãos faz lembrar a frase de Moisés, que dissera a respeito do Povo dos filhos de Israel: “Quanto mais ele era oprimido, tanto mais se multiplicava e crescia” (EX, 10, 12). Por isso, Jesus nos advertia dizendo: “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada. De fato, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares. Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim. Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la (Mt 10, 34-39).
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