Naqueles dias, 2Balaão levantou os olhos e viu Israel acampado por tribos. O espírito de Deus veio sobre ele, 3e Balaão pronunciou seu poema: “Oráculo de Balaão, filho de Beor, oráculo do homem que tem os olhos abertos; 4oráculo daquele que ouve as palavras de Deus, que vê o que o Poderoso lhe faz ver, que cai, e seus olhos se abrem. 5Como são belas as tuas tendas, ó Jacó, e as tuas moradas, ó Israel! 6Elas se estendem como vales, como jardins ao longo de um rio, como aloés que o Senhor plantou, como cedros junto das águas. 7A água transborda de seus cântaros, e sua semente é ricamente regada. Seu rei é mais poderoso do que Agag, seu reino está em ascensão”. 15E Balaão continuou pronunciando o seu poema: “Oráculo de Balaão, filho de Beor, oráculo do homem que tem os olhos abertos, 16oráculo daquele que ouve as palavras de Deus, e conhece os pensamentos do Altíssimo, que vê o que o Poderoso lhe faz ver, que cai, e seus olhos se abrem. 17aEu o vejo, mas não agora; e o contemplo, mas não de perto. Uma estrela sai de Jacó, e um cetro se levanta de Israel”.
Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, * e fazei-me conhecer a vossa estrada! 5Vossa verdade me oriente e me conduza, * porque sois o Deus da minha salvação. 6Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura * e a vossa compaixão que são eternas! 7De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia * e sois bondade sem limites, ó Senhor! 8O Senhor é piedade e retidão, * e reconduz ao bom caminho os pecadores. 9Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho.
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade e a vossa salvação nos concedei!
Naquele tempo, 23Jesus voltou ao Templo. Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele e perguntaram: “Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade?” 24Jesus respondeu-lhes: “Também eu vos farei uma pergunta. Se vós me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. 25Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?” Eles refletiam entre si: “Se dissermos: ‘Do céu’, ele nos dirá: ‘Por que não acreditastes nele?’ 26Se dissermos: ‘Dos homens’, temos medo do povo, pois todos têm João Batista na conta de profeta”. 27Eles então responderam a Jesus: “Não sabemos”. Ao que Jesus também respondeu: “Eu também não vos direi com que autoridade faço estas coisas”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje se coloca na mesma atitude dos profetas que revelaram a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Ela quer abrir nossos olhos da fé para enxergar o Cristo que foi enviado por Deus e que já desponta no horizonte. E nós todos somos estimulados a acolhê-lo, dizendo: Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade e a vossa salvação nos concedei” (Sl 84, 8)!
Desde os tempos mais remotos apareceram em Israel profetas que anunciavam da parte de Deus oráculos misteriosos, e que profetizavam a vinda de um Messias, o ungido por Deus para ser rei, e que haveria de reinar sobre Israel eternamente. Um dos primeiros a proferir esta profecia foi Balaão. Embora ele não fosse judeu, mesmo sendo estrangeiro e pagão, Deus o escolheu para profetizar a respeito do Messias, dizendo: “Oráculo de Balaão, filho de Beor, oráculo do homem que tem os olhos abertos, oráculo daquele que ouve as palavras de Deus, e conhece os pensamentos do Altíssimo, que vê o que o Poderoso lhe faz ver, que cai, e seus olhos se abrem. Eu o vejo, mas não agora; e o contemplo, mas não de perto. Uma estrela sai de Jacó, e um cetro se levanta de Israel” (Nm 24, 15-17).
Balaão, por revelação divina, conseguia vislumbrar, lá de longe, o Rei e Messias de Israel. Este Messias iria trazer a salvação à Israel e um tempo novo e de prosperidade, como dizia Balaão: “Oráculo de Balaão, filho de Beor; oráculo daquele que ouve as palavras de Deus, que vê o que o Poderoso. Como são belas as tuas tendas, ó Jacó, e as tuas moradas, ó Israel! Elas se estendem como vales, como jardins ao longo de um rio, como aloés que o Senhor plantou, como cedros junto das águas. Seu rei é mais poderoso do que Agag, seu reino está em ascensão” (Nm 24, 3-7).
O rei Davi, por sua vez, mencionava frequentemente este misterioso Messias e Salvador de Israel em suas orações e em seus salmos. Ele invocava a Deus pedindo a vinda deste Salvador, para reconduzir o seu povo no caminho reto, dizendo: “Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade e a vossa salvação nos concedei” (sl 84, 8)! “Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação. O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho” (Sl 24, 4-5; 8-9).
No Evangelho que ouvimos, nos foi apresentado Jesus Cristo, o Messias e Salvador de Israel, no templo de Jerusalém, pregando. E ali ele foi questionado pelas autoridades sacerdotais do Templo, que lhe disseram: “Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade” (21, 23)? Sem lhes responder imediatamente, Jesus interpôs um outro questionamento a respeito de João Batista. Pois, ele sabia que se eles não reconheceram a autoridade profética de João Batista, eles também não haveriam de reconhecer a sua autoridade messiânica e profética. Por isso, Jesus lhes perguntou: “Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?” Eles refletiam entre si: “Se dissermos: ‘Do céu’, ele nos dirá: ‘Por que não acreditastes nele?’ Se dissermos: ‘Dos homens’, temos medo do povo, pois todos têm João Batista na conta de profeta”. Eles então responderam a Jesus: “Não sabemos”. Ao que Jesus também respondeu: “Eu também não vos direi com que autoridade faço estas coisas” (Mt 21, 25-27).
Jesus deixou subentendido em sua resposta às autoridades sacerdotais do Templo de que tanto a autoridade profética de João Batista era autenticamente vinda dos céus, quanto a sua autoridade messiânica e profética vinham de Deus, o Senhor do Templo.
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