Ouvi a palavra do Senhor, magistrados de Sodoma, prestai ouvidos ao ensinamento do nosso Deus, povo de Gomorra. 11Que me importa a abundância de vossos sacrifícios? – diz o Senhor. Estou farto de holocaustos de carneiros e de gordura de animais cevados; do sangue de touros, de cordeiros e de bodes, não me agrado. 12Quando entrais para vos apresentar diante de mim, quem vos pediu para pisardes os meus átrios? 13Não continueis a trazer oferendas vazias! O incenso é para mim uma abominação! Não suporto lua nova, sábado, convocação de assembleia: iniquidade com reunião solene! 14Vossas luas novas e vossas solenidades, eu as detesto! Elas são para mim um peso, estou cansado de suportá-las. 15Quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos. Ainda que multipliqueis a oração, eu não ouço: Vossas mãos estão cheias de sangue! 16Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! 17Aprendei a fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão, defendei a viúva.
Eu não venho censurar teus sacrifícios, * pois sempre estão perante mim teus holocaustos; 9não preciso dos novilhos de tua casa * nem dos carneiros que estão nos teus rebanhos. 16Como ousas repetir os meus preceitos * e trazer minha Aliança em tua boca? 17Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos * e deste as costas às palavras dos meus lábios! 21Diante disso que fizeste, eu calarei? * Acaso pensas que eu sou igual a ti? É disso que te acuso e repreendo * e manifesto essas coisas aos teus olhos. 23Quem me oferece um sacrifício de louvor * este sim é que honra de verdade. A todo homem que procede retamente * eu mostrarei a salvação que vem de Deus.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 34“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada. 35De fato, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. 36E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares. 37Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim. 38Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. 39Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. 40Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. 41Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta. E quem recebe um justo, por ser justo, receberá a recompensa de justo. 42Quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa”. 11,1Quando Jesus acabou de dar essas instruções aos doze discípulos, partiu daí, a fim de ensinar e pregar nas cidades deles.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje nos adverte a estarmos atentos com as pessoas que fazem parte da própria comunidade religiosa, da qual fazemos parte. Na comunidade de fé, da qual fazem parte todo os membros do Povo de Deus, convivem lado a lado o justo e o ímpio. Pois, os bons cristãos e os amigos de Deus, fazem parte da mesma Igreja de Cristo na qual existem muitos irmãos que são hipócritas e ímpios inimigos do Senhor!
As leituras que foram propostas na Liturgia de hoje, nos levam a crer que, de tempos em tempos, ocorrem certas mudanças no comportamento das pessoas que fazem parte de nossa comunidade de fé, levando-as, por vezes, a um grau estremo de corrupção e de iniquidade. Esta era, certamente, a situação do Povo de Israel no tempo do profeta Isaías. Parece que naqueles dias, em Israel, a maioria do Povo de Deus caíra na corrupção e praticava o mal, servindo ao Senhor num culto inteiramente hipócrita. Isto fez com que o Senhor dissesse, por intermédio do profeta Isaías: “Ouvi a palavra do Senhor, magistrados de Sodoma, prestai ouvidos ao ensinamento do nosso Deus, povo de Gomorra. Que me importa a abundância de vossos sacrifícios? – diz o Senhor. Estou farto de holocaustos de carneiros e de gordura de animais cevados. Não continueis a trazer oferendas vazias! O incenso é para mim uma abominação! Não suporto lua nova, sábado, convocação de assembleia: iniquidade com reunião solene. Ainda que multipliqueis a oração, eu não ouço: Vossas mãos estão cheias de sangue” (Is 1, 10-11; 13; 15)!
E, seguindo este mesmo discurso do profeta Isaías, o Espírito Santo, através das palavras do salmista, mostrou-se indignado com os ímpios que se apresentavam no Templo do Senhor realizando cultos e sacrifício hipócritas e sem valor, dizendo: “Eu não venho censurar teus sacrifícios, pois sempre estão perante mim teus holocaustos; não preciso dos novilhos de tua casa nem dos carneiros que estão nos teus rebanhos. Como ousas repetir os meus preceitos e trazer minha Aliança em tua boca? Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos e deste as costas às palavras dos meus lábios! Diante disso que fizeste, eu calarei? Acaso pensas que eu sou igual a ti? É disso que te acuso e repreendo e manifesto essas coisas aos teus olhos” (Sl 49, 8-9; 16-17; 21).
Por último, caros irmãos, encontramos Jesus realizando um de seus discursos mais incisivos e enérgicos, advertindo os seus discípulos a tomarem cuidado com as pessoas da própria família e da própria comunidade eclesial. Pois, os maiores inimigos dos autênticos discípulos do Senhor são os falsos discípulos que se encontram, muitas vezes, nas nossas famílias e em nossas Igrejas. Eles, por terem abandonado a justiça e o Evangelho do Senhor, perseguem e hostilizam aqueles que perseveram no seguimento de Jesus, e que guardam a sua justiça e o seu Evangelho. Por isso, Jesus disse aos seus discípulos: “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada. De fato, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares. Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim” (Mt 10, 34-37).
Por fim, Jesus conclui este seu discurso, dizendo que o autêntico e verdadeiro discípulo do Senhor se mostraria no modo como ele se relacionasse com a pessoa de Cristo, com a causa do seu Evangelho e com o mistério da sua Cruz. Por isso, ele disse: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim. Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la” (Mt 10, 37-39).
“Pois, quem me oferece um sacrifício de louvor este sim é que me honra de verdade. A todo homem que procede retamente eu mostrarei a salvação que vem de Deus (Sl 49, 23).
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