Amai a justiça, vós que governais a terra; tende bons sentimentos para com o Senhor e procurai-o com simplicidade de coração. 2Ele se deixa encontrar pelos que não exigem provas, e se manifesta aos que nele confiam. 3Pois os pensamentos perversos afastam de Deus; e seu poder, posto à prova, confunde os insensatos. 4A Sabedoria não entra numa alma que trama o mal nem mora num corpo sujeito ao pecado. 5O espírito santo, que a ensina, foge da astúcia,
afasta-se dos pensamentos insensatos e retrai-se quando sobrevém a injustiça. 6Com efeito, a Sabedoria é o espírito que ama os homens, mas não deixa sem castigo quem blasfema com seus próprios lábios, pois Deus é testemunha dos seus pensamentos, investiga seu coração segundo a verdade e mantém-se à escuta da sua língua; 7porque o espírito do Senhor enche toda a terra, mantém unidas todas as coisas e tem conhecimento de tudo o que se diz.
Senhor, vós me sondais e conheceis, * 2sabeis quando me sento ou me levanto; de longe penetrais meus pensamentos, † 3percebeis quando me deito e quando eu ando, * os meus caminhos vos são todos conhecidos. 4A palavra nem chegou à minha língua, * e já, Senhor, a conheceis inteiramente. 5Por detrás e pela frente me envolveis; * pusestes sobre mim a vossa mão. 6Esta Verdade é por demais maravilhosa, * é tão sublime que não posso compreendê-la. 7Em que lugar me ocultarei de vosso espírito? * E para onde fugirei de vossa face? 8Se eu subir até os céus, ali estais; * se eu descer até o abismo, estais presente. 9Se a aurora me emprestar as suas asas, * para eu voar e habitar no fim dos mares; 10mesmo lá vai me guiar a vossa mão * e segurar-me com firmeza a vossa destra.
Naquele tempo, 1Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! 2Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos. 3Prestai atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. 4Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”. 5Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.
Homilia
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra que acabamos de ouvir, nos revelou as verdades mais sublimes e elevadas da doutrina sobre Deus. As três leituras nos revelaram que Deus é constituído de um espírito divino e de uma inteligência extremamente prodigiosa, com uma capacidade intelectual de compreender todas as coisas, desde as mais insignificantes e ocultas, até às mais elevadas e sublimes. Ele possui uma Sabedoria onisciente que tudo vê, tudo pondera e tudo julga.
Como dizia o sábio Salomão, no seu livro da Sabedoria: “A Sabedoria é o espírito que ama os homens, mas não deixa sem castigo quem blasfema com seus próprios lábios, pois Deus é testemunha dos seus pensamentos, investiga seu coração segundo a verdade e mantém-se à escuta da sua língua; porque o espírito do Senhor enche toda a terra, mantém unidas todas as coisas e tem conhecimento de tudo o que se diz” (Sb 1, 6-7).
Este nosso Deus é de tal modo estupendo e grandioso, que nós ficamos quase sem palavras para descreve-lo, quando nos colocamos a refletir sobre a sua potência, a sua sabedoria, e as suas capacidades de conhecer tudo, de julgar tudo com a máxima justiça e bondade. Talvez ninguém conseguiu descrever o Espírito Divino com tamanha precisão, quanto o fez o profeta Davi, quando disse: “Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto; de longe penetrais meus pensamentos, percebeis quando me deito e quando eu ando, os meus caminhos vos são todos conhecidos. Por detrás e pela frente me envolveis; pusestes sobre mim a vossa mão. E para onde fugirei de vossa face? Se eu subir até os céus, ali estais; se eu descer até o abismo, estais presente. Se a aurora me emprestar as suas asas, para eu voar e habitar no fim dos mares; mesmo lá vai me guiar a vossa mão e segurar-me com firmeza a vossa destra” (Sl 138, 1-4; 8-10). Enquanto ele ia expondo esta meditação, ele mesmo se admirava com tudo isto, dizendo: “Esta Verdade é por demais maravilhosa, é tão sublime que não posso compreendê-la” (Sl 138, 6)!
Jesus Cristo, o Verbo Divino, que é a Sabedoria que veio de Deus – ocultando-a em sua humanidade -, demonstrou uma capacidade prodigiosa de discernir e de julgar os corações humanos, com plena ciência, justiça e misericórdia, dizendo: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos. Prestai atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo” (Lc 17, 1-4).
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