Irmãos, considerai vós mesmos, como fostes chamados por Deus. Pois entre vós não há muitos sábios de sabedoria humana nem muitos poderosos nem muitos nobres. 27Na verdade, Deus escolheu o que o mundo considera como estúpido, para assim confundir os sábios; Deus escolheu o que o mundo considera como fraco, para assim confundir o que é forte; 28Deus escolheu para si o que para o mundo é sem importância e desprezado, o que não tem nenhuma serventia, para assim mostrar a inutilidade do que é considerado importante, 29para que ninguém possa gloriar-se diante dele. 30É graças a ele que vós estais em Cristo Jesus, o qual se tornou para nós, da parte de Deus: sabedoria, justiça, santificação e libertação, 31para que, como está escrito, “quem se gloria, glorie-se no Senhor”.
Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, * e a nação que escolheu por sua herança! 13Dos altos céus o Senhor olha e observa; * ele se inclina para olhar todos os homens. 18Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, * e que confiam esperando em seu amor, 19para da morte libertar as suas vidas * e alimentá-los quando é tempo de penúria. 20No Senhor nós esperamos confiantes, * porque ele é nosso auxílio e proteção! 21Por isso o nosso coração se alegra nele, * seu santo nome é nossa única esperança.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 14“Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. 15A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. 16O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. 17Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. 18Mas aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão. 19Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. 20O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. 21O patrão lhe disse: `Muito bem, servo bom e fiel! como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 22Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. 23O patrão lhe disse: `Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: `Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. 26O patrão lhe respondeu: `Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei? 27Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence.’ 28Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! 29Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes!'”
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra da celebração de hoje nos coloca diante dos mistérios do plano divino de salvação, que foi criado por Deus Pai. Nós verificamos, nas leituras que acabamos de ouvir, de que Deus tem o seu jeito próprio de realizar esta salvação, seguindo um projeto muito bem traçado por ele, para realizar este seu plano de salvação da humanidade. Por isso, este jeito divino de realizar a obra de salvação pode gerar grande confusão em nós, dificultando a nossa aceitação e a nossa adesão à este projeto de salvação.
Jesus sabendo que os mistérios de nossa salvação seriam muito complicados para serem entendidos, ele optou em usar o recurso das parábolas. Com este modo de falar, nós poderíamos mais facilmente alcançar a compreensão das realidades espirituais e misteriosas, a partir de coisas concretas e materiais.
Assim sendo, poderíamos interpretar a parábola do Evangelho que acabamos de ouvir, tirando a seguinte conclusão: Que o Plano de Salvação criado por Deus consistia na transferência da humanidade que está, atualmente, vivendo neste mundo temporal e terreno, para um outro mundo espiritual e divino, que Jesus chamava de “Reino dos Céus.” Tendo isto presente, poderíamos entender desta forma as palavras de Jesus que disse na parábola: “O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. O patrão lhe disse: `Muito bem, servo bom e fiel! como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!'” (Mt 25, 20-21).
Também, neste plano de salvação estava incluído um “plano de condenação” para aqueles que se opusessem à vontade salvífica de Deus, ou não realizassem as obras meritórias de salvação. Isto podemos concluir a partir das palavras de Jesus, na parábola, que dizia o seguinte: “O patrão lhe respondeu: `Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei? Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence.’ Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes'” (Mt 25, 26-30)
São Paulo, na sua Carta aos Corintos, ao apresentar aos fiéis cristãos de Corinto o seu Evangelho de Salvação, ele disse que Deus tinha um jeito próprio, somente dele, de realizar o seu plano de redenção e salvação. E Paulo garantia aos seus ouvintes, que este jeito próprio de de Deus realizar a salvação fora revelado aos Apóstolos. Isto, portanto, explicava porque Deus costumava usar certos meios de persuasão e de divulgação do seu Evangelho, que podiam parecer estranhos, e que nos poderiam deixar confusos e escandalizados. Porém, este era o caminho de salvação traçado por Deus Pai, através de nosso Senhor Jesus Cristo, o Crucificado! Não havia outro caminho! Por isso, Paulo disse: “Na verdade, Deus escolheu o que o mundo considera como estúpido, para assim confundir os sábios; Deus escolheu o que o mundo considera como fraco, para assim confundir o que é forte; Deus escolheu para si o que para o mundo é sem importância e desprezado, o que não tem nenhuma serventia, para assim mostrar a inutilidade do que é considerado importante, para que ninguém possa gloriar-se diante dele. É graças a ele que vós estais em Cristo Jesus, o qual se tornou para nós, da parte de Deus: sabedoria, justiça, santificação e libertação, para que, como está escrito, “quem se gloria, glorie-se no Senhor” (1Cor 1, 27-31).
Uma vez tendo compreendido estas palavras de Cristo e de Paulo, poderemos todos juntos aclamar o Senhor, dizendo: “Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, e a nação que escolheu por sua herança! Dos altos céus o Senhor olha e observa; ele se inclina para olhar todos os homens. Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria. No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e proteção” (Sl 32, 12-13; 18-20)!
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