Levantei os olhos e eis que vi um homem com um cordel de medir na mão. 6Perguntei-lhe: “Aonde vais?” Respondeu-me: “Vou medir Jerusalém, para ver qual é a sua largura e o seu comprimento”. 7Eis que apareceu o anjo que falava a mim, enquanto lhe vinha ao encontro um outro anjo, 8que lhe disse: “Corre a falar com esse moço, dizendo: A população de Jerusalém precisa ficar sem muralha, em vista da multidão de homens e animais que vivem no seu interior. 9Eu serei para ela, diz o Senhor, muralha de fogo ao seu redor, e mostrarei minha glória no meio dela. 14Rejubila, alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o Senhor. 15aMuitas nações se aproximarão do Senhor, naquele dia, e serão o seu povo. Habitarei no meio de ti”.
O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho. 10Ouvi, nações, a palavra do Senhor *e anunciai-a nas ilhas mais distantes: “Quem dispersou Israel, vai congregá-lo, * e o guardará qual pastor a seu rebanho!” 11Pois, na verdade, o Senhor remiu Jacó * e o libertou do poder do prepotente. 12aVoltarão para o monte de Sião, † entre brados e cantos de alegria * b afluirão para as bênçãos do Senhor: 13Então a virgem dançará alegremente, * também o jovem e o velho exultarão; mudarei em alegria o seu luto, * serei consolo e conforto após a guerra.
Jesus Cristo Salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo Evangelho a luz e a vida imperecíveis.
Naquele tempo, 43bTodos estavam admirados com todas as coisas que Jesus fazia. Então Jesus disse a seus discípulos: 44“Prestai bem atenção às palavras que vou dizer: O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens”. 45Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus dizia. O sentido lhes ficava escondido, de modo que não podiam entender; e eles tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto.
Jesus Cristo reúne os que forem salvos na Jerusalém Celeste!
Caríssimos irmãos e irmãs! As leituras da Liturgia da Palavra de hoje nos querem revelar o mistério do plano de Salvação de nosso Senhor Jesus Cristo. E, como todo mistério, este também se mostra como um enigma de difícil compreensão. Por isso, precisamos fazer uso de nossa inteligência – com o auxílio da graça e da luz divina – para que compreendamos aqueles mistérios que o Senhor Jesus revelou aos seus discípulos, somente depois de sua morte e da sua ressurreição.
Assim sendo, caros irmãos, era muito compreensível que os discípulos não conseguissem entender qual era o alcance daquelas palavras de Jesus, quando ele lhes disse: “Prestai bem atenção às palavras que vou dizer: O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens” (Lc 9, 44). E tudo foi dito meio de chofre, de repente, tomando todos de surpresa com aquilo que ele estava dizendo. E, depois de ter dito estas palavras, Jesus não deu maiores explicações a respeito deste assunto, fazendo com que os discípulos ficassem refletindo e se interrogando sobre o sentido destas palavra, como disse o Evangelista: “Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus dizia. O sentido lhes ficava escondido, de modo que não podiam entender; e eles tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto” (Lc 9, 45). Por isso, a compreensão destas misteriosas palavras de Jesus a respeito de sua morte só seria possível depois de sua morte e da sua ressurreição.
Por isso, depois de testemunharem a morte e a ressurreição de Jesus Cristo – e iluminados pelas luzes do Espírito Santo -, os apóstolos puderam compreender todos os mistérios divinos a respeito de Jesus. Depois de acompanharem Jesus na sua paixão, morte e ressurreição, os apóstolos foram buscar nos antigos profetas a explicação dos mistérios escondidos nestes fatos, sobretudo para melhor entender o seu sacrifício na Cruz e a sua Páscoa da ressurreição. Compreenderam, então, que Jesus era verdadeiramente o Redentor e o Salvador da humanidade. Por isso, a partir daí, anunciavam de forma destemida a todos os homens o Evangelho do Cristo Salvador e Redentor, dizendo: “Jesus Cristo Salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo Evangelho a luz e a vida imperecíveis” (2Tm 1, 10). E diziam a abertamente a todos, que “era necessário que Jesus haveria de morrer por toda a nação, e, assim, reconduzisse à unidade todos filhos de Deus dispersos” (Jo 11, 51-52).
Com isso, lendo as Sagradas Escrituras, os apóstolos descobriram que os antigos profetas já tinham profetizado a respeito de Jesus Cristo e do seu mistério de salvação. Eles profetizaram sobre os mistérios daquele novo Povo de Deus, arrebanhado por Cristo na nova Jerusalém, a cidade do Deus vivo, como dizia o profeta Zacarias: “A população de Jerusalém precisa ficar sem muralha, em vista da multidão de homens e animais que vivem no seu interior. Eu serei para ela, diz o Senhor, muralha de fogo ao seu redor, e mostrarei minha glória no meio dela. Rejubila, alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o Senhor. Muitas nações se aproximarão do Senhor, naquele dia, e serão o seu povo. Habitarei no meio de ti” (Zc 2, 8-9; 14-15).
Com estas palavras do profeta Zacarias os mistérios da morte e ressurreição de Jesus eram claramente desvendados. E, lendo as suas profecias, facilmente poderíamos entender que os filhos de Deus dispersos neste mundo seriam recolhidos no Reino dos Deus – no qual seriam salvos e integrados à Jerusalém celeste – depois da morte e ressurreição do Filho do Homem.
Então, caros irmãos, ali, nesta Nova Jerusalém – messiânica e celeste – “o Senhor guardará qual pastor a seu rebanho. Ouvi, nações, a palavra do Senhor e anunciai-a nas ilhas mais distantes: “Quem dispersou Israel, vai congregá-lo, e o guardará qual pastor a seu rebanho!” Pois, na verdade, o Senhor remiu Jacó e o libertou do poder do prepotente. Voltarão para o monte de Sião, entre brados e cantos de alegria afluirão para as bênçãos do Senhor” (Jr 31, 9-12).
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