Naqueles dias, 11os sacerdotes e profetas dirigiram-se aos chefes e a todo o povo, dizendo: “Este homem foi julgado réu de morte, porque profetizou contra esta cidade, como ouvistes com vossos ouvidos”. 12Disse Jeremias aos dignitários e a todo o povo: “O Senhor incumbiu-me de profetizar para esta casa e para esta cidade através de todas as palavras que ouvistes. 13Agora, portanto, tratai de emendar a vossa vida e as obras, ouvi a voz do Senhor, vosso Deus, que ele voltará atrás da decisão que tomou contra vós. 14Eu estou aqui, em vossas mãos, fazei de mim o que vos parecer conveniente e justo, 15mas ficai sabendo que, se me derdes a morte, tereis derramado sangue inocente contra vós mesmos e contra esta cidade e seus habitantes, pois em verdade o Senhor enviou-me a vós para falar tudo isso a vossos ouvidos”. 16Os chefes e o povo em geral disseram aos sacerdotes e profetas: “Este homem não merece ser condenado à morte; ele falou-nos em nome do Senhor, nosso Deus”. 24Jeremias passou a ter proteção de Aicam, filho de Safã, para não cair nas mãos do povo e evitar ser morto.
Retirai-me deste lodo, pois me afundo! † Libertai-me, ó Senhor, dos que me odeiam, * e salvai-me destas águas tão profundas! 16Que as águas turbulentas não me arrastem, † não me devorem violentos turbilhões, * nem a cova feche a boca sobre mim! 30Pobre de mim, sou infeliz e sofredor! * Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus! 31Cantando eu louvarei o vosso nome * e agradecido exultarei de alegria! 33Humildes, vede isto e alegrai-vos: † o vosso coração reviverá, * se procurardes o Senhor continuamente! 34Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, * e não despreza o clamor de seus cativos.
Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do governador Herodes. 2Ele disse a seus servidores: “É João Batista, que ressuscitou dos mortos; e, por isso, os poderes miraculosos atuam nele”. 3De fato, Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. 4Pois João tinha dito a Herodes: “Não te é permitido tê-la como esposa”. 5Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta. 6Por ocasião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes 7que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse. 8Instigada pela mãe, ela disse: “Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista”. 9O rei ficou triste, mas, por causa do juramento diante dos convidados, ordenou que atendessem o pedido dela. 10E mandou cortar a cabeça de João, no cárcere. 11Depois a cabeça foi trazida num prato, entregue à moça e esta a levou para a sua mãe. 12Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram. Depois foram contar tudo a Jesus.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje nos apresenta um vigoroso testemunho de que a Palavra de Deus proclamada pelos profetas, e o Evangelho anunciado por nosso Senhor Jesus Cristo, se tornam um sinal de contradição entre os ouvintes desta mensagem. Uns se animam e acolhem com entusiasmo e outros se opõem a ela com muita virulência e agressividade. Por isso, esta dura realidade do ministério profético levou Jesus a dizer em seu Evangelho: “Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas antes de vós” (Mt 5, 12).
O profeta Jeremias descreveu em seu livro, com uma riqueza de detalhes, que ele sofrera duras e frequentes perseguições da parte das autoridades judaicas em Jerusalém, desde o início do seu ministério profético. Depois de pregar a Palavra de Deus aos judeus que entravam no Templo, os dignitários do povo, liderados pelos sacerdotes e profetas, agarraram a Jeremias, dizendo a todo o povo: “Este homem foi julgado réu de morte, porque profetizou contra esta cidade, como ouvistes com vossos ouvidos” (Jr 26, 11). A seguir, Jeremias fazendo a sua própria defesa, falou a todo o povo que o rodeava com ares ameaçadores, dizendo: “O Senhor incumbiu-me de profetizar para esta casa e para esta cidade através de todas as palavras que ouvistes. Agora, portanto, tratai de emendar a vossa vida e as obras, ouvi a voz do Senhor, vosso Deus, que ele voltará atrás da decisão que tomou contra vós. Eu estou aqui, em vossas mãos, fazei de mim o que vos parecer conveniente e justo, mas ficai sabendo que, se me derdes a morte, tereis derramado sangue inocente contra vós mesmos e contra esta cidade e seus habitantes, pois em verdade o Senhor enviou-me a vós para falar tudo isso a vossos ouvidos” (Jr 26, 12-15). Por fim ele recebeu a proteção de Aicam e de alguns chefes do povo que impediram que Jeremias fosse massacrado e morto.
Contudo, caros irmãos, nem o profeta João Batista, e muito menos o nosso Senhor Jesus Cristo, estavam isentos de serem maltratados e perseguidos por causa do anúncio profético do Evangelho do Senhor. Ambos foram cruelmente perseguidos pelas autoridades judaicas, sobretudo pelo rei Herodes. Este rei, servindo-se de muitas artimanhas, dava sinais que admirava tanto a Jesus quanto a João Batista. Porém, isto era apenas uma forma hipócrita de disfarçar o seu ódio e a sua aversão por Jesus Cristo e por João Batista. Por isso, movido por pura malícia e prepotência, “Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. Pois João tinha dito a Herodes: “Não te é permitido tê-la como esposa”. Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta” (Mt 14, 3-5). Por fim, “Herodes mandou cortar a cabeça de João, no cárcere” (Mt 14, 10).
Em relação a Jesus Cristo não foi muito diferente. Herodes tratava Jesus como o predador fica observando a sua presa! Jesus, portanto, sabia que ele o acompanhava de longe, espreitando-o com malícia e ambiguidade! Pois, “a fama de Jesus chegara aos ouvidos do governador Herodes” deixando-o apreensivo (Mt 14, 1)! E Herodes dizia aos cortesões que ele admirava Jesus da mesma forma como admirava João Batista. No entanto, ao mesmo tempo, dava mostras de que estava perturbado com a pessoa de Cristo, por ser o filho de Davi, e pelas suas palavras. Por isso, dizia a seus servidores: “Ele é João Batista, que ressuscitou dos mortos; e, por isso, os poderes miraculosos atuam nele” (Mt 14, 1). Por fim, Herodes seria uma daquelas autoridades judaicas que levariam Jesus à morte de Cruz!
Finalmente, nos foi relatado em forma de oração, o drama de um profeta anônimo que clamava a Deus pela sua salvação, pois ele estava sendo duramente perseguido e maltratado pelos seus inimigos. Esta oração poderia ser atribuída tanto a João Batista quanto a Jesus Cristo, que suplicavam a Deus, dizendo: “Libertai-me, ó Senhor, dos que me odeiam, e salvai-me destas águas tão profundas! Que as águas turbulentas não me arrastem, não me devorem violentos turbilhões, nem a cova feche a boca sobre mim! Pobre de mim, sou infeliz e sofredor! Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus! Cantando eu louvarei o vosso nome e agradecido exultarei de alegria” (Sl 68, 15-16; 30-31)!
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