Alegra-te, jovem, na tua adolescência, e que o teu coração repouse no bem nos dias da tua juventude; segue as aspirações do teu coração e os desejos dos teus olhos; fica sabendo, porém, que de tudo isso Deus te pedirá contas. 10Tira a tristeza do teu coração, e afasta a malícia do teu corpo, pois a adolescência e a juventude são vaidade. 12,1Lembra-te do teu Criador nos dias da juventude, antes que venham os dias da desgraça e cheguem os anos dos quais dirás: “Não sinto prazer neles”; 2– antes que se obscureçam o sol, a luz, a lua e as estrelas, e voltem as nuvens depois da chuva; 3quando os guardas da casa começarem a tremer, e se curvarem os homens robustos; quando as poucas mulheres cessarem de moer, e ficarem turvas as vistas das que olham pelas janelas 4e se fecharem as portas que dão para a rua; quando enfraquecer o ruído do moinho, e os homens se levantarem ao canto dos pássaros, e silenciarem as vozes das canções, 5e houver medo das alturas e sobressaltos no caminho, enquanto a amendoeira floresce, o gafanhoto se arrasta e a alcaparra perde o seu gosto, porque o homem se encaminha para a morada eterna, e os que choram já rondam pelas ruas; 6– antes que se rompa o cordão de prata e se despedace a taça de ouro, a jarra se parta na fonte, a roldana se arrebente no poço, 7– antes que volte o pó à terra, de onde veio, e o sopro de vida volte a Deus que o concedeu. 8Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, tudo é vaidade.
Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós. 3Vós fazeis voltar ao pó todo mortal,* quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!” 4Pois mil anos para vós são como ontem,* qual vigília de uma noite que passou. 5Eles passam como o sono da manhã,* 6são iguais à erva verde pelos campos: De manhã ela floresce vicejante,* mas à tarde é cortada e logo seca. 12Ensinai-nos a contar os nossos dias,* e dai ao nosso coração sabedoria! 13Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?* Tende piedade e compaixão de vossos servos! 14Saciai-nos de manhã com vosso amor,* e exultaremos de alegria todo o dia! 17Que a bondade do Senhor e nosso Deus † repouse sobre nós e nos conduza!* Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.
Naquele tempo, 43todos estavam admirados com todas as coisas que Jesus fazia. Então Jesus disse a seus discípulos: 44“Prestai bem atenção às palavras que vou dizer: O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens”. 45Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus dizia. O sentido lhes ficava escondido, de modo que não podiam entender; e eles tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje nos leva a refletir sobre a vida humana de Cristo, que era muito semelhante à vida humana de todos os homens e mulheres que vieram a este mundo. Jesus se identificou a nós em tudo, menos no pecado e na insensatez. Ele teve os seus momentos de alegria e de sucesso, na sua obra de evangelização, mas teve também o momento de declínio e de sofrimento, morrendo na Cruz. Por isso, todos nós podemos encontrar nele um perfeito modelo de vida, que se manteve sóbrio, sábio e santo tanto nos tempos de glória, quanto nos tempos de adversidades.
O Evangelho que acabamos de ouvir nos coloca diante destas ambiguidades da vida, que Jesus também passou. O Evangelho nos mostrou Jesus sendo admirado e ovacionado pelas multidões, no auge de seu sucesso, e ao mesmo tempo, o próprio Jesus pôs-se a profetizar sobre as humilhações e vergonhas que ele haveria de passar. Antes de Jesus falar aos apóstolos sobre as humilhações e sofrimentos, o Evangelista Lucas fez um breve comentário sobre a situação favorável que eles estavam passando naquele momento. Por isso, ele disse: “Todos estavam admirados com todas as coisas que Jesus fazia. Então Jesus disse a seus discípulos: “Prestai bem atenção às palavras que vou dizer: ‘O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens'” (Lc 9, 43-44).
Estas palavras de Jesus demonstravam toda a sua sabedoria e a sua prudência. Ele não se deixava iludir pelas vaidades mundanas, e nem se empolgava demais com o sucesso dos seus empreendimentos. Ele tinha sempre os olhos fixos para os tempos difíceis e para aqueles dias de tribulações. Assim como alertava o sábio e sensato Eclesiastes, que dizia: “Alegra-te, jovem, na tua adolescência, e que o teu coração repouse no bem nos dias da tua juventude. Lembra-te do teu Criador nos dias da juventude, antes que venham os dias da desgraça e cheguem os anos dos quais dirás: “Não sinto prazer neles”. Antes que volte o pó à terra, de onde veio, e o sopro de vida volte a Deus que o concedeu. Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, tudo é vaidade” Ecl 11, 9; 12, 1; 7-8).
Jesus Cristo foi para nós um verdadeiro mestre na sabedoria de vida. Ele foi à nossa frente, dando-nos o seu exemplo. Pois, Jesus, quando estava colhendo os melhores sucessos na sua obra de evangelização, sempre tinha o pensamento ligado nos momentos de infortúnio. Por isso, ele soube encarar os momentos de dor e humilhação com coragem e dignidade, porque se preparou para este momento. Por isso, o nosso Senhor Jesus Cristo, que enfrentou a morte com tamanha dignidade, tornou-se o nosso Salvador, conforme as palavras de Paulo, que dizia: “Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo Evangelho, a luz e a vida imperecíveis” (2Tm 1,10).
Enfim, Jesus Cristo, sendo o nosso Senhor e Salvador, sempre haveria de nos acompanhar e de nos amparar neste estreito e árduo caminho de salvação, para nos conduzir às suas moradas eternas no céu, conforme as palavras do profeta, que dizia: “Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós. Vós fazeis voltar ao pó todo mortal, quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!” Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou. Saciai-nos de manhã com vosso amor, e exultaremos de alegria todo o dia! Que a bondade do Senhor e nosso Deus repouse sobre nós e nos conduza” (Sl 89, 2-4; 14; 17)!
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