Palavra comunicada a Jeremias, da parte do Senhor: 2“Põe-te à porta da casa do Senhor e lá anuncia esta palavra, dizendo: Ouvi a palavra do Senhor, todos vós de Judá, que entrais por estas portas para adorar o Senhor. 3Isto diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Melhorai vossa conduta e vossas obras, que eu vos farei habitar neste lugar. 4Não ponhais vossa confiança em palavras mentirosas, dizendo: ‘É o templo do Senhor, o templo do Senhor, o templo do Senhor!’ 5Mas, se melhorardes vossa conduta e vossas obras, se fizerdes valer a justiça, uns com os outros, 6não cometerdes fraudes contra o estrangeiro, o órfão e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, e não andardes atrás de deuses estrangeiros, para vosso próprio mal, 7então eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, desde sempre e para sempre. 8Eis que confiais em palavras mentirosas, que para nada servem. 9Como!? Roubar, matar, cometer adultério e perjúrio, queimar incenso a Baal, e andar atrás de deuses que nem sequer conheceis; 10e depois, vindes à minha presença, nesta casa em que meu nome é invocado, e dizeis: ‘Nenhum mal nos foi infligido’, tendo embora cometido todas essas abominações. 11Acaso, esta casa, em que meu nome é invocado, tornou-se a vossos olhos uma caverna de ladrões? Eis que também eu vi”, diz o Senhor.
Minha alma desfalece de saudades * e anseia pelos átrios do Senhor! Meu coração e minha carne rejubilam * e exultam de alegria no Deus vivo! 4Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa, † e a andorinha ali prepara o seu ninho, * para nele seus filhotes colocar: vossos altares, ó Senhor Deus do universo! * vossos altares, ó meu Rei e meu Senhor! 5Felizes os que habitam vossa casa; * para sempre haverão de vos louvar! 6Felizes os que em vós têm sua força, * 8Caminharão com um ardor sempre crescente. 11Na verdade, um só dia em vosso templo * vale mais do que milhares fora dele! Prefiro estar no limiar de vossa casa, * a hospedar-me na mansão dos pecadores!
Naquele tempo, 24Jesus contou outra parábola à multidão: “O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. 25Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. 26Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. 27Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ 28O dono respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’. Os empregados lhe perguntaram: ‘Queres que vamos arrancar o joio?’ 29O dono respondeu: ‘Não! Pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo. 30Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro!'”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra da celebração de hoje nos diz que o homem bom e justo, que acolher docilmente a Palavra de Deus e perseverar no caminho de salvação, será acolhido no Reino dos Céus. Já aquele que praticar o mal e desprezar os preceitos do Senhor, servindo a ele na hipocrisia de uma vida perversa, este homem será excluído da vida com Deus, merecendo uma condenação eterna. Atualmente, neste mundo, bons e maus vivem juntos e são tratados de forma igual, porém, depois da morte serão separados, cada um sendo conduzido ao seu destino.
O profeta Jeremias, falando em nome de Deus, denunciava os crimes e os pecados cometidos pelo povo judeu e os convocava à conversão. E aos que deixassem de praticar o mal seriam recompensados por Deus de continuarem habitando em Israel, em paz e tranquilidade. Porém, se os pecadores insistissem em viver desregradamente no mal, eles seriam expulsos de suas terras e levados ao exílio como escravos.
Por isso, Jeremias, colocando-se de pé, ao lado da porta de entrada do Templo, anunciava a palavra do Senhor, dizendo: “Isto diz o Senhor dos exércitos, Deus de Israel: Melhorai vossa conduta e vossas obras, que eu vos farei habitar neste lugar. Não ponhais vossa confiança em palavras mentirosas, dizendo: ‘É o templo do Senhor, o templo do Senhor, o templo do Senhor!’ Mas, se melhorardes vossa conduta e vossas obras, se fizerdes valer a justiça, uns com os outros, não cometerdes fraudes contra o estrangeiro, o órfão e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, e não andardes atrás de deuses estrangeiros, para vosso próprio mal, então eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, desde sempre e para sempre” (Jr 7, 3-7).
Entretanto, o judeu, que era fiel e justo, já não almejava nenhum reino terreno onde ele pudesse morar em paz e prosperidade. Aquele judeu fiel e justo, que estava habitando em terras estrangeiras no exílio, ao lado de pagãos e ímpios, almejava tão somente morar na Casa do Senhor, no seu Templo, e ali permanecer numa vida eterna de bem-aventurança, junto de Deus. Conforme as palavras do Salmista, o judeu fiel e justo implorava ao Senhor, dizendo: “Minha alma desfalece de saudades e anseia pelos átrios do Senhor! Meu coração e minha carne rejubilam e exultam de alegria no Deus vivo! Felizes os que habitam vossa casa; para sempre haverão de vos louvar! Felizes os que em vós têm sua força. Caminharão com um ardor sempre crescente. Na verdade, um só dia em vosso templo vale mais do que milhares fora dele” (Sl 83, 4-6; 8; 11)!
Jesus Cristo, quando se pôs a anunciar os mistérios do Reino dos céus, ele preferiu utilizar-se de parábolas. Porém, ele teve que servir-se de várias parábolas, visto que o Reino de Deus abrangia realidades misteriosas muito amplas e complexas, que uma só parábola não seria suficiente para explicá-lo em todos os seus aspectos. Por isso, para explicar um ponto bem específico do Reino dos céus, ele se serviu da parábola que acabamos de ouvir. Nesta parábola, Jesus dizia que um homem havia semeado boa semente no seu campo, mas o maligno, às escondidas, semeara o joio, que era uma semente ruim. Por fim, Jesus concluiu dizendo: “Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e o amarrai em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro!'” (Mt 13, 30).
Ao fazermos a devida interpretação da parábola, podemos dizer que as sementes de trigo seriam os homens bons e justos; as sementes de joio seriam os homens maus e hipócritas; e o campo seria este mundo. E enquanto eles vivessem neste mundo, bons e maus deveriam viver lada-a-lado, conduzindo suas vidas sem serem perturbados. Porém, no final da vida os bons seriam recolhidos para o Reino dos céus e os maus seriam lançados fora, na fornalha de fogo, nos infernos. Este seria o sentido espiritual da parábola do Reino de Deus.
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