Apascenta o teu povo com o cajado da autoridade, o rebanho de tua propriedade, os habitantes dispersos pela mata e pelos campos cultivados; que eles desfrutem a terra de Basã e Galaad, como nos velhos tempos. 15E, como foi nos dias em que nos fizeste sair do Egito, faze-nos ver novos prodígios. 18Qual Deus existe, como tu, que apagas a iniquidade e esqueces o pecado daqueles que são resto de tua propriedade? Ele não guarda rancor para sempre, o que ama é a misericórdia. 19Voltará a compadecer-se de nós, esquecerá nossas iniquidades e lançará ao fundo do mar todos os nossos pecados. 20Tu manterás fidelidade a Jacó e terás compaixão de Abraão, como juraste a nossos pais, desde tempos remotos.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, * e todo o meu ser, seu santo nome! 2Bendize, ó minha alma, ao Senhor, * não te esqueças de nenhum de seus favores! 3Pois ele te perdoa toda culpa, * e cura toda a tua enfermidade; 4da sepultura ele salva a tua vida * e te cerca de carinho e compaixão; 9Não fica sempre repetindo as suas queixas, * nem guarda eternamente o seu rancor. 10Não nos trata como exigem nossas faltas, * nem nos pune em proporção às nossas culpas. 11Quanto os céus por sobre a terra se elevam, * tanto é grande o seu amor aos que o temem; 12quanto dista o nascente do poente, * tanto afasta para longe nossos crimes.
Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. 3Então Jesus contou-lhes esta parábola: 11“Um homem tinha dois filhos. 12O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. 14Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. 15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. 17Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome’. 18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. 20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos. 21O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. 22Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. 25O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. 27O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’. 28Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’. 31Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’ “.
Caríssimos irmãos! A Liturgia da Palavra nos diz que Deus é um Deus de misericórdia! Apesar de todos os pecados que o homem insiste em cometer, Deus não desiste de sua amada criatura. Ele convoca o homem ao arrependimento para que faça penitência até o último instante, na expectativa de que ele se converta e se salve!
Tanto o profeta MIquéias, quanto o salmista do salmo 102, elevavam a Deus uma oração penitencial diante de todo o povo, exortando as pessoas a buscarem este Deus misericordioso! Eles louvavam e enalteciam a Deus pela sua misericórdia e pela sua prontidão em conceder o perdão aos pecadores, dizendo: “Qual Deus existe, como tu, que apagas a iniquidade e esqueces o pecado daqueles que são resto de tua propriedade? Ele não guarda rancor para sempre, pois aquele que ama é misericórdia. Voltará a compadecer-se de nós, esquecerá nossas iniquidades e lançará ao fundo do mar todos os nossos pecados” (Mq 7, 18-20).
E, da mesma forma, o salmista, ao exaltar a grandeza de espirito do nosso Deus – que sempre tem um coração misericordioso e cheio de compaixão pelos pecadores -, ao mesmo tempo ele se dirige aos homens, em sua oração, para que estes se arrependam de seus pecados e confessem-nos a Deus, pois ele está sempre pronto a acolher e a perdoar. Pois, “O Senhor é indulgente e favorável. Pois ele te perdoa toda culpa, e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão” (Sl 102, 1-3)!
No Evangelho que acabamos de ouvir, Jesus Cristo mostrou-se extremamente solícito a todas as pessoas. Ele ia ao encontro de todos. Ele conversava com todas as pessoas, e os acolhia com todo respeito; punha-se à mesa, inclusive, com os pecadores públicos. Ele fazia isto não para ser complacente e conivente com os pecadores – como o acusavam falsamente os fariseus, que o criticavam, dizendo: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles” (Mt 15, 1-2) -, mas para demonstrar a sua afável misericórdia para com todos, sem discriminar ninguém, mesmo aos que o rejeitavam e criticavam.
Para explicar-lhes o seu amor de misericórdia para com todos, contou-lhes uma parábola de um pai que tinha dois filhos. Assim, o pai seria Deus, o filho mais velhos seriam os fariseus e os mestres da Lei, e, por último, o filho mais novo seriam os pecadores e publicanos. Assim sendo, ao concluir a parábola que contou aos seus ouvintes, formados de publicanos e pecadores, mas também de fariseus e mestres da lei, Jesus lhes disse: “Então o pai disse ao filho mais velho: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’ ” (Lc 15, 31-32).
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