O Senhor Deus chamou Adão, dizendo: “Onde estás?” 10E ele respondeu: “Ouvi tua voz no jardim, e fiquei com medo porque estava nu; e me escondi”. 11Disse-lhe o Senhor Deus: “E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer?” 12Adão disse: “A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me deu do fruto da árvore, e eu comi”. 13Disse o Senhor Deus à mulher: “Por que fizeste isso?” E a mulher respondeu: “A serpente enganou-me e eu comi”. 14Então o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o ventre e comerás pó todos os dias da tua vida! 15Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. 16À mulher ele disse: “Multiplicarei os sofrimentos da tua gravidez: entre dores darás à luz os filhos; teus desejos te arrastarão para o teu marido, e ele te dominará”. 17E disse em seguida a Adão: “Porque ouviste a voz da tua mulher e comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer, amaldiçoado será o solo por tua causa! Com sofrimento tirarás dele o alimento todos os dias da tua vida. 18Ele produzirá para ti espinhos e cardos e comerás as ervas da terra; 19comerás o pão com o suor do teu rosto até voltares à terra de que foste tirado, porque és pó e ao pó hás de voltar”. 20E Adão chamou à sua mulher “Eva”, porque ela é a mãe de todos os viventes. 21Então o Senhor Deus fez para Adão e sua mulher túnicas de pele e os vestiu. 22Disse, depois, o Senhor Deus: “Eis que o homem se tornou como um de nós, capaz de conhecer o bem e o mal. Não aconteça, agora, que ele estenda a mão também à árvore da vida para comer dela e viver para sempre!” 23E o Senhor Deus o expulsou do jardim de Éden, para que ele cultivasse a terra donde fora tirado. 24Expulsou o homem, e colocou a oriente do jardim de Éden os querubins, e a espada lampejante de chamas, para guardar o caminho da árvore da vida.
Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós. 2Já bem antes que as montanhas fossem feitas† ou a terra e o mundo se formassem,* desde sempre e para sempre vós sois Deus. 3Vós fazeis voltar ao pó todo mortal,* quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!” 4Pois mil anos para vós são como ontem,* qual vigília de uma noite que passou. 5Eles passam como o sono da manhã,* 6são iguais à erva verde pelos campos: De manhã ela floresce vicejante,*
mas à tarde é cortada e logo seca. 12Ensinai-nos a contar os nossos dias,* e dai ao nosso coração sabedoria! 13Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos!
Naqueles dias, havia de novo uma grande multidão e não tinha o que comer. Jesus chamou os discípulos e disse: 2“Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo e não têm nada para comer. 3Se eu os mandar para casa sem comer, vão desmaiar pelo caminho, porque muitos deles vieram de longe”. 4Os discípulos disseram: “Como poderia alguém saciá-los de pão aqui no deserto?” 5Jesus perguntou-lhes: “Quantos pães tendes?”
Eles responderam: “Sete.” 6Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão. Depois, pegou os sete pães, e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que os distribuíssem. E eles os distribuíam ao povo. 7Tinham também alguns peixinhos. Depois de pronunciar a bênção sobre eles, mandou que os distribuíssem também. 8Comeram e ficaram satisfeitos, e recolheram sete cestos com os pedaços que sobraram. 9Eram quatro mil, mais ou menos. E Jesus os despediu. 10Subindo logo na barca com seus discípulos, Jesus foi para a região de Dalmanuta.
No Evangelho que acabamos de ouvir, caros irmãos, Jesus se serviu do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, para demonstrar duas verdades fundamentais que ele guardava em seu coração: 1º – O extraordinário poder de sua divindade! 2º – O imenso amor de sua compaixão e misericórdia! Jesus, com o testemunho deste milagre, revelou que possuía profunda empatia e compaixão pelos pobres, pelos famintos, pelos enfermos, pelos oprimido e por todos os sofredores. E, ao mesmo tempo, ele demonstrava que este amor de compaixão e misericórdia se encontrava no seu Divino Coração. Ou seja, o seu coração era um coração de natureza divina que tinha os mais sublimes sentimentos de compaixão e de misericórdia. Ou ainda, Jesus Cristo estava revelando, com este milagre, que Ele, enquanto Deus, tinha este olhar vigilante e providente sobre os que sofrem e passam por necessidades neste mundo!
Por isso Jesus disse: “Tenho compaixão dessa multidão, porque já faz três dias que está comigo e não têm nada para comer” (Mc 8, 22). E a seguir, tomando os pães e alguns peixes realizou o seguinte milagre: “Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão. Depois, pegou os sete pães, e deu graças, partiu-os e ia dando aos seus discípulos, para que os distribuíssem. E eles os distribuíam ao povo. Tinham também alguns peixinhos. Depois de pronunciar a bênção sobre eles, mandou que os distribuíssem também. Comeram e ficaram satisfeitos, e recolheram sete cestos com os pedaços que sobraram. Eram quatro mil, mais ou menos” (Mc 8, 6-9).
Na leitura do livro do Gênesis, o autor sagrado nos revelou, em poucas palavras, as circunstâncias e os motivos que levaram o homem e a mulher a cometerem o “Pecado Original” no Paraíso; bem como as consequências nefastas do pecado sobre Adão e Eva e, consequentemente, sobre toda a humanidade. Enquanto o Iníquo Tentador não se fizera presente, o homem e a mulher – Adão e Eva – naturalmente seguiam uma vida de retidão, de santidade e de felicidade, obedecendo a Deus em tudo, com temor e alegria no coração. Uma vez iludidos em suas mentes e excitados em seu coração, por raciocínios perversos, despertando neles imagens atraentes provocadas pelo Maligno – na figura prodigiosa de uma serpente que falava – eles se deixaram seduzir pelo Maligno Tentador, cometendo o pecado de desobediência aos preceitos divinos!
Uma vez cometido o pecado, imediatamente perceberam os efeitos nefastos deste ato sobre suas vidas. Primeiramente ficaram como que desnorteados e confusos! A seguir, em meio a uma série de sentimentos de culpa em suas consciências, perceberam a baixeza de seus atos, sentindo-se desapontados consigo mesmos e envergonhados por terem cometido o mal.
Para punir o seu pecado, Deus tomou a seguinte resolução: “O Senhor Deus o expulsou do jardim de Éden, para que ele cultivasse a terra donde fora tirado. Expulsou o homem, e colocou a oriente do jardim de Éden os querubins, e a espada lampejante de chamas, para guardar o caminho da árvore da vida” (Gn 3, 22-24). Deste modo, foram expulsos do Paraíso, ficaram sujeitos à morte, e foram levados a viver, temporariamente neste mundo, em meio a provações, amarguras e sofrimentos. Porém, desde o início, Deus lhes deixara a possibilidade da regeneração e da salvação!
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