Irmãos, 1a fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem. 2Foi a fé que valeu aos antepassados um bom testemunho. 8Foi pela fé que Abraão obedeceu à ordem de partir para uma terra que devia receber como herança, e partiu, sem saber para onde ia.9Foi pela fé que ele residiu como estrangeiro na terra prometida, morando em tendas com Isaac e Jacó, os co-herdeiros da mesma promessa. 10Pois esperava a cidade alicerçada que tem Deus mesmo por arquiteto e construtor. 11Foi pela fé também que Sara, embora estéril e já de idade avançada, se tornou capaz de ter filhos, porque considerou fidedigno o autor da promessa. 12É por isso também que de um só homem, já marcado pela morte, nasceu a multidão “comparável às estrelas do céu e inumerável como a areia das praias do mar”. 13Todos estes morreram na fé. Não receberam a realização da promessa,
mas a puderam ver e saudar de longe e se declararam estrangeiros e migrantes nesta terra. 14Os que falam assim demonstram que estão buscando uma pátria, 15e se se lembrassem daquela que deixaram, até teriam tempo de voltar para lá. 16Mas agora, eles desejam uma pátria melhor, isto é, a pátria celeste. Por isto, Deus não se envergonha deles, ao ser chamado o seu Deus. Pois preparou mesmo uma cidade para eles. 17Foi pela fé que Abraão, posto à prova, ofereceu Isaac; ele, o depositário da promessa, sacrificava o seu filho único, 18do qual havia sido dito: “É em Isaac que uma descendência levará o teu nome”. 19Ele estava convencido de que Deus tem poder até de ressuscitar os mortos, e assim recuperou o filho – o que é também um símbolo.
Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou! 69Fez surgir um poderoso Salvador * na casa de Davi, seu servidor, 70como falara pela boca de seus santos, * os profetas desde os tempos mais antigos. 71Para salvar-nos do poder dos inimigos * e da mão de todos quantos nos odeiam. 72Assim mostrou misericórdia a nossos pais, * recordando a sua santa Aliança. 73e o juramento a Abraão, o nosso pai, * de conceder-nos 74que, libertos do inimigo, a ele nós sirvamos sem temor † 75em santidade e em justiça diante dele, * enquanto perdurarem nossos dias.
Deus amou tanto o mundo que lhe deu seu próprio Filho, para todo o que nele crer, encontre a vida eterna.
Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O ventou cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra do dia de hoje nos deu uma lição perfeita sobre a fé da Igreja Católica. Esta fé foi-nos dada por Jesus Cristo e nos foi anunciada pelos Apóstolos. Esta fé da Igreja Católica professa e crê firmemente na humanidade de Cristo – como o descendente prometido por Deus aos Patriarcas -, e na divindade de Cristo – como o nosso Senhor e Salvador que foi enviado a este mundo para nos salvar -, como disse João: “Deus amou tanto o mundo que lhe deu seu próprio Filho, para todo o que nele crer, encontre a vida eterna” (Jo 3, 16).
No Evangelho que acabamos de ouvir, Jesus Cristo se deu a conhecer em sua humanidade pelo convívio com as pessoas que se encontravam com ele e com os Apóstolos que o acompanhavam em todos os lugares. Para dar uma demonstração de sua humanidade, “Jesus disse a seus discípulos: ‘Vamos para a outra margem!’ Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro” (Mc 4, 35-38).
Porém, logo a seguir Jesus realizou um milagre espetacular para despertar nos apóstolos a fé na sua divindade. Por isso, “os discípulos acordaram Jesus e o disseram: “‘Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?’ Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O ventou cessou e houve uma grande calmaria. Então Jesus perguntou aos discípulos: ‘Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?’ Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: ‘Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem'” (Mc 4, 38-41)? Desta forma, os apóstolos foram levados por Jesus a enxergá-lo com os olhos da fé, tornando-os, assim, capazes de ver as realidades espirituais e invisíveis, como disse o Apóstolo Paulo: “A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem” (Hb 11, 1).
Da mesma forma como Jesus levou os apóstolos a reconhecerem, pela fé, que ele era o Messias e o Filho de Deus que fora prometido a Abraão e a Davi, também os judeus deveriam acreditar, com uma fé sincera, e proclamá-lo com as mesmas palavras de Zacarias, dizendo: “Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou! Fez surgir um poderoso Salvador na casa de Davi, seu servidor, como falara pela boca de seus santos, os profetas desde os tempos mais antigos. Para salvar-nos do poder dos inimigos e da mão de todos quantos nos odeiam. Assim mostrou misericórdia a nossos pais, recordando a sua santa Aliança” Lc 1, 68-72).
Santo Tomás de Aquino, num breve resumo, deu uma bela definição sobre a fé católica, que nos foi apresentada nas leituras da Liturgia da Palavra de hoje. Este grande doutor da Igreja, num breve sermão, ele dizia o seguinte sobre a nossa Fé Católica: “Assim como proclamava o Apóstolo Paulo, na Carta aos Hebreus, dizendo que: a fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, e a convicção acerca de realidades que não se veem (Hb 11, 1). Ou seja, a fé, essencialmente, diz respeito às coisas que haveremos de gozar na visão da vida eterna, e ao mistério do caminho de salvação, que a ela nos conduz”.
“Portanto, são dois os pilares da fé católica, e que podem ser vistas com toda clareza e evidência apenas na Vida Eterna. Entretanto, foi-nos dado o poder de alcançar alguns vislumbres, nesta vida terrena, com os olhos da fé, tais como: ‘o Deus Uno e Trino, e o mistério da humanidade do nosso Senhor Jesus Cristo, que é o caminho de acesso à glória dos filhos de Deus (Rm 5,2)’! Por isso, diz o Evangelista João: ‘ A Vida Eterna é esta: que conheçamos e vejamos o Deus único e verdadeiro e a Jesus Cristo, que tu enviaste (Jo 17, 3)’. Portanto, a fé católica está fundamentada primeiramente nas verdades sobre Deus; e em segundo lugar, no conhecimento do Mistério da Humanidade de Jesus, bem como numa adesão de fé ao nosso Senhor Jesus Cristo, o único e verdadeiro caminho de vida e salvação”!
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