Irmãos, 18vós não vos aproximastes de uma realidade palpável: “fogo ardente e escuridão, trevas e tempestade, 19som da trombeta e voz poderosa”, que os ouvintes suplicaram não continuasse. 21Eles ficaram tão espantados com esse espetáculo, que Moisés disse: “Estou apavorado e com medo”. 22Mas vós vos aproximastes do monte Sião e da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste; da reunião festiva de milhões de anjos; 23da assembleia dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus; de Deus, o Juiz de todos; dos espíritos dos justos, que chegaram à perfeição; 24de Jesus, mediador da nova aliança, e da aspersão do sangue mais eloquente que o de Abel.
Grande é o Senhor e muito digno de louvores * na cidade onde ele mora; 3seu Monte santo, esta colina encantadora * é a alegria do universo. Monte Sião, no extremo norte situado, * és a mansão do grande Rei! 4Deus revelou-se em suas fortes cidadelas * um refúgio poderoso. 9Como ouvimos dos antigos, contemplamos: * Deus habita esta cidade, a cidade do Senhor onipotente, * que ele a guarde eternamente! 10Recordamos, Senhor Deus, vossa bondade * em meio ao vosso templo; 11com vosso nome vai também vosso louvor * aos confins de toda a terra.
Convertei-vos e crede no Evangelho, pois, o Reino de Deus está chegando!
Naquele tempo, 7Jesus chamou os doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. 8Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. 9Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. 10E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. 11Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!” 12Então os doze partiram pregaram que todos se convertessem. 13Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.
Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo nosso Senhor! A Liturgia da Palavra de hoje nos apresenta alguns dos elementos fundamentais que deviam fazer parte do anúncio evangélico dos Apóstolos. Na verdade a pregação missionária dos apóstolos era uma imitação perfeita da pregação de Jesus Cristo, que dizia: “Convertei-vos e crede no Evangelho, pois, o Reino de Deus está chegando” (Mt 1, 15)! Por isso, os apóstolos anunciavam o Reino dos Céus; proclamavam a presença de Cristo no meio do povo; e convocavam as pessoas a se converterem, afastando-se do pecado, do maligno e das riquezas mundanas.
Infelizmente, caros irmãos, não nos foi dado por nenhum dos evangelistas uma apresentação detalhada sobre a pregação evangélica e missionária dos apóstolos. Todos foram muito breves e lacônicos na apresentação do conteúdo da pregação missionária dos discípulos. De modo geral, todos disseram que Jesus mandou-lhes anunciar a todas as pessoas que encontrassem, a seguinte mensagem: “Convertei-vos e crede no Evangelho, pois, o Reino de Deus está chegando” (Mt 1, 15)! Na verdade, a pregação dos apóstolos era idêntica à pregação de Jesus Cristo.
Por fim, São Marco, no Evangelho que acabamos de ouvir, se contentou em dizer apenas o seguinte: “Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem” (Mc 6, 12). Portanto, segundo Marcos, o conteúdo principal da pregação era uma mensagem de conversão, na qual as pessoas eram exortadas a se arrependerem de seus pecados, buscando uma vida de santidade em conformidade com os mandamentos divinos.
Porém, para Jesus, a obra missionária dos apóstolos não consistia apenas no anúncio de uma mensagem, mas num testemunho de vida e na realização de obras prodigiosas, combatendo os demônios e curando os enfermos, em nome de Jesus! Os missionários apostólicos deviam se apresentar aos homens em total despojamento, humildade e pobreza. Bem como, deveriam ser mansos com aqueles que os tratassem com hostilidade. “Por isso, Jesus recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles” (Mc 6, 8-11)!
Além deste testemunho de vida, eles deveriam estar munidos da força e da graça de Cristo para expulsar os demônios e curar as enfermidades. Deste modo, “Jesus chamou os doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. Eles, então, expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo” (Mc 6, 7; 13).
Felizmente, caros irmãos, as outras leituras da Liturgia da Palavra de hoje nos apresentaram de forma um pouco mais desenvolvida e detalhada o conteúdo principal desta pregação missionária dos apóstolos, que os Evangelistas apresentavam de forma muito breve. Estas leituras nos mostraram que todos os missionários deviam estar empenhados em divulgar uma mensagem de esperança de vida eterna, que o próprio Jesus viera comunicar. Todos deviam anunciar o Reino de Deus como algo a ser alcançado por todos aqueles que aderissem com fé a Jesus Cristo e ao seu Evangelho; como disse São Paulo na sua Carta aos Hebreus: “Irmãos, vós não vos aproximastes de uma realidade palpável. Mas vós vos aproximastes do monte Sião e da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste; da reunião festiva de milhões de anjos; da assembleia dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus; de Deus, o Juiz de todos; dos espíritos dos justos, que chegaram à perfeição; de Jesus, mediador da nova aliança, e da aspersão do sangue mais eloquente que o de Abel” (Hb 12, 18; 22-24).
Portanto, a pregação apostólica consistia em levar as pessoas a se colocarem às portas do Reino dos Céus, a Jerusalém Celeste, que era a morada de Deus Altíssimo em sua glória, como disse o profeta: “Grande é o Senhor e muito digno de louvores na cidade onde ele mora; seu Monte santo, esta colina encantadora é a alegria do universo. Monte Sião, no extremo norte situado, és a mansão do grande Rei! Deus revelou-se em suas fortes cidadelas um refúgio poderoso. Como ouvimos dos antigos, contemplamos: Deus habita esta cidade, a cidade do Senhor onipotente, que ele a guarde eternamente” (Sl 47, 2-4; 9)!
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