Naqueles dias, 3Abrão prostrou-se com o rosto por terra. 4E Deus lhe disse: “Eis a minha aliança contigo: tu serás pai de uma multidão de nações. 5Já não te chamarás Abrão, mas o teu nome será Abraão, porque farei de ti o pai de uma multidão de nações. 6Farei crescer tua descendência infinitamente. Farei nascer de ti nações, e reis sairão de ti. 7Estabelecerei minha aliança entre mim e ti e teus descendentes para sempre; uma aliança eterna, para que eu seja teu Deus e o Deus de teus descendentes. 8A ti e aos teus descendentes darei a terra em que vives como estrangeiro, todo o país de Canaã como propriedade para sempre. E eu serei o Deus dos teus descendentes”. 9Deus disse a Abraão: “Guarda a minha aliança, tu e a tua descendência para sempre”.
Procurai o Senhor Deus e seu poder, * buscai constantemente a sua face! 5Lembrai as maravilhas que ele fez, * seus prodígios e as palavras de seus lábios! 6Descendentes de Abraão, seu servidor, * e filhos de Jacó, seu escolhido, 7ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, * vigoram suas leis em toda a terra. 8Ele sempre se recorda da Aliança, * promulgada a incontáveis gerações; 9da Aliança que ele fez com Abraão, * e do seu santo juramento a Isaac.
Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 51“Em verdade, em verdade, eu vos digo: se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte”. 52Disseram então os judeus: “Agora sabemos que tens um demônio. Abraão morreu e os profetas também, e tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra jamais verá a morte’. 53Acaso és maior do que nosso pai Abraão, que morreu, como também os profetas? Quem pretendes tu ser?”. 54Jesus respondeu: “Se me glorifico a mim mesmo, minha glória não vale nada. Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus. 55No entanto, não o conheceis. Mas eu o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria um mentiroso, como vós! Mas eu o conheço e guardo a sua palavra. 56Vosso pai Abraão exultou, por ver o meu dia; ele o viu, e alegrou-se”. 57Os judeus disseram-lhe então: “Nem sequer cinquenta anos tens, e viste Abraão!?” 58Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, antes que Abraão existisse, eu sou”. 59Então eles pegaram em pedras para apedrejar Jesus, mas ele escondeu-se e saiu do Templo.
Caríssimos irmãos! O Evangelho da Liturgia da Palavra de hoje é uma parte do capítulo 8 do Evangelho de João. Nesta passagem do Evangelho de João, Jesus estabeleceu uma discussão muito intensa com os mestres da Lei e os fariseus, na esplanada do Templo de Jerusalém. Jesus, nesta ocasião, fez a sua última tentativa de anunciar o seu Evangelho aos judeus, sobretudo à elite da religião judaica, composta pelos sacerdotes, os doutores e mestres da lei e os fariseus.
Ali, na esplanada do Templo de Jerusalém, facilmente ele tinha acesso a este público seleto de judeus, para fazer a sua pregação, e tentar convencer alguns, provocando a conversão deles, afim de que aderissem a esta nova crença que o próprio Jesus estava ensinando. O Evangelho de hoje nos apresenta aquela parte do discurso de Jesus que se refere a Abraão, o Pai do judaísmo e aquele que por primeiro acreditou no Deus único e verdadeiro. Todo judeu se sentia como legítimo filho e descendente de Abraão, comprometido a guardar com fidelidade a mesma fé e a Aliança que Abraão fizera com o Senhor Deus! Pois, naqueles dias “Abrão prostrou-se com o rosto por terra. E Deus lhe disse: “Eis a minha aliança contigo: tu serás pai de uma multidão de nações. “Guarda a minha aliança, tu e a tua descendência para sempre” (Gn 17, 3-4; 9).
Jesus, ao ensinar a sua nova crença e a sua religião, dizia que aquilo que ele estava ensinando, estava em perfeita sintonia com a fé de Abraão. Nenhum judeu deveria abandonar a sua crença neste Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó. Pois, o Deus de Abraão é o mesmo Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Aquele que Jesus chamava de Pai, era o mesmo Deus de Abraão. Aquele Deus em quem Abraão depositara a sua fé, e nela perseverou até o fim de sua vida, é o mesmo Deus Filho e Senhor, que estava ali diante deles, na pessoa de Jesus Cristo. Assim sendo, todo o discurso de Jesus girava em torno deste argumento. Vejamos, agora, apenas algumas palavras de Jesus, que disse: “Bem sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque a minha palavra não é acolhida por vós. Eu falo o que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai”. Eles responderam então: “O nosso pai é Abraão”. Disse-lhes Jesus: “Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão! Mas agora, vós procurais matar-me, a mim, que vos falei a verdade que ouvi de Deus. Isto, Abraão não o fez” (Jo 8, 37-40).
E Jesus argumentava, ainda, dizendo que entre Jesus e Abraão havia uma comunhão perfeita de fé e de amor. Ele declarava, contudo, que o mesmo Deus de Abraão era o Deus e Pai de Jesus Cristo, dizendo: “Se me glorifico a mim mesmo, minha glória não vale nada. Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus. No entanto, não o conheceis. Mas eu o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria um mentiroso, como vós! Mas eu o conheço e guardo a sua palavra. Vosso pai Abraão exultou, por ver o meu dia; ele o viu, e alegrou-se”. Os judeus disseram-lhe então: “Nem sequer cinquenta anos tens, e viste Abraão!?” Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, antes que Abraão existisse, eu sou” (Jo 8, 54-58).
Por fim, a conclusão deste discurso foi simplesmente lamentável, conforme o testemunho de João: “Então eles pegaram em pedras para apedrejar Jesus, mas ele escondeu-se e saiu do Templo”(Jo 8, 59).
WhatsApp us