Disse Jó: 21“Piedade, piedade de mim, meus amigos, pois a mão de Deus me feriu! 22Por que me perseguis como Deus, e não vos cansais de me torturar? 23Gostaria que minhas palavras fossem escritas e gravadas numa inscrição 24com ponteiro de ferro e com chumbo, cravadas na rocha para sempre! 25Eu sei que o meu redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó; 26e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus. 27Eu mesmo o verei, meus olhos o contemplarão, e não os olhos de outros. Dentro de mim consomem-se os meus rins”.
Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo, * atendei por compaixão! 8Meu coração fala convosco confiante. * e os meus olhos vos procuram. Senhor é vossa face que eu procuro; * Não me escondais a vossa face! 9Não afasteis em vossa ira o vosso servo,* sois vós o meu auxílio! Não me esqueçais nem me deixeis abandonado,* meu Deus e Salvador! 13Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver* na terra dos viventes. 14Espera no Senhor e tem coragem,* espera no Senhor!
Naquele tempo, 1o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. 8Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós.’ 10Mas, quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: 11‘Até a poeira de vossa cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ 12Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje é um forte testemunho de fé e de confiança nos bens de nossa esperança! Pois, a nossa esperança está toda ela fundamentada na certeza de que Deus dará aos seus servos, que forem fiéis e perseverantes até o fim, a graça da salvação e a vida eterna, depois da morte. A mensagem da esperança sofre duras oposições, mas ela triunfará naqueles que a acolherem com fé.
As três leituras demonstram, em poucas palavras, o quanto a mensagem da esperança de salvação sofre oposições e contrariedades. Porém, todo aquele que esperar com fé, contra todas as falsas esperanças mundanas, haverá de triunfar e alcançar as mais elevadas promessas de vida e de salvação, no Reino dos Céus.
O testemunho de fé na esperança da vida eterna, proclamado por Jó, foi um dos mais notáveis do Antigo Testamento. O justo Jó, iniciou o seu discurso lamentando as duras provações que Deus havia permitido acontecer em sua vida, dizendo: “Piedade, piedade de mim, meus amigos, pois a mão de Deus me feriu! Por que me perseguis como Deus, e não vos cansais de me torturar” (Jó 19, 21-22)? Porém, longe de deixá-lo revoltado e abatido, pareceu que tais provações o confirmaram mais ainda na sua fé e na sua esperança. Diante disto, ele quis deixar o seu testemunho de fé e de esperança na salvação eterna registrado de uma forma tal, que toda a humanidade para sempre soubesse. Por isso, ele disse: “Gostaria que minhas palavras fossem escritas e gravadas numa inscrição com ponteiro de ferro e com chumbo, cravadas na rocha para sempre! Eu sei que o meu redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó; e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus. Eu mesmo o verei, meus olhos o contemplarão, e não os olhos de outros. Dentro de mim consomem-se os meus rins” (Jó 19, 23-27).
O profeta Davi também nos deu um fabuloso testemunho de fé na esperança de ver eternamente a face de Deus. Entretanto, antes de professar a sua esperança, ele humildemente pediu a Deus para que ele não fosse rejeitado e nem abandonado à própria sorte, pois ele o tinha como o seu Salvador, dizendo: “Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo. Não afasteis em vossa ira o vosso servo, sois vós o meu auxílio! Não me esqueçais nem me deixeis abandonado, meu Deus e Salvador” (Sl 26, 7; 9)! E a seguir, ele declarou toda sua fé e confiança na sua salvação e na felicidade de ver a face de Deus, dizendo: “Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor” (Sl 26, 13-14)!
Jesus Cristo, no Evangelho que ouvimos, escolheu outros 72 discípulos e os enviou em missão para anunciar a sua grande mensagem da esperança, dizendo “O Reino de Deus está próximo de vós” (Lc 10, 9). Por isso, Jesus disse: “Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós'” (Lc 10, 3; 5; 9). E, toda vez que os discípulos encontrassem pessoas que se opusessem ao Evangelho, Jesus lhes deu a seguinte recomendação: “Mas, quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: ‘Até a poeira de vossa cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade'” (Lc 10, 10-12) .
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