“Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade”. 3Que proveito tira o homem de todo o trabalho com o qual se afadiga debaixo do sol? 4Uma geração passa, outra lhe sucede, enquanto a terra permanece sempre a mesma. 5O sol se levanta, o sol se deita, apressando-se para voltar ao seu lugar, donde novamente torna a levantar-se. 6Dirigindo-se para o sul e voltando para o norte, ora para cá, ora para lá, vai soprando o vento, para retomar novamente o seu curso. 7Todos os rios correm para o mar, e contudo o mar não transborda; voltam ao lugar de onde saíram para tornarem a correr. 8Tudo é penoso, difícil para o homem explicar. A vista não se cansa de ver, nem o ouvido se farta de ouvir. 9O que foi, será; o que aconteceu, acontecerá: 10não há nada de novo debaixo do sol. Uma coisa da qual se diz: “Eis aqui algo de novo”, também esta já existiu nos séculos que nos precederam. 11Não há memória do que aconteceu no passado, nem também haverá lembrança do que acontecer, entre aqueles que viverão depois.
Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós. 3Vós fazeis voltar ao pó todo mortal,* quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!” 4Pois mil anos para vós são como ontem,* qual vigília de uma noite que passou. 5Eles passam como o sono da manhã,* 6são iguais à erva verde pelos campos: De manhã ela floresce vicejante,* mas à tarde é cortada e logo seca. 12Ensinai-nos a contar os nossos dias,* e dai ao nosso coração sabedoria! 13Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos! 14Saciai-nos de manhã com vosso amor,* e exultaremos de alegria todo o dia! 17Que a bondade do Senhor e nosso Deus † repouse sobre nós e nos conduza!* Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.
Naquele tempo, 7o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo, e ficou perplexo, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. 8Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. 9Então Herodes disse: “Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?” E procurava ver Jesus.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje nos quer dar um testemunho contundente sobre a condição lamentável de tudo o que existe neste mundo, porque tudo está sujeito à lei da vaidade; no qual tudo passa, tudo fenece, tudo se corrompe, tudo acaba! Mesmo os homens poderosos e e aqueles que se prevalecendo de seus poderes para nos perseguir – movidos por malícia e por inveja -, estes também desaparecem. Os únicos que permanecem eternamente são o Senhor e Salvador Jesus Cristo e o seu Reino Eterno!
No Evangelho que acabamos de ouvir foi-nos apresentado o rei Herodes, rei da Judéia, demonstrando grande curiosidade e preocupação com este personagem que apareceu em seu reino, chamado Jesus Cristo. Herodes não pretendia conhecer Jesus para se tornar discípulo dele. Não, muito ao contrário! Por ser rei da Judeia ele via em Jesus, o filho de Davi, um rival seu, que devia ser combatido e eliminado. Por isso Herodes, ouvindo falar da fama de Jesus, movido por inveja e ódio, queria se aproximar de Jesus para fazer com ele aquilo que ele fizera com João Batista. Com esta atitude, Herodes se tornava um dos maiores inimigos de Jesus, que o perseguia e alimentava contra ele um ódio mortal. Uma vez tendo presente isto, então se consegue entender as palavras do Evangelista, que disse: “Naquele tempo, o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo, e ficou perplexo, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. Então Herodes disse: “Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?” E procurava ver Jesus” (Lc 9, 7-9).
Com o surgimento de Jesus Cristo neste mundo, que pregava o Evangelho do seu Reino Eterno, ele se tornara, assim, a única realidade neste mundo com estabilidade eterna e com capacidade de sustentar a vida humana acima das condições efêmeras e caducas deste mundo, como Senhor e Salvador da humanidade. Ele se apresentava como Senhor e Salvador de um mundo no qual tudo era passageiro, efêmero e submetido à vaidade e à mortalidade. Diante de Jesus Cristo – o caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14, 6) – e diante do seu Reino Eterno, nós somos convidados por ele a entrar no seu caminho de vida e salvação! E, ao mesmo tempo, ele nos propunha a renunciar às coisas deste mundo efêmero, para abraçar o seu Reino estável e eterno. Como disse Salomão em toda a sua sabedoria: “Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade”. Que proveito tira o homem de todo o trabalho com o qual se afadiga debaixo do sol? O que foi, será; o que aconteceu, acontecerá: não há nada de novo debaixo do sol” (Ecl 1, 2-3; 9-10).
Portanto, caros irmãos, ao voltarmos nossos olhos para o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, saibamos relativizar as coisas deste mundo, no qual tudo passa e desaparece, como disse o profeta: “Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós. Vós fazeis voltar ao pó todo mortal, quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!” Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou. Eles passam como o sono da manhã, são iguais à erva verde pelos campos: Que a bondade do Senhor e nosso Deus repouse sobre nós e nos conduza” (Sl 89, 2-6; 17)!
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