E agora, ricos, chorai e gemei, por causa das desgraças que estão para cair sobre vós. 2Vossa riqueza está apodrecendo, e vossas roupas estão carcomidas pelas traças. 3Vosso ouro e vossa prata estão enferrujados, e a ferrugem deles vai servir de testemunho contra vós e devorar vossas carnes, como fogo! Amontoastes tesouros nos últimos dias. 4Vede: o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, que vós deixastes de pagar, está gritando, e o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso. 5Vós vivestes luxuosamente na terra, entregues à boa vida, cevando os vossos corações para o dia da matança. 6Condenastes o justo e o assassinastes; ele não resiste a vós.
Este é o fim do que espera estultamente, * o fim daqueles que se alegram com sua sorte; 15são um rebanho recolhido ao cemitério, * e a própria morte é o pastor que os apascenta. São empurrados e deslizam para o abismo. † Logo seu corpo e seu semblante se desfazem, * e entre os mortos fixarão sua morada. 16Deus, porém, me salvará das mãos da morte * e junto a si me tomará em suas mãos. 17Não te inquietes, quando um homem fica rico * e aumenta a opulência de sua casa; 18pois ao morrer não levará nada consigo, * nem seu prestígio poderá acompanhá-lo. 19Felicitava-se a si mesmo enquanto vivo: * “Todos te aplaudem, tudo bem, isto que é vida!” 20Mas vai-se ele para junto de seus pais, * que nunca mais e nunca mais verão a luz!
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 41“Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. 42E se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço. 43Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. 45Se teu pé te leva a pecar, corta-o! É melhor entrar na Vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. 47Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48′onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga’. 49Pois todos hão de ser salgados pelo fogo. 50Coisa boa é o sal. Mas se o sal se tornar insosso, com que lhe restituireis o tempero? Tende, pois, sal em vos mesmos e vivei em paz uns com os outros”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra que acabamos de ouvir nos adverte com toda severidade que evitemos todo tipo de pecado grave, pois, se formos encontrados na hora da morte com tais pecados, a nossa ruína será completa e eterna. Sobretudo, sejamos prudentes e sóbrios diante dos bens deste mundo, pois, a cobiça por riqueza é normalmente fonte de muitas iniquidades, que levam à própria perdição eterna!
O apóstolo Tiago foi muito contundente em suas palavras, advertindo os cristãos que já receberam a redenção de seus pecados, pelos sacramentos da Igreja, a tomarem muito cuidado com as tentações que as riquezas e os bem materiais costumam provocar. Sem nenhum rodeio de palavras, ele chama a atenção dos ricos, advertindo-os seriamente do grande perigo que eles estão se expondo, ao abraçarem as riquezas deste mundo com uma cobiça desenfreada e pecaminosa, dizendo: “E agora, ricos, chorai e gemei, por causa das desgraças que estão para cair sobre vós. Vossa riqueza está apodrecendo, e vossas roupas estão carcomidas pelas traças. Vosso ouro e vossa prata estão enferrujados, e a ferrugem deles vai servir de testemunho contra vós e devorar vossas carnes, como fogo! Amontoastes tesouros nos últimos dias. Vede: o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, que vós deixastes de pagar, está gritando, e o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso” (Tg 5, 1-4). E ele concluiu dizendo que tais riquezas, obtidas desta forma, os levariam á condenação eterna, dizendo: “Vós vivestes luxuosamente na terra, entregues à boa vida, cevando os vossos corações para o dia da matança” (Tg 5, 5).
O Salmista completou as palavras de Tiago, mostrando qual seria o fim daqueles que só se preocupam em amontoar bens materiais neste mundo, dizendo: “Este é o fim do que espera estultamente, o fim daqueles que se alegram com sua sorte; são um rebanho recolhido ao cemitério, e a própria morte é o pastor que os apascenta. São empurrados e deslizam para o abismo. Logo seu corpo e seu semblante se desfazem, e entre os mortos fixarão sua morada” (Sl 48, 14-17).
A advertência que Jesus fez foi muito mais clara e forte! Ele tinha um jeito muito peculiar de falar as coisas, que fazia os maus não se sentirem atacados, mas os levava a refletir sobre a sua conduta de vida. Jesus Cristo disse que todos, mesmo aqueles que já foram justificados e santificados, podem, eventualmente, pecar gravemente. E este pecado seria punido com uma punição atroz, somente depois da morte, com penas eternas e cruéis, no inferno. Este modo de dizer as coisas pode criar certos constrangimentos e escândalo da parte de pessoas de nosso tempo, e de cristãos católicos que acham que o inferno não existe, e que este Deus bondoso e amável não seria capaz de tamanha crueldade. Entretanto, estas advertências foram proferidas por Cristo, ditas com uma certa insistência e que faziam parte do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, quando ele disse: “Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. Se teu pé te leva a pecar, corta-o! É melhor entrar na Vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga'” (Mc 9, 43; 45; 47- 48).
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