Irmãos, 1eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: 2Com toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor. 3Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz. 4Há um só Corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados. 5Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, 6um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos. 7Cada um de nós recebeu a graça na medida em que Cristo lha deu. 11E foi ele quem instituiu alguns como apóstolos, outros como profetas, outros ainda como evangelistas, outros, enfim, como pastores e mestres. 12Assim, ele capacitou os santos para o ministério, para edificar o corpo de Cristo, 13até que cheguemos todos juntos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado do homem perfeito e à estatura de Cristo em sua plenitude.
Os céus proclamam a glória do Senhor, * e o firmamento, a obra de suas mãos; 3o dia ao dia transmite esta mensagem, * a noite à noite publica esta notícia. 4Não são discursos nem frases ou palavras, * nem são vozes que possam ser ouvidas; 5seu som ressoa e se espalha em toda a terra, * chega aos confins do universo a sua voz.
Naquele tempo, 9Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus. 10Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?” 12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.
Caríssimos irmãos e irmãs! Celebramos hoje a festa do martírio do apóstolo e evangelista São Mateus. O próprio Mateus, de uma forma muito sintética, narrou em seu Evangelho o momento em que Jesus o chamou para fazer parte dos Doze Apóstolos, da seguinte forma: “Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus” (Mt 9, 9). Mateus era um judeu a serviço de Herodes e do Império Romano, na coletoria de impostos, na cidade de Cafarnaum. Certamente Mateus já havia ouvido falar de Jesus e, provavelmente, tenha o visto antes, despertando nele uma curiosidade e uma admiração por aquilo que diziam sobre Jesus. Mas a sua profissão de cobrador de impostos o fazia sentir-se envergonhado diante deste homem de Deus!
Entretanto, quando Jesus passava em frente ao seu posto de trabalho, Mateus ficou profundamente tocado pela pessoa de Jesus, sentindo-se maravilhado por ter-lhe dirigido a palavra. Houve, naquele momento, uma imediata sinfonia de pensamentos entre ambo. Bastou Jesus lhe convidar ao seguimento, para despertar nele uma resposta imediata e sem hesitação, pois, com toda prontidão “ele se levantou e seguiu a Jesus” (Mt 9, 9). Assim como ele foi firme e pronto a seguir Jesus, Mateus foi também na sua conversão. Pois, dentre todos os apóstolos, ele exercia uma profissão execrada e rejeitada pelos judeus, tida como atividade que o transformava em pecador público. Assim sendo, junto com o chamado de Jesus ao ministério apostólico, também veio o convite a uma profunda e radical conversão de vida, sentindo-se abraçado pela misericórdia de Cristo.
As palavras ditas aos fariseus e aos cobradores de impostos, em casa de Mateus, calaram fundo em seu coração, quando Jesus lhes disse: “Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores” (Mt 9, 13). Depois do Pentecostes, Mateus permanecera um certo tempo em Jerusalém, junto com os outros apóstolos. A seguir, segundo uma tradição antiga, pregou o Evangelho – que ele mesmo deixou por escrito em língua hebraica – na região da Judéia, da Macedônia e da Pérsia. Assim sendo, ao lado dos outros apóstolos ele anunciou ao mundo inteiro o Evangelho de Cristo, mediante o Evangelho escrito por seu próprio punho e pela pregação, como disse o profeta: “Os céus proclamam a glória do Senhor; o seu som ressoa e se espalha em toda a terra; e chega aos confins do universo a sua voz” (Sl 18, 2; 5). Em todo caso, conforme uma Lenda medieval, do Beato Tiago de Voragine (1293), chamada “Lenda Áurea”, ele teria sido martirizado na Etiópia, ao defender Santa Efigênia
Em todo caso, em todos os lugares onde Mateus anunciou o Evangelho ele fundou novas igrejas e testemunhou com sua vida a vocação que recebera de Jesus, “pois, cada um de nós recebeu a graça na medida em que Cristo lha deu. E foi ele quem instituiu alguns como apóstolos, outros como profetas, outros ainda como evangelistas, outros, enfim, como pastores e mestres. Assim, ele capacitou os santos para o ministério, para edificar o corpo de Cristo, até que cheguemos todos juntos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado do homem perfeito e à estatura de Cristo em sua plenitude” (Ef 4, 7; 11-13).
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