Naqueles dias, 6quando Davi voltou, depois de ter matado o filisteu, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, dançando e cantando alegremente ao som de tamborins e címbalos. 7E, enquanto dançavam, diziam em coro: “Saul matou mil, mas Davi matou dez mil”. 8Saul ficou muito encolerizado com isto e não gostou nada da canção, dizendo: “A Davi deram dez mil, e a mim somente mil. Que lhe falta ainda, senão a realeza?” 9E, a partir daquele dia, não olhou mais para Davi com bons olhos. 19,1Saul falou a Jônatas, seu filho, e a todos os seus servos sobre sua intenção de matar Davi. Mas Jônatas, filho de Saul, amava profundamente Davi, 2e preveniu-o a respeito disso, dizendo: “Saul, meu pai, procura matar-te; portanto, toma cuidado amanhã de manhã, e fica oculto em um esconderijo. 3Eu mesmo sairei em companhia de meu pai, no campo, onde estiveres, e lhe falarei de ti, para ver o que ele diz, e depois te avisarei de tudo o que eu souber”. 4Então Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e acrescentou: “Não faças mal algum ao teu servo Davi, porque ele nunca te ofendeu. Ao contrário, o que ele tem feito foi muito proveitoso para ti. 5Arriscou a sua vida, matando o filisteu, e o Senhor deu uma grande vitória a todo o Israel. Tu mesmo foste testemunha e te alegraste. Por que, então, pecarias, derramando sangue inocente e mandando matar Davi sem motivo?” 6Saul, ouvindo isto, e aplacado com as razões de Jônatas, jurou: “Pela vida do Senhor, ele não será morto!” 7Então Jônatas chamou Davi e contou-lhe tudo isto. Levou-o em seguida a Saul, para que ele retomasse o seu lugar, como antes.
Tende pena e compaixão de mim, ó Deus, † pois há tantos que me calcam sob os pés, * e agressores me oprimem todo dia! 3Meus inimigos de contínuo me espezinham, * são numerosos os que lutam contra mim! 9Do meu exílio registrastes cada passo, † em vosso odre recolhestes cada lágrima, * e anotastes tudo isso em vosso livro. 10Meus inimigos haverão de recuar † em qualquer dia em que eu vos invocar; tenho certeza: o Senhor está comigo! 11Confio em Deus e louvarei sua promessa. † 12É no Senhor que eu confio e nada temo: * que poderia contra mim um ser mortal? 13Devo cumprir, ó Deus, os votos que vos fiz, * e vos oferto um sacrifício de louvor.
Naquele tempo, 7Jesus se retirou para a beira do mar, junto com seus discípulos. Muita gente da Galileia o seguia. 8E também muita gente da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, do outro lado do Jordão, dos territórios de Tiro e Sidônia,
foi até Jesus, porque tinham ouvido falar de tudo o que ele fazia. 9Então Jesus pediu aos discípulos que lhe providenciassem uma barca, por causa da multidão, para que não o comprimisse. 10Com efeito, Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal jogavam-se sobre ele para tocá-lo. 11Vendo Jesus, os espíritos maus caíam a seus pés, gritando: “Tu és o Filho de Deus!” 12Mas Jesus ordenava severamente para não dizerem quem ele era.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra apresenta, novamente, o Messias Jesus Cristo e o ungido do Senhor, Davi, lado-a-lado, em momentos de suas vidas muito semelhantes. Davi estava sendo aclamado pelo povo como um herói, por ter matado o inimigo mais temível, o gigante Golias. Jesus, por sua vez, era aclamado em todas as cidades onde aparecia anunciando o seu Evangelho, arrastando multidões atrás de si.
Porém, neste momento de glória humana começaram a aparecer os maiores perigos. O rei Saul que admirava Davi pelo gesto heroico praticado na guerra contra os filisteus, tratava-o como seu amigo. No entanto, logo a seguir, ficou profundamente irritado com a fama de Davi, deixando-se levar por uma inveja mortal, conforme as palavras do profeta: “Saul ficou muito encolerizado com isto e não gostou nada da canção, dizendo: “A Davi deram dez mil, e a mim somente mil. Que lhe falta ainda, senão a realeza?” E, a partir daquele dia, não olhou mais para Davi com bons olhos. Saul falou a Jônatas, seu filho, e a todos os seus servos sobre sua intenção de matar Davi” (1Sm 18, 8-9; 19, 1). Aquele que era o melhor amigo de Davi, que o tratava com boa afeição, se tornou seu mortal inimigo, movido por inveja.
Com Jesus Cristo nós vemos algo semelhante. A sua fama se espalhou por toda a região, fazendo com que em todos os lugares onde Jesus passava o povo o aclamava, arrastando multidões atrás de si. Pois, naqueles dias “Jesus se retirou para a beira do mar, junto com seus discípulos. Muita gente da Galileia o seguia. E também muita gente da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, do outro lado do Jordão, dos territórios de Tiro e Sidônia, foi até Jesus, porque tinham ouvido falar de tudo o que ele fazia” (Mc 3, 7-8). Inclusive, naquele momento, os seus piores inimigos – os demônios e os maus espíritos – tentaram aproveitar-se da situação para se aproximar de Jesus; e, com toda hipocrisia e fingimento. disfarçaram-se de amigos de Jesus, aclamando-o como o “Filho de Deus”. Porém, “vendo Jesus, os espíritos maus caíam a seus pés, gritando: “Tu és o Filho de Deus!” Mas Jesus ordenava severamente para não dizerem quem ele era” (Mc 3, 11-12).
Tanto Davi quanto Jesus, não se deixaram seduzir pelas glórias humanas, sabendo que os seus inimigos, movidos por uma inveja mortal, não haveriam de deixá-los em paz. Por isso, ambos elevavam a Deus a prece, dizendo: “Tende piedade de mim, ó Deus! Os meus inimigos haverão de recuar em qualquer dia em que eu vos invocar; tenho certeza: o Senhor está comigo! Confio em Deus e louvarei sua promessa. É no Senhor que eu confio e nada temo: que poderia contra mim um ser mortal” (Sl 55, 10-12)?
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