Assim fala o Senhor: 1“Quando Israel era criança, eu já o amava, e desde o Egito chamei meu filho. 2Quanto mais eu os chamava tanto mais eles se afastavam de mim; imolavam aos Baals e sacrificavam aos ídolos. 3Ensinei Efraim a dar os primeiros passos, tomei-o em meus braços, mas eles não reconheceram que eu cuidava deles. 4Eu os atraía com laços de humanidade, com laços de amor; era para eles como quem leva uma criança ao colo, e rebaixava-me a dar-lhes de comer. 8Meu coração comove-se no íntimo e arde de compaixão. 9Não darei largas à minha ira, não voltarei a destruir Efraim, eu sou Deus, e não homem; o santo no meio de vós, e não me servirei do terror”
Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos. * Vós, que sobre os querubins vos assentais, 3despertai vosso poder, ó nosso Deus, * e vinde logo nos trazer a salvação! 15Voltai-vos para nós, Deus do universo! † Olhai dos altos céus e observai. * Visitai a vossa vinha e protegei-a! 16Foi a vossa mão direita que a plantou; * protegei-a, e ao rebento que firmastes!
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. 8Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar! 9Não leveis ouro nem prata, nem dinheiro nos vossos cintos; 10nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bastão, porque o operário tem direito ao seu sustento. 11Em qualquer cidade ou povoado onde entrardes, informai-vos para saber quem ali seja digno. Hospedai-vos com ele até a vossa partida. 12Ao entrardes numa casa, saudai-a. 13Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; se ela não for digna, volte para vós a vossa paz. 14Se alguém não vos receber, nem escutar vossa palavra, saí daquela casa ou daquela cidade, e sacudi a poeira dos vossos pés. 15Em verdade vos digo, as cidades de Sodoma e Gomorra serão tratadas com menos dureza do que aquela cidade, no dia do juízo”.
Caríssimos irmãos e irmãs! A Liturgia da Palavra de hoje nos revela Jesus Cristo, o Pastor de Israel, em três momentos distintos. O primeiro momento se deu, quando o próprio Senhor e Salvador se revelou como o Pastor de Israel lá nos tempos no profeta Oséias, quando o Reino de Israel estava prestes a ser conquistado e destruído pelos assírios. O segundo momento aconteceu quando Jesus Cristo estava exercendo o seu ministério pastoral e missionário, junto com seus discípulos, na diversas regiões da Galileia, Judeia e Samaria. No terceiro momento nós vemos o Pastor de Israel na glória celeste, vigiando o seu povo, no Reino dos Céus.
São realmente comoventes e emocionantes as palavras que Deus usou para expressar a relação de bondade e amor que ele tinha para com seu amado Povo de Israel. Com estas palavras, o Pastor de Israel fez a sua defesa, abrindo o seu coração, e mostrando o quão dramática e conflitiva se tornara a sua relação com o Povo de Israel, que era tratado como um filho muito amado. Porém, por causa da sua rebeldia, da sua desobediência e da sua ingratidão era necessário que Israel fosse corrigido e castigado. Por isso, Deus lhe dizia – às vésperas da invasão e da conquista dos assírios sobre Israel -, o quanto lhe era desagradável usar da violência para corrigir e castigar o Povo de Israel.
Numa última tentativa de convencê-lo à conversão e ao arrependimento, Deus falou pelo profeta Oséias, as seguintes palavras: “Quando Israel era criança, eu já o amava, e desde o Egito chamei meu filho. “Quanto mais eu os chamava tanto mais eles se afastavam de mim; imolavam aos Baals e sacrificavam aos ídolos. Eu os atraía com laços de humanidade, com laços de amor; era para eles como quem leva uma criança ao colo, e rebaixava-me a dar-lhes de comer. Meu coração comove-se no íntimo e arde de compaixão. Não darei largas à minha ira, não voltarei a destruir Efraim, eu sou Deus, e não homem; o santo no meio de vós, e não me servirei do terror” (Os 11, 1-2; 4; 8-9).
Muito tempo depois, nós encontramos Jesus Cristo, o Bom Pastor, exercendo o seu ministério pastoral e missionário em todos os recantos do antigo Reino de Israel. De forma solícita e incansável, Jesus percorria todas as regiões da Galileia, Judeia e Samaria anunciando o seu Evangelho e apascentando as suas ovelhas. Depois de realizar pessoalmente esta obra de evangelização, ele convocou 72 discípulos, e os enviou em missão, dizendo-lhes: “Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar” (Mt 10, 7-8)!
Com este trabalho de evangelização, o divino Pastor de Israel, o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, não estava reunindo apenas as ovelhas dispersas em Israel, mas as ovelhas dispersas em todo o mundo. Este seu ministério pastoral passaria a ter um caráter universal, que ultrapassava os limites do Reino de Israel. O reino que Jesus Cristo estava construindo não era mais um reino mundano, semelhante ao Reino de Israel. Ele estava instaurando neste mundo um Reino Eterno, que tinha no céu o seu lugar definitivo. Por isso, ele convocava os seus discípulos, através do seu Evangelho, a entrarem neste reino, que Jesus chamava de: “Reino de Deus”!
Por isso, este Rei e Pastor Eterno, Jesus Cristo, já não se encontra mais neste mundo, mas ele está sentado em seu trono de glória, no céu, junto de Deus Pai, com os anjos e com os santos! É a este Jesus, o Pastor Eterno, a quem devemos dirigir as nossa oração, dizendo: “Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos. Vós, que sobre os querubins vos assentais, despertai vosso poder, ó nosso Deus, e vinde logo nos trazer a salvação! Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a” (Sl 79, 2-3; 15)!
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