Naqueles dias, 7depois de longa discussão, Pedro levantou-se e falou aos apóstolos e anciãos: “Irmãos, vós sabeis que, desde os primeiros dias, Deus me escolheu do vosso meio para que os pagãos ouvissem de minha boca a palavra do Evangelho e acreditassem. 8Ora, Deus, que conhece os corações, testemunhou a favor deles, dando-lhes o Espírito Santo como o deu a nós. 9E não fez nenhuma distinção entre nós e eles, purificando o coração deles mediante a fé. 10Então, por que vós agora colocais Deus à prova, querendo impor aos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós mesmos tivemos força para suportar? 11Ao contrário, é pela graça do Senhor Jesus que acreditamos ser salvos, exatamente como eles”. 12Houve então um grande silêncio em toda a assembleia. Depois disso, ouviram Barnabé e Paulo contar todos os sinais e prodígios que Deus havia realizado, por meio deles, entre os pagãos. 13Quando Barnabé e Paulo terminaram de falar, Tiago tomou a palavra e disse: “Irmãos, ouvi-me: 14Simão acaba de nos lembrar como, desde o começo, Deus se dignou tomar homens das nações pagãs para formar um povo dedicado ao seu nome.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, † cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! * 2Cantai e bendizei seu santo nome! 2Dia após dia anunciai sua salvação, † 3manifestai a sua glória entre as nações, * e entre os povos do universo seus prodígios! 10Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!” † Ele firmou o universo inabalável * pois os povos ele julga com justiça.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 9“Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11Eu vos disse isso para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena”.
Caríssimos discípulos e discípulas do Senhor Ressuscitado! Embora a pregação do Evangelho de Jesus fosse destinada a toda a humanidade, e não apenas aos judeus, Jesus Cristo não deixara muito claro este caráter universal de sua doutrina, por tê-la pregado somente aos judeus, e ter realizado o seu trabalho missionário somente em território judaico. Mesmo que a obra salvífica de Cristo se destinasse a todos os homens, de todos os povos, raças e línguas; tanto aos judeus quanto aos pagãos; no entanto, não ficara bem claro se esta salvação – instaurada por Cristo, em sua morte e ressurreição – fosse destinada a todos os homens, ou somente aos judeus.
Tudo isto gerou uma grande confusão e uma grande celeuma, tanto entre os Apóstolos quanto entre os fiéis discípulos que vieram do judaísmo. Muitos eram do parecer que esta crença e esta doutrina de Cristo era destinada apenas aos judeus. Entendiam que Jesus, por ter permanecido sempre dentro dos limites do território Judeu (Judeia, Galileia e Samaria), ele tivesse apenas realizado uma reforma do judaísmo, restaurando a casa de Israel. Estas interpretações distorcidas da obra religiosa de Cristo, criaram um forte partido dentro da Igreja, que defendiam estas teorias judaizantes.
As coisas chegaram a um tal clima de desentendimento e discórdia, que foi necessário convocar todas as autoridades da Igreja – os Apóstolos e os Presbíteros – para tomar posição sobre esta questão. “Então, os apóstolos e os anciãos reuniram-se, em Jerusalém, para tratar desse assunto” (At 15, 6). Uma vez ali reunido, e iluminados pelo Evangelho de Cristo e cheios do Espírito santo, “depois de longa discussão, Pedro levantou-se e falou aos apóstolos e anciãos: “Irmãos, vós sabeis que, desde os primeiros dias, Deus me escolheu do vosso meio para que os pagãos ouvissem de minha boca a palavra do Evangelho e acreditassem. Ora, Deus, que conhece os corações, testemunhou a favor deles, dando-lhes o Espírito Santo como o deu a nós. E não fez nenhuma distinção entre nós e eles, purificando o coração deles mediante a fé. Então, por que vós agora colocais Deus à prova, querendo impor aos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós mesmos tivemos força para suportar? Ao contrário, é pela graça do Senhor Jesus que acreditamos ser salvos, exatamente como eles” (At 15, 7-11).
Pois, na verdade, Jesus jamais dissera que era necessário tornar-se judeu para obter a salvação. Bastava permanecer firme na fé, na esperança e no amor, como ele mesmo disse: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isso para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena” (Jo 15, 10-11).
Neste concílio de Jerusalém foi decidido que a fé da Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo não fora dada apenas aos judeus, mas também foi oferecida aos pagãos. A partir daí, ficou estabelecido neste Concílio Apostólico, que tanto a fé, quanto o Evangelho de Cristo e a sua obra de redenção e salvação foram destinados por Deus a todos os homens de todo o mundo. Assim, Simão Pedro, como chefe da Igreja, decretou: “É pela graça do Senhor Jesus que acreditamos ser salvos” (At 15, 6). E o Apóstolo Tiago, confirmando as palavras de Pedro, acrescentou: “Deus se dignou tomar homens das nações pagãs para formar um povo dedicado ao seu nome. Isso concorda com as palavras dos profetas, pois está escrito: ‘Depois disso, eu voltarei e reconstruirei a tenda de Davi que havia caído; reconstruirei as ruínas que ficaram e a reerguerei, a fim de que o resto dos homens procure o Senhor com todas as nações que foram consagradas ao meu nome. É o que diz o Senhor, que fez essas coisas, conhecidas há muito tempo’. Por isso, sou do parecer que devemos parar de importunar os pagãos que se convertem a Deus” (At 15, 14-19). Portanto, a fé da Igreja será, a partir deste concílio, necessariamente, universal e católica!
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