Naquele tempo disse o Senhor a Moisés: “Então toda a comunidade de Israel reunida imolará o cordeiro ao cair da tarde. 7Tomareis um pouco do seu sangue e untareis os marcos e a travessa da porta, nas casas em que o comerdes. 8Comereis a carne nessa mesma noite, assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas. 11Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. E comereis às pressas, pois é a Páscoa, isto é, a ‘passagem’ do Senhor! 12E naquela noite passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até os animais; e infligirei castigos contra todos os deuses do Egito, eu, o Senhor”.
Que poderei retribuir ao Senhor Deus * por tudo aquilo que ele fez em meu favor? 13Elevo o cálice da minha salvação, * invocando o nome santo do Senhor. 15É sentida por demais pelo Senhor * a morte de seus santos, seus amigos. 16Eis que sou o vosso servo, ó Senhor, * mas me quebrastes os grilhões da escravidão! 17Por isso oferto um sacrifício de louvor, * invocando o nome santo do Senhor. 18Vou cumprir minhas promessas ao Senhor * na presença de seu povo reunido.
Irmãos, 23o que eu recebi do Senhor, foi isso que eu vos transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. 25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”. 26Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha.
Estavam tomando a ceia. 3Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava, 4levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido. 6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”. 8Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!” Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. 9Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”. 10Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”. 11Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”. 12Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, pois eu o sou. 14Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. 15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”.
Caríssimos irmãos, no Corpo e no Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo! Hoje, nesta Quinta-feira Santa, celebramos três assuntos principais: 1º – As últimas palavras de Jesus aos seus Apóstolos, reunidos no Cenáculo! 2º – A instituição da Eucaristia, como Sacrifício da nova Aliança, no Corpo e no Sangue de Jesus! 3º – O preceito da humildade e da caridade no exercício do ministério apostólico, através do simbolismo do “Lava-pés”!
1º – Primeiramente, neste momento, estando todos ali reunidos, junto à mesa, em presença de Cristo, foi-lhes anunciado as últimas palavras de Cristo aos seus Apóstolos. Jesus, de forma solene quis que estas palavras tivessem um significado todo especial para a sua Igreja. Eram como que um resumo do seu Evangelho e que deveriam ser guardadas com muito carinho pelos seus discípulos.
2º – Quando Jesus se reuniu com seus Apóstolos no Cenáculo, em Jerusalém, foi para celebrar a Páscoa judaica, cumprindo os preceitos divinos sobre esta cerimônia, de fundamental importância na religião judaica, conforme as palavras do Senhor, ditas a Moisés: “Então toda a comunidade de Israel reunida imolará o cordeiro ao cair da tarde. Tomareis um pouco do seu sangue e untareis os marcos e a travessa da porta, nas casas em que o comerdes. Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. E comereis às pressas, pois é a Páscoa, isto é, a ‘passagem’ do Senhor” (Ex 12, 6 -7, 11)!
Jesus Cristo, ao celebrar a Páscoa com seus discípulos, não seguiu os ritos instituídos por Moisés, mas seguirá ritos novos, instituídos pelo próprio Jesus. Assim, modificando substancialmente o ritual da Páscoa Judaica, eles não comeram, naquela ceia pascal, um cordeiro. Pois, o Cordeiro Pascal deveria ser o próprio Jesus, que iria ser sacrificado logo a seguir, na sua paixão e morte na Cruz. Por isso, ele instituiu um novo rito pascal que fosse a memória perpétua da nova Aliança e do novo Sacrifício do Cordeiro Divino. Este Cordeiro de Deus seria imolado, logo a seguir, em favor de toda a humanidade. Neste novo rito pascal Jesus não tomou um cordeiro, mas se utilizou do pão e do vinho para significarem seu corpo e seu sangue. Assim, durante a ceia, “na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória” (1Cor 11, 23-24). E a seguir, transformou o vinho em seu sangue, dizendo: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”. Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha” (1Cor 11, 25-26). Esta foi a celebração da Páscoa do Senhor Jesus, e será o Sacrifício Eucarístico que a Igreja do Senhor Jesus deverá celebrar, em sua memória, para sempre, até o dia em que Ele vier!
3º – Jesus realizou a solene cerimônia do “Lava-pés”, durante a Ceia, para dar aos Apóstolos o seu último recado! Jesus pediu para que eles guardassem este gesto em sua memória, pois tal gesto quase que resumia o seu Evangelho! Bem como, o gesto de lavar os pés deveria ser a atitude de todo ministro da Nova Aliança, no exercício do seu ministério apostólico. Todos os Apóstolo e os ministros do Senhor deveriam ser imitadores de Cristo, em seu ministério, primando pela humildade, pela caridade e pela prontidão em servi-lo.
Assim sendo, “depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz” (Jo 13, 12-15).
WhatsApp us