Moisés falou ao povo, dizendo: 1“Agora, Israel, ouve as leis e os decretos que eu vos ensino a cumprir, para que, fazendo-o, vivais e entreis na posse da terra prometida que o Senhor Deus de vossos pais vos vai dar. 5Eis que vos ensinei leis e decretos conforme o Senhor meu Deus me ordenou, para que os pratiqueis na terra em que ides entrar e da qual tomareis posse. 6Vós os guardareis, pois, e os poreis em prática, porque neles está vossa sabedoria e inteligência perante os povos, para que, ouvindo todas estas leis, digam: ‘Na verdade, é sábia e inteligente esta grande nação!’ 7Pois, qual é a grande nação cujos deuses lhe são tão próximos como o Senhor nosso Deus, sempre que o invocamos? 8E que nação haverá tão grande que tenha leis e decretos tão justos, como esta lei que hoje vos ponho diante dos olhos? 9Mas toma cuidado! Procura com grande zelo não te esqueceres de tudo o que viste com os próprios olhos, e nada deixes escapar do teu coração por todos os dias de tua vida; antes, ensina-o a teus filhos e netos”.
Glorifica o Senhor, Jerusalém!* Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! 13Pois reforçou com segurança as tuas portas,* e os teus filhos em teu seio abençoou. 15Ele envia suas ordens para a terra,* e a palavra que ele diz corre veloz. 16ele faz cair a neve como a lã * e espalha a geada como cinza. 19Anuncia a Jacó sua palavra,* seus preceitos suas leis a Israel. 20Nenhum povo recebeu tanto carinho,* a nenhum outro revelou os seus preceitos.
Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor! Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna!
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 17“Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. 18Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. 19Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus”.
Digníssimos irmãos em Cristo! A Liturgia da Palavra nos leva hoje a fazer uma ampla reflexão sobre os Mandamentos da Lei de Deus. Pois, estes mandamentos são os fundamentos tanto da religião judaica quanto da religião cristã. O Decálogo dado a Moisés foi retomado integralmente por Cristo, que o levou à perfeição.
O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, o Senhor nosso Deus, o único e verdadeiro, que fez a Aliança com o Povo de Israel no deserto – da qual Moisés era o seu profeta e porta-voz – fez ouvir a sua voz, ensinando a mais sublime sabedoria divina, através de seus Dez Mandamentos. Jesus Cristo, posteriormente, os retomou integralmente, oferendo aos seus discípulos como norma fundamental de vida e de conduta cristã, para poder entrar no Reino dos céus.
Moisés tornou-se um incansável propagador do Decálogo, retomando frequentemente em seus discursos este tema, enaltecendo a grandeza e a sabedoria desta lei divina e destas normas de conduta tão suaves, tão humanas e tão sábias, dizendo: “Agora, Israel, ouve as leis e os decretos que eu vos ensino a cumprir, para que, fazendo-o, vivais e entreis na posse da terra prometida que o Senhor Deus de vossos pais vos vai dar. Eis que vos ensinei leis e decretos conforme o Senhor meu Deus me ordenou, para que os pratiqueis na terra em que ides entrar e da qual tomareis posse. Vós os guardareis, pois, e os poreis em prática, porque neles está vossa sabedoria e inteligência” (Dt 4, 5-9).
Mais tarde, este mesmo Deus veio até nós na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. E, uma das primeiras providência que Jesus tomou, quando começou a anunciar o seu Evangelho, foi no sentido de retomar e confirmar o Decálogo da Lei Mosaica, estabelecendo-o no centro da sua doutrina. Na condição de Senhor e Deus verdadeiro, Jesus Cristo tinha autoridade divina de modificá-lo naquilo que era necessário corrigi-lo, sobretudo nas distorções introduzidas pelos mestres da Lei e pelos seus intérpretes posteriores; para atualizá-lo naquilo que ficara obsoleto e antigo; e aperfeiçoá-lo nos seus defeitos e imperfeições, com a nova doutrina do Evangelho.
Por isso, Jesus Cristo proclamou solenemente dizendo: “Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus” (Mt 5, 17-19).
Enfim, podemos acompanhar o salmista, cantando ao Senhor nosso, Jesus Cristo, louvando-o com gratidão, por nos ter dado normas e mandamentos tão perfeitos, tão santos e tão humanos! Por nos ter concedido uma Lei divina e evangélica tão preciosa e tão repleta de bondade e sabedoria! Pois, “a Lei do Senhor é perfeita, conforto para a alma! Os preceitos do Senhor são seguros, sabedoria dos humildes! As normas do Senhor são retas, deleitam os corações! E os mandamentos do Senhor são luminosos, iluminam os olhos e a inteligência (Sl 18, 8-9)! E, deste modo caros irmãos, elevemos a Deus a oração dizendo-lhe: “Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor! Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6, 63c.68c)!
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