Naqueles dias, 14o rei Nabucodonosor tomou a palavra e disse: “É verdade, Sidrac, Misac e Abdênago, que não prestais culto a meus deuses e não adorais a estátua de ouro que mandei erguer? 15E agora, quando ouvirdes tocar trombeta, flauta, cítara, harpa, saltério e gaitas, e toda espécie de instrumentos, estais prontos a prostrar-vos e adorar a estátua que mandei fazer? Mas, se não fizerdes adoração, no mesmo instante sereis atirados na fornalha de fogo ardente; e qual é o deus que poderá libertar-vos de minhas mãos?” 16Sidrac, Misac e Abdênago responderam ao rei Nabucodonosor: “Não há necessidade de te respondermos sobre isto: 17se o nosso Deus, a quem rendemos culto, pode livrar-nos da fornalha de fogo ardente, ele também poderá libertar-nos de tuas mãos, ó rei. 18Mas, se ele não quiser libertar-nos, fica sabendo, ó rei, que nós não prestaremos culto a teus deuses e tampouco adoraremos a estátua de ouro que mandaste fazer”. 19A estas palavras, Nabucodonosor encheu-se de cólera contra Sidrac, Misac e Abdênago, a ponto de se alterar a expressão do rosto; deu ordem para acender a fornalha com sete vezes mais fogo que de costume; 20e encarregou os soldados mais fortes do exército para amarrarem Sidrac, Misac e Adbênago e os lançarem na fornalha de fogo ardente. 24Os três jovens andavam de cá para lá no meio das chamas, entoando hinos a Deus e bendizendo ao Senhor. 49Mas o anjo do Senhor tinha descido simultaneamente na fornalha para junto de Azarias e seus companheiros. 91O rei Nabucodonosor, tomado de pasmo, levantou-se apressadamente, e perguntou a seus ministros: “Porventura, não lançamos três homens bem amarrados no meio do fogo?” Responderam ao rei: “É verdade, ó rei”. 92Disse este: “Mas eu estou vendo quatro homens andando livremente no meio do fogo, sem sofrerem nenhum mal, e o aspecto do quarto homem é semelhante ao de um filho de Deus”. 95Exclamou Nabucodonosor: “Bendito seja o Deus de Sidrac, Misac e Abdênago, que enviou seu anjo e libertou seus servos, que puseram nele sua confiança e transgrediram o decreto do rei, preferindo entregar suas vidas a servir e adorar qualquer outro Deus que não fosse o seu Deus”.
Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais.* A vós louvor, honra e glória eternamente! Sede bendito, nome santo e glorioso.* A vós louvor, honra e glória eternamente! 53No templo santo onde refulge a vossa glória.* A vós louvor, honra e glória eternamente! 54E em vosso trono de poder vitorioso. * A vós louvor, honra e glória eternamente! 55Sede bendito, que sondais as profundezas * A vós louvor, honra e glória eternamente! E superior aos querubins vos assentais. * A vós louvor, honra e glória eternamente! 56Sede bendito no celeste firmamento.* A vós louvor, honra e glória eternamente! 57Obras todas do Senhor, glorificai-o.* A ele louvor, honra e glória eternamente!
Naquele tempo, 31Jesus disse aos judeus que nele tinham acreditado: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, 32e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. 33Responderam eles: “Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: `Vós vos tornareis livres’?” 34Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. 35O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre. 36Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. 37Bem sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque a minha palavra não é acolhida por vós. 38Eu falo o que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai”. 39Eles responderam então: “O nosso pai é Abraão”. Disse-lhes Jesus: “Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão! 40Mas agora, vós procurais matar-me, a mim, que vos falei a verdade que ouvi de Deus. Isto, Abraão não o fez. 41Vós fazeis as obras do vosso pai”. Disseram-lhe, então: “Nós não nascemos do adultério, temos um só pai: Deus”. 42Respondeu-lhes Jesus: “Se Deus fosse vosso Pai, vós certamente me amaríeis, porque de Deus é que eu saí, e vim. Não vim por mim mesmo, mas foi ele que me enviou”.
Caríssimos irmãos em Cristo! A Liturgia da Palavra de hoje nos coloca diante dos mistérios da iniquidade da hipocrisia de homens que aparentemente acreditam em Deus, mas não tem nenhum temor por ele, por viverem uma vida de iniquidades e perversidades.
Nós vimos na Leitura do livro de Daniel, que Nabucodonosor, rei da Babilônia, embora ele fosse um homem violento e bárbaro, um verdadeiro troglodita, ímpio e duro de coração, tinha fé e acreditava nos seus deuses com toda paixão e fanatismo. Ele não admitia que ninguém cultuasse publicamente outro deus além daquele que ele acreditava e adorava. Ao ter visto o prodígio que o Deus verdadeiro fizera, imediatamente andonou as suas crendices e abraçou a fé neste Deus, dizendo: ‘”Bendito seja o Deus de Sidrac, Misac e Abdênago, que enviou seu anjo e libertou seus servos, que puseram nele sua confiança e transgrediram o decreto do rei, preferindo entregar suas vidas a servir e adorar qualquer outro Deus que não fosse o seu Deus” (Dn 3, 95). O rei Nabucodonozor, um pagão, fanático de suas crenças e fiel adorador de seus deuses, vendo os sinais e prodígios realizados pelo Deus dos Judeus – o Deus Todo-Poderoso, único e verdadeiro – não teve nenhum receio em quebrar as sua próprias leis, abandonar os seus deuses e render culto de louvor e adoração ao Deus de Sidrac, Misac e Abdênago, porém, não deixou de ser iníquo e perverso, tornando-se um perfeito hipócrita!
No Evangelho de São João, nós vemos uma situação muito semelhante àquela presenciada pelo profeta Daniel. Ou seja, Jesus estava diante de um grupo de judeus, em Jerusalém, fazendo a sua pregação evangélica, tentando convencê-los a crer em Jesus Cristo, como o Filho de Deus Pai. Quanto mais Jesus insistia neste assunto, mais ele conseguia atrair a oposição e a rejeição dos judeus pelo seu discurso. Os judeus acabaram ficando tão indignados com Jesus, que começaram a odiá-lo e a ameaçá-lo de morte. Mesmo sendo hostilizado e vendo-se em grande perigo, Jesus continuou neste mesmo tema do seu discurso, com um tom meio provocativo, dizendo: “Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres. Bem sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque a minha palavra não é acolhida por vós” (Jo 8, 34-37).
Mesmo Jesus fazendo-os lembrar de todos os sinais, milagres e prodígios que ele fizera, pelo poder de Deus, eles não acreditaram. Muito ao contrário, foram se enfurecendo cada vez mais, endurecendo seus corações, reagindo com hostilidade e agressividade ao discurso de Jesus. Apesar de Jesus, com toda mansidão e delicadeza, dissesse: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos. Eu falo o que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. “Se Deus fosse vosso Pai, vós certamente me amaríeis, porque de Deus é que eu saí, e vim. Não vim por mim mesmo, mas foi ele que me enviou” (8, 31 -42). Em reposta, os judeus retrucavam todas as vezes com hostilidade!
Portanto, caros irmãos, se Jesus não conseguiu converter aqueles judeus de outrora, devido á sua dureza de coração e sua hipocrisia, estejamos nós, portanto, atentos para que aquelas palavras proferidas por ele, naquele magnífico discurso em Jerusalém, calem fundo em nossos corações. Para que nós, com mansidão e humildade, acolhamos com fé as suas palavras, e permaneçamos firmes e fiéis acreditando em nosso Senhor Jesus Cristo, dizendo: “Sede bendito, nome santo e glorioso. A vós louvor, honra e glória eternamente! No templo santo onde refulge a vossa glória” (Dn 3, 53)!
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