Caríssimos, 18sabeis que fostes resgatados da vida fútil herdada de vossos pais, não por meio de coisas perecíveis, como a prata ou o ouro, 19mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha nem defeito. 20Antes da criação do mundo, ele foi destinado para isso, e neste final dos tempos, ele apareceu, por amor de vós. 21Por ele é que alcançastes a fé em Deus. Deus o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória, e assim, a vossa fé e esperança estão em Deus. 22Pela obediência à verdade, purificastes as vossas almas, para praticar um amor fraterno sem fingimento. Amai-vos, pois, uns aos outros, de coração e com ardor. 23Nascestes de novo, não de uma semente corruptível, mas incorruptível, mediante a palavra de Deus, viva e permanente. 24Com efeito, “toda carne é como erva, e toda a sua glória como a flor da erva; secou-se a erva, cai a sua flor. 25Mas a palavra do Senhor permanece para sempre”. Ora, esta palavra é a que vos foi anunciada no Evangelho.
Glorifica o Senhor, Jerusalém!* Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! 13Pois reforçou com segurança as tuas portas,* e os teus filhos em teu seio abençoou. 14a paz em teus limites garantiu* e te dá como alimento a flor do trigo. 15Ele envia suas ordens para a terra,* e a palavra que ele diz corre veloz 19Anuncia a Jacó sua palavra,* seus preceitos suas leis a Israel. 20Nenhum povo recebeu tanto carinho,* a nenhum outro revelou os seus preceitos.
Naquele tempo, 32os discípulos estavam a caminho, subindo para Jerusalém. Jesus ia na frente. Os discípulos estavam espantados, e aqueles que iam atrás estavam com medo. Jesus chamou de novo os Doze à parte e começou a dizer- lhes o que estava para acontecer com ele: 33“Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. 34Vão zombar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e matá-lo. E depois de três dias ele ressuscitará”. 35Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir”. 36Ele perguntou: “O que quereis que eu vos faça?” 37Eles responderam: “Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!” 38Jesus então lhes disse: “Vós não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?” 39Eles responderam: “Podemos”. E ele lhes disse: “Vós bebereis o cálice que eu devo beber, e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. 40Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado”. 41Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. 42Jesus os chamou e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. 43Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servo; 44e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. 45Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”.
Caríssimos irmãos e irmãs, em Cristo nosso Senhor! A Liturgia da Palavra nos apresenta, num breve resumo, todo o mistério de redenção e de salvação de nosso Senhor Jesus Cristo. Foi-nos dito claramente que Jesus precisava passar pela paixão, pela morte e finalmente obter a gloriosa ressurreição, para nos salvar de nossos pecados e da morte eterna.
No Evangelho que ouvimos, Jesus revelou e profetizou sobre os acontecimentos trágicos e humilhantes de sua paixão e morte de cruz; sem deixar de lado o evento final de sua vitória sobre a morte, que se daria com a sua gloriosa ressurreição. Estes seriam, segundo Jesus Cristo, os acontecimentos mais importantes de sua vida aqui neste mundo. Por mais que isto pudesse causar confusão e escândalo, era absolutamente necessário que isto acontecesse desta forma, pois estes eventos faziam parte dos desígnios do Pai, a respeito de nossa redenção e salvação.
Assim sendo, “Jesus chamou de novo os Doze à parte e começou a dizer-lhes o que estava para acontecer com ele: “Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. Vão zombar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e matá-lo” (Mc 10, 32-34). E, tendo dito isto, Jesus concluiu dizendo que no final de tudo haverá um final feliz e glorioso, garantindo que “depois de três dias ele ressuscitará” vitorioso sobre a morte, sobre o pecado e sobre o maligno (Mc 10, 34).
E, no diálogo que Jesus realizou logo a seguir com os discípulos João e Tiago, ele explicou aos apóstolos como este cruento sacrifício de sua paixão e morte seria aplicado sobre eles – e sobre todos os homens – como um sacramento de redenção e de salvação, dizendo: “Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?” Eles responderam: “Podemos”. E ele lhes disse: “Vós bebereis o cálice que eu devo beber, e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado” (Mc 10, 38-39). Desta forma, todos aqueles que acreditassem em Jesus Cristo e se fizessem discípulos dele, seriam batizados no seu sangue; e todos aqueles que participassem deste batismo de Cristo, seria aspergido sobre eles o seu sangue redentor.
Pedro, na carta que acabamos de ouvir, deu o testemunho de sua fé a respeito do mistério de redenção que se realizou na paixão, morte e ressurreição de Cristo. Desta forma, nós nos tornamos participantes deste mistério de redenção e salvação de Jesus Cristo, conforme as palavras de Pedro, quando disse: “Caríssimos, sabeis que fostes resgatados da vida fútil herdada de vossos pais, não por meio de coisas perecíveis, como a prata ou o ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha nem defeito. Antes da criação do mundo, ele foi destinado para isso, e neste final dos tempos, ele apareceu, por amor de vós. Por ele é que alcançastes a fé em Deus. Deus o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória, e assim, a vossa fé e esperança estão em Deus” (Pd 1, 18-21).
E assim, Pedro concluiu dizendo que foi pelo Batismo no sangue de Cristo e mediante a palavra de seu Evangelho que todos os cristãos “nasceram de novo, não de uma semente corruptível, mas incorruptível, mediante a palavra de Deus, viva e permanente” (Pd 1, 23).
E no final Jesus concluiu, dizendo: “Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos” (Mc 10, 45).
Devemos todos, caríssimos irmãos, elevar a Deus um hino de louvor por nos ter dado tão gloriosa redenção e salvação, dizendo todos juntos: “Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos” (Sl 140, 12-13; 20).
WhatsApp us